O salão no fim do corredor

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Eu fui jogada nos braços de duas mulheres, elas olharam para o assassino esperando por ordens.
- Limpem ela.
Então elas me arrastaram até um cômodo no corredor, lá tinha uma banheira com vapor subindo, minhas roupas foram arrancadas e depois fui colocada na água. Meu constrangimento só não era maior que minha teimosia em lutar contra tudo.
Elas agarraram meus braços uma de cada lado com força e pegaram esponjas e esfregaram por toda a sujeira. Havia lodo até atrás de minhas orelhas.
Deixei que me limpassem, me vestissem e penteassem enquanto eu tentava puxar as linhas, mas elas permaneciam sólidas. Não era o ferro que nos empedia de usar os poderes então, não estava limitado a uma cela. Talvez a comida. Mas aí me toquei que não tinha comido, nem uma única vez, e eu não sentia fome. Apertei minha barriga como se pudesse sentir que estava vazia. Nem um resquício de fome ou vazio, eu estava satisfeita.
Elas vieram para minha frente, como se fossem enfeitar meu rosto. Tentei puxar as linhas e quando elas não me responderam me levantei da cadeira e corri até a porta, ninguém tentou me impedir, então puxei a pesada madeira e me lancei no corredor. Para que lado?
Tudo parecia igual. Me abaixei e levantei a saia leve do vestido e corri. O que quer que aquele assassino pretendesse fazer comigo eu não deixaria. A direita foi o caminho que esvolhi. Com sorte terminaria em um lugar aberto. Meus pés estavam descalços ainda então o som que fazia ao se chocar na pedra não era alto demais, eu ia conseguir, quase podia ver a luz no fim do corredor até vê-la mesmo. Parei em um grande salão com diversas pessoas para todos os lados e um grande trono vazio. As pessoas mais próximas se viraram para mim e sussurraram, eu vi seus dentes, eram todos vampiros. Dei um passo para trás.
- Merda!
Merda merda merda, eu tinha me jogado em um monte gigantesco de merda. Dei outro passo quando mais vampiros olharam para mim e quando um deles apontou em minha direção corri novamente. Vampiros do mal. Eram todos vampiros do mal. Eu tinha dificuldade para aceitar que Liang, Lan, Gui e até o Trent eram vampiros, pessoas que me ajudaram, e agora eu estava bem de frente para meu pesadelo, vampiros do mal.
Não fui muito longe. Na verdade, não passei dos dois passos que já tinha dado. Mãos fortes seguraram meus ombros e eu bati de cara no tronco de alguém, quando olhei para cima vi os olhos dele, estavam brilhando como se sorrisse, mas a expressão que carregava no rosto era de ira.
- Aí está você. Tive que correr para alcançá-la. Venha.
Ele soltou um de meus ombros e me puxou pelo outro, sem nem olhar para a horda de vampiros fungando em nossa direção.
Eu não tinha como escapar.

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