Capítulo 75 (último)

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Eu havia descoberto da melhor maneira onde Alek esteve depois que saiu do trabalho.

Passava da meia noite assim que ele estacionou o carro em um lado deserto da praia. Havíamos comemorado a aprovação do meu livro em casa, com direito a suco e muitos beijos. Alek compartilhou da minha alegria de um jeito encantador, e quando nossos amassos estavam indo para um nível mais quente, ele parou e disse que tinha que me levar a um lugar.

Ansiosa como sou, só troquei de roupa e partimos rumo ao local secreto - que eu particularmente não esperava que fosse a praia. Alek dirigiu com calma durante todo o tempo e com um sorriso brincalhão em seus lábios. Seus dedos não soltaram os meus por um segundo sequer, e ele parecia mais ansioso do que o normal.

Meu coração já batucava mais forte que samba na avenida, e uma corrente de tensão esmagava meus ossos. Tudo naquele momento estava sendo perfeito. Desde a aprovação do livro à Alek me levando para uma noite romântica.

Tínhamos uma ligação tão forte que o silêncio durante o percurso havia sido tranquilo. Reconfortante e amoroso até. De vez em quando ele me olhava com uma paixão ardente nos olhos, e eu esperava que a ternura que eu estava sentindo chegasse até ele. Cada pedaço do seu rosto ansioso era um limite da perfeição. E era totalmente meu.

Eu não tinha mais dúvidas de que o coração de Alek pertencia só a mim, assim como o meu pertencia a ele. Seus olhos estreitos a encarar as ruas vazias só me davam mais certeza que eu poderia ficar o observando pelo resto dos meus dias.

Um sentimento tão grande corria por minhas veias que eu sentia como se estivesse fora de mim. Era como se eu estivesse distante, observando nós dois em silêncio de mãos dadas naquela noite fresca. Eu não podia desejar nada melhor.

Assim que paramos e ele sorriu nervoso para mim, fiz menção de abrir a porta, mas Alê não deixou. Se curvando em minha frente, tirou uma fita larga de cetim do porta-objetos e eu estremeci. Não conseguia ver nada além dos faróis acesos que indicavam que estávamos em frente a areia da praia.

- Flora, eu quero te vendar... - Alek disse rouco no meu ouvido. Um suspiro escapou dos meus lábios e eu olhei para ele - Você confia em mim pra isso? - Ele completou me encarando com seus olhos escuros.

Assenti levemente e meu coração ameaçou subir até a boca. Virei com o rosto em direção ao vidro e Alek puxou meu cabelo para trás. Seu toque percorreu eletricamente todo meu corpo, e me surpreendi com o quão pouco ele precisava para me acender.

Com agilidade, ele colocou a fita em meus olhos e deu um nó a prendendo. Assim que ouvi a porta do carro bater, indicando que ele havia saído, uma montanha russa de pensamentos passeou por minha cabeça. Eu estava ansiosa e excitada, conforme ele pegava em minha mão e eu saía do carro. Era realmente interessante como eu confiava em Alek de olhos fechados - literalmente falando. Sabia que estávamos prestes a cometer uma loucura fazendo sexo na praia - quer dizer, ele não tinha dito nada explicitamente, mas eu imaginava -, e eu não estava nem aí. Só queria ficar com Alek pelo máximo de tempo possível.

A ideia corria em minha mente mais rápido que um raio, e eu me arrepiava com minha própria imaginação. Senti o vento gelado do mar alcançar meu corpo, e Alek me abraçou de lado. Enquanto nossos pés afundavam na areia, eu queria gritar de alegria. Queria berrar aos quatro cantos do mundo o quanto amava cada detalhe da preocupação dele comigo.

De repente meu corpo se aqueceu além do normal. Podia ouvir a respiração pesada de Alek enquanto ele me aproximava do fogo e me pedia para que eu ficasse parada no lugar. O que ele estava aprontando? Se a ansiedade fosse um bichinho, já teria me devorado inteira. Mas eu aguardava pacientemente enquanto o homem da minha vida deixava frio ao seu afastar do meu lado.

Na Sua Onda [COMPLETO] (Irmãos Soaint 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora