Capítulo 16

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Depois de acalmar meus ânimos, decidi ir para a beira da praia. Há dias que eu não fazia isso e sabia que precisava mais do que nunca do mar para me relaxar. A lua já estava no céu e o movimento da orla havia diminuído consideravelmente. Caminhei até bem próximo do mar, sentando na areia úmida. Retirei minhas sandálias e enfiei os pés naquele montinho gostoso. Cruzei os braços sobre os joelhos e deixei o vento levantar meus cabelos.

Respirei fundo incontáveis vezes, puxando a brisa gelada para dentro de mim. Era maravilhoso como o oceano trazia tranquilidade aos meus sentimentos. Sabia que eu estava exagerando com toda essa turbulência de coisas dos últimos dias, quando minhas férias estavam apenas começando. Mas é que de vez em quando ficava difícil. Realmente difícil. Eu estava a todo momento rodeada por alguém, mas estas não eram as pessoas do meu círculo de convivências.

Conhecê-las tão rapidamente havia sido como ter enfiado algo goela abaixo. Parecia que eu conhecia a todos há tanto tempo, quando não passava de pouco mais de uma semana. No fim, sem a menor sombra de dúvidas, eu precisava desse tempinho para relaxar ao silêncio. Mas não durou muito tempo. Quando eu já começava a piscar mais lentamente, deixando me envolver pela onda de sono em frente ao mar, levei um pequeno susto ao ouvir Alek dizer:

— Estava me perguntando quando te encontraria de novo.

Me virei rapidamente, enquanto ele afundava a prancha na areia e se acomodava do meu lado.

— Que susto. – Dei uma risada. — Como você me encontrou? – Ele me olhou com um sorriso no rosto.

— Estava indo surfar. Não tinha a intenção, mas sabe como é o destino. – Ele piscou e deu um daqueles sorrisos sacanas de lado. Dei uma risada debochada.

— Então você acredita em destino, é?

— Claro. Por qual outro motivo eu te encontraria duas vezes sem a menor intenção? – Ele se arrastou para mais perto de mim, relembrando do jantar para Anna.

— Ou você anda me stalkeando. – Levantei uma sobrancelha sugestiva.

— Me descobriu. – Ele fez uma cara triste, com os lábios para baixo e os olhos murchos.

— Besta. – Dei um risinho e bati no braço dele. Ele levantou a cabeça e sorriu, sem tirar os olhos de mim. Um sorriso que durou pouco, mas que pareceu uma eternidade.

— Me conta o que você ta fazendo por aqui.

— Nada demais. Só precisava de um tempinho sozinha, para tentar organizar meus pensamentos.

— Meu Deus. – Ele fez uma cara de chocado. — Desculpe. Não quis te atrapalhar. – Começou a se levantar quando peguei na mão dele.

— Fica. – Ele voltou a se sentar. — Você é bem debochado, hein? – Falei cutucando-o. Alerta, Flora! Muito contato corporal pra pouco tempo.

— Eu sei. – Ele me olhou de canto, voltando a entrelaçar nossos dedos. Permanecemos alguns minutos dessa maneira, e eu mal respirava, não querendo que o momento acabasse. — Reparou que nossos encontros são sempre à noite? – Alek soltou de repente. — Acho que deveríamos sair de dia, alguma hora. Sabe... Surfar. Eu sou ótimo nisso.

— Imagino, bombeiro. – Falei dando ênfase à última palavra.

— E você, professora? – Ele enfatizou. — Gostaria de fazer o que?

— Surfar está ótimo pra mim. – Sorri. — Mas você não trabalha pelo dia?

— Estou de férias. – Alek falou acariciando a palma da minha mão. — Irônico, né? Justamente quando as pessoas mais precisam do salvamento aquático. Só tenho mais vinte dias, então vou ter que dar um jeitinho de te ensinar o surf em tempo recorde.

— Hum, e quem disse que eu não sei surfar? – Ele sorriu de orelha a orelha.

— Então vai lá. Já estamos com a prancha aqui mesmo, preciso ver isso. – Alê soltou minha mão e se acomodou melhor, olhando para a prancha em pé. Me levantei, limpando a areia pelo corpo.

— OK. Irei mesmo. – Virei em direção à prancha, ficando de costas pra ele. Coloquei as mãos nela quando senti as mãos dele em mim. Paralisei por um segundo. É claro que ele iria tentar algo. Não éramos mais nenhuma criança para adiarmos ou fazermos joguinhos.

— Você tem um cheiro maravilhoso. – Ele disse pousando o queixo no meu pescoço. Eu inspirei lentamente, sem dizer uma palavra. — E uma pele tão macia. – Alek disse enquanto envolvia minha cintura com seus braços.

— Não quer me ver surfar mais? – Falei baixinho indo com a cabeça para trás.

— Talvez em outro momento. – Respondeu me virando para ele e me enlaçando em um beijo salgado como o mar.

Ficamos conversando por muito mais tempo, e a cada minuto eu gostava mais de conhecê-lo melhor. No entanto, só fui tomada do quão leve era sua presença quando voltei para casa com o coração um pouco mais aquecido.

 No entanto, só fui tomada do quão leve era sua presença quando voltei para casa com o coração um pouco mais aquecido

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SAIUUUUUU O TÃO ESPERADO ENCONTRO! ♥

Gostaram do capítulo novo, meus anjos? =] Desculpe pela semana passada sem nenhuma postagem, mas estou sempre avisando as novidades pelo mural de recados. ;)

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Na Sua Onda [COMPLETO] (Irmãos Soaint 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora