Capítulo 62

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— Hoje é oficialmente meu último dia de férias... – Alek falou baixinho me acordando. Espreguicei-me feliz e sorri para ele.

— Bom dia - Falei ainda sonolenta. — Que horas são?

— Cedo demais – Ele respondeu me dando um selinho. O ar gelado do quarto fez os pelos de seus braços arrepiarem enquanto ele tirava o lençol de cima do corpo. Encarei animada sua quase total falta de roupas e o encarei secamente.

— Então por que não fica aqui mais um pouco? – Perguntei, mas não de maneira maliciosa. Alê me fazia desejar tê-lo ao meu lado todos os segundos, e cada passo de distância, machucava um pouquinho de mim.

— Eu já volto – Respondeu piscando — Não saia da cama!

Concordei com a cabeça e peguei meu celular debaixo do travesseiro. Enviei algumas mensagens de bom dia e encontrei uma mensagem de Kristie perguntando sobre meu novo livro.

Eu ainda não tinha enviado nada a ela, mas estava certa de que seria aprovada. Estava confiante sobre minha nova história, e não queria que minhas esperanças murchassem quando ainda faltava o capítulo final daquilo tudo.

Respondi que logo ele seria enviado, mas não sabia quando. Eu sempre esperava um milagre descer do céu para que eu concluísse um livro. Era como magia: chegava de mansinho e tomava conta do espaço. Como ainda tinha alguns dias de sobra por aqui, decidi não pensar no assunto. Não enquanto via Alek entrar no quarto com uma bandeja de café da manhã.

Ele sorria nervoso e era uma delícia vê-lo assim. Seus sentimentos estavam começando a ser expostos diariamente, e eu adorava o fato de que estávamos nos conhecendo cada dia um pouco mais.

Alek se acomodou na cama armando a bandeja no meio de nós e me puxando para um beijo. Eu amava o fato de ele não se importar em demonstrar seus sentimentos mesmo eu estando com bafo, ou no meio de uma festa querendo beijar outro cara. Péssimas lembranças.

— Vou ficar mal acostumada desse jeito, Royd... – Falei sussurrando com nossas bocas ainda próximas.

— É a minha intenção, Soaint. – Ele sorriu e trouxe um morango até meus lábios. Mordi-o com seus olhos me encarando luxuriosamente. Uma chama se acendeu e se apagou em questão de segundos. Respirei fundo e vi Alek voltar para seu espaço. — Eu realmente quero que você apague qualquer outra imagem que tem de mim, Flora. Não estou te agradando para ser aprovado ou mostrar que mudei, mas porque gosto de você de verdade. O seu sorriso, ao ver cada coisa singela, me enche de alegria.

Ouvi-o falar e meu coração falhou uma batida. Aquilo era demais pra mim. Era o mais próximo de uma declaração oficial que eu havia ganhado, e, céus, como era boa a sensação. Como era bom se arrepiar e sentir o estômago dando um nó enquanto meu coração subia até a garganta. Eu queria sentir aquilo pelo resto da minha vida.

— Eu sei. Acredito em você. – Respondi — E não quero que sejamos do tipo que faz promessas que podem ser quebradas. Quero viver isso aqui, – peguei em sua mão — O agora.

Sorrindo, Alê concordou e me alcançou mais uma fruta. Nosso café da manhã não foi nem um pouco silencioso, mas sim cheio de palavras e um ânimo que nos fizeram esquecer o mundo lá de fora.

🌊

— Tem certeza de que estou adequada o suficiente? – Perguntei mexendo nos meus brincos mais uma vez.

— Não tenho dúvidas. – Alek enlaçou minha cintura e beijou minha boca.

— Vai estragar o meu batom – Falei nos afastando e rindo. Estava mais nervosa do que qualquer outra vez que tinha conhecido os pais de alguém. Nesse caso, seria somente a mãe, mas estava nervosa em dobro. Alek queria aproveitar que era seu último dia livre e que sua mãe estava em casa – apesar da agenda lotada – para jantarmos juntos.

Apesar de ter encontrado a mãe dele no jantar em comemoração a peça de Anna, não conversamos tanto. E ela sequer sabia que já nos conhecíamos. O nervosismo só demonstrava o quanto eu estava levando isso a sério.

— Beijos só amanhã. Já entendi – Alê falou fingindo estar emburrado e saindo do quarto. Eu não tinha dúvidas de que meus olhos brilhavam ao vê-lo.

Alek vestia uma camisa polo azul marinho e uma bermuda jeans, e parecia mais do que à vontade no momento. Fazia mais calor do que nunca naquela noite, por isso optei por uma camisa de seda dobrada até o cotovelo, um short jeans e saltos médios. Ainda que gotas de suor estivessem surgindo com o passar dos minutos, deixei meu cabelo solto e passei um pouco de maquiagem. Fazia tanto tempo que eu não fazia isso, conhecer oficialmente uma família, que meu estômago revirava pela ansiedade.

— Estou pronta! – Falei ansiosa encontrando-o na sala. Ele estava passando mais dias na minha casa do que na dele, por isso, quando pediu com cara de cão sem dono por aquele jantar, eu disse sim na hora.

Notei que apesar de tantos pedidos estarem sendo feitos nos últimos dias, eu ainda sentia falta de alguma coisa. Algum outro tipo de pedido. Mas antes que minhocas começassem a dar voltas em minha cabeça, voltei minha atenção à televisão.

Nosso dia havia sido proveitoso. Curtimos a praia e o sol até o meio da tarde, e acabamos nos aconchegando no sofá pelo resto das horas. Por isso, quando poucos minutos passaram das sete, decidimos nos arrumar.

— Ansiosa? – Ele perguntou me livrando dos pensamentos. Afirmei com a cabeça em resposta e sorri.

Minhas mãos começaram a suar assim que Alek estacionou em frente àquela casa que mais parecia uma mansão.

Minhas mãos começaram a suar assim que Alek estacionou em frente àquela casa que mais parecia uma mansão

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Na Sua Onda [COMPLETO] (Irmãos Soaint 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora