Capítulo 10

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Acordei no início da tarde, com o estômago roncando e batidas fortes e insistentes na porta. Era só o que me faltava! Levantei cambaleando, tentando ajeitar o cabelo rapidamente com as mãos, e tentando entender por qual motivo alguém tinha tanta pressa assim em entrar aqui. Destranquei a porta e dei um gritinho feliz quando vi quem me esperava.

— Ai meu Deus! – Exclamei enquanto dava nele um abraço apertado e beijava seu rosto todo. — Que saudade, que saudade Adam! – Ele dava risada enquanto eu bancava a doida.

— Pelo jeito você não viu minhas mensagens avisando que eu chegaria, né? – Ele disse com um sorriso bobo na cara.

— Não mesmo. Eu acabei de acordar, fui à uma balada e tive uma noite daquelas. – Revirei os olhos. — Mas entra. Coloca suas coisas lá no quarto do Li, enquanto eu vou me arrumar.

Ele entrou e eu fechei a porta, cada um se dirigindo a um quarto. Quando cheguei ao meu, verifiquei as mensagens e constatei que ele havia avisado mesmo. Para minha insatisfação, havia também uma sms da Jasmine, dizendo que não esqueceria tão cedo o que eu fiz. Pois eu já havia esquecido e estava com a consciência muito limpa. Não me daria ao trabalho de responder.

Saí minutos depois do banho e encontrei o Adam jogado no sofá assistindo televisão.

— Você demorou, hein Flô. – Me olhou de cima a baixo. — Mas está bonita. – Ele deu um sorriso enquanto falava: — E eu estou morrendo de fome. Vamos sair para comer?

— Claro que não. Como convidado especial vou preparar um almoço para nós. – Sorri, já sabendo o que iria fazer. Eu é que não deixaria meu amigo se sentir menos do que o mais bem tratado na cidade. Por sorte a cozinha estava limpa. Usava-a somente para tomar café e fazer alguma refeição rápida, deixando limpa logo em seguida. Coloquei a água para ferver e busquei nos armários procurando o macarrão penne. Enquanto separava os demais ingredientes necessários para o carbonara, observei de canto o Adam se sentar na banqueta, apoiando os cotovelos no balcão divisório entre os dois ambientes. Me levantei com o pacote em uma mão e um creme de leite na outra, e perguntei:

— Como você conseguiu essas férias repentinas?

— Ah – ele começou, pegando uma das maçãs nas mãos — eu sempre consigo o que quero. – Riu e deu uma piscadinha. — Além do mais, é só uma semana. Vou ficar aqui só até amanhã e volto pra buscar a Bia. Vamos passar alguns dias na Fazenda Monti, e estamos bem animados.

— Que bom. Podia ter trazido ela, estou morrendo de saudades. Faz tempo que não a vejo. – Falei enquanto colocava o macarrão na água e abria a geladeira à procura do bacon.

— Ela já está uma mocinha. – Ele dizia enquanto mordia a maçã gulosamente. — Mas vamos a você. – Fez uma pausa, me fazendo virar para ele com o silêncio repentino.

— Eu o quê? – Indaguei.

— Sua vinda pra cá. O livro. O tal admirador secreto. – Ele disse fazendo aspas nas últimas palavras, e levantando as sobrancelhas.

— Hum, vejamos... – Me virei e comecei enquanto cortava o bacon em tirinhas, com a frigideira já preparada com óleo. — O protótipo do livro está pronto. Demais, né? – Ouvi sua risada. — Eu reuni algumas crônicas que escrevi ao longo do tempo e voilà, temos o novo best-seller a caminho. – Juntei o bacon e joguei na frigideira quente, começando a fritá-lo.

— Flora, você sabe que é difícil fazer sucesso com esse gênero hoje em dia. – Ele se levantou e veio em direção ao fogão, tirando um macarrão da panela com o garfo e provando. — Já está bom, vou lavar. – Disse desligando a chama e já lavando a massa na pia com o escorredor.

— Não quero ouvir sermão, Adam. Você ainda nem leu. Espera só mais alguns dias até eu reler e enviar para você e a Kris. Depois vocês fazem a leitura crítica.

— Não falei por mal, Flô. Vamos deixar pra lá. Eu espero. O que eu faço agora? – Ele disse se apoiando na bancada.

— Referente a quê? – Olhei para ele de soslaio, colocando o bacon na travessa.

— Pra te ajudar aqui, ué. – Ele riu.

— Pega algumas coisas na geladeira e faz a salada. Não me entregue nada menos do que o melhor. – Falei aos risos, enquanto lembrava as palavras da Kristie a respeito da minha nova obra.

🌊

Enquanto almoçávamos coloquei Adam a par dos acontecimentos dos últimos dias. Desde o término do rolo com Artur, passando pelo passeio com Thomas até chegar ao beijo com Alek. Ele havia me tranquilizado dizendo que dos problemas, eu só tinha um – que não parecia ser tão problemático assim: Thomas.

Constatando que o término com Tur havia sido o suficiente para nunca mais (ou muito pouco) vê-lo novamente e que eu não tinha nenhum contato do Alek, me restava chamar Thom para um novo encontro, no dia seguinte que ele, meu melhor amigo, fosse embora. Como se fosse um especialista romântico, ele me recomendou jantar com Thomas e depois convidá-lo para conhecer a minha casa. E eu entendi o recado rapidinho.

 E eu entendi o recado rapidinho

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Na Sua Onda [COMPLETO] (Irmãos Soaint 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora