O túnel

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O breu era tudo que eu via além dos olhos brilhantes de Aaron, não sei de onde vinha a luz que eles refletiam. Eu era guiada pelas paredes estreitas do corredor com minhas duas mãos nelas o que era motivo de muitos calafrios, teias de aranha e insetos que eu esperava não serem venenosos passavam por elas, meus pés chutavam coisinhas que eu suspeitava serem ossos, de ratos, apenas, rezava eu. Sef seguia atrás de mim e os únicos sons ali vinham de nós. Eu não gostava como aquela fortaleza era silenciosa demais. Barulho, para mim, era sinônimo de vida.
Eu parei de andar quando minha mão quase foi cortada por alguma protuberância de ferro bem velho e meu rosto foi coberto por teia. Parei no mesmo instante e tentei tirar o que tinha no meu rosto e mãos ao mesmo tempo, teia entrou na minha boca e a bagunça só piorou. Levou um bom tempo para passar, quando abro meus olhos o corredor está iluminado e vejo Sef carregar um candelabro.
- Pensei que a vela tinha acabado.
E tinha, me lembro muito bem do instante em que ela se apagou, eu senti o frio e o medo do que podia estar à frente e atrás.
- Achei no chão.
Olhei para o lado e na parede estava a ponta de ferro, o candelabro tinha vindo dali.
- Afinal, - voltei a andar, feliz por não ter que tocar mais nas paredes - para onde está nos levando, senhor gatuno?
- É uma surpresa.
- Qual o sentido disso?
Isso de manter segredo já estava me enchendo o saco. Olhei para Sef, ele deve ter entendido que eu eu não questionava a atitude de Aaron apenas.
No meio do corredor Aaron parou.
- Agora, eu preciso de ajuda, pisem naquela pedra.
Ele indicou uma rocha pequena entre as outras no chão próxima à parede. Eu, que estava mais perto, obedeci e mais uma vez a parede se movia.
À nossa frente estava mais um corredor, esse era iluminado, as paredes laterais eram seguidas por diversas barras e eu soube onde estávamos.
Quase corri para conferir cada um deles, mas fui impedida por Sef, a parede começou a se mover assim que sai de cima da pedra e fechou segundos depois, ela ficava aberta por tempo suficiente para uma passagem no intervalo de ser solta, vi a chance de saber como os outros estavam ir embora bem ali.
- O que está fazendo? Eles são...
Sef me encarou.
- A guarda. Eu sei, mas não é a hora de ver eles.
- Por que?
Aaron foi quem me respondeu.
- Eles não estão aí. Foram levados para algum tipo de revista.
- Para onde levaram eles, Sef?
Eu soava desconfiada, Sef percebeu, mas não deixou se abalar muito.
- O senhor os vê, todos os dias, ele manda que os levem até ele.
- Para quê?
- Testá-los.
- Como?
Ele hesitou.
- Os fazendo lutar contra as criaturas das trevas.
- Todos os dias?
Sef fechou os olhos como se não quisesse mais ver minha decepção.
- Sim.
- Para que ele faz isso? Alguém se machucou? - inspirei fundo - Alguém morreu?
- Três.
Aquilo me desequilibrou e eu tive que me apoiar na parede suja. Três tinham morrido. Mais três. Quem seriam? Oh Céus!
- Não se deixe abalar tanto, garota.
Encarei o gato atônita.
- Os integrantes da guarda morrem com muita frequência, não escutou as histórias? Baixas são frequentes, se morreram apenas três em três semanas então ainda estamos em taxas normais.
Normais? Como aquilo podia ser normal? Era inaceitável. Espera...
- Três semanas?
Desde quando tinha passado tanto tempo?
- Vamos voltar.
Sef começou a andar, mas parou e virou-se para mim.
- Venha, Tirya.
Ele me estendeu uma mão, e eu quis muito aceitar ela, mas continuei no mesmo lugar. Ele voltou.
- Você está com raiva?
Ele me perguntou como se fosse inocente naquilo tudo.
- Por que não me contou?
- E você iria ficar quieta? Me escutar? Ia confiar em mim quando eu dissesse que ia ajudar e que você tinha que ser paciente?
- Não! Mas devia ter contado.
Ele passou a mão pelos cabelos começando a ficar agitado, estava lidando com uma criança teimosa.
- Tem tanta coisa que eu não te contei, mas não significa que eu sou um mentiroso nem que eu vou te trair.
- Ah! É mesmo, você acabou de me lembrar que é um assassino cafajeste.
- Cuidado, garota. Não precisa agir assim.
Me voltei contra Aaron, por ele dizer aquilo.
- E você! Não se importa com seus companheiros sofrendo? Lutando todo dia por suas vidas.
- Isso eles já fazem a bastante tempo. Se eu não me importo, é claro que sim, não sou insensível. Mas eu sei que eles são fortes e que eu estou tentando ajudá-los, como posso. Então, como eu quero que eles acreditem em mim e não desistam, eu acredito neles e vou esperar a hora certa de agir.
Eu ainda bufava, mesmo entendendo que ele estava certo. Ainda me irritava aquela situação.
- Se você quer tirar eles o quanto antes dessa situação. Então seja paciente, amanhã tenha sucesso e depois disso seja rápida e eficiente, mas não ponha tudo a perder por sua falta de paciência. Eles estão aguentando ao máximo para que possam sair todos dessa juntos, com o mínimo de feridas.
Fechei meus olhos.
Inspirei.
Paciência.
Esse nunca foi meu forte. Parecia que tudo naquele plano envolvia paciência.


×××
Relou. Desculpem a ausência, eu não estava com muito tempo e ando tendo algumas dores de cabeça que me fazem dormir durante todo o meu tempo livre ínfimo. Então hoje não tem rodapé. Mas o próximo é o das fadinhas! Ou fae.
Bom uma coisa bem legal.

Uma leitora me perguntou que atriz eu achava boa para a a nossa Tirya, e eu pesquisei, muito. Mas nenhuma tinha tudo, todas faltavam os benditos olhos raros, entao eu desisti e procurei uma que apenas caisse bem na personagem e como não sou muito ligada em atrizes americanas (só conheço a Scarlet Johansson e a Milla Jovovich) não deu certo. Só conheço a Park Him Shye, a famosona hihihiji.
Entao decidi duas coisas.
1. Voy fazer um desenho mais ou menos de como imagino a Tirya, não sou lá essas coisas, mas vou tentar. E trazer aqui pra vcs. E decidi fazer isso com outros personagens.
2. Decidi perguntar quais atrizes vocês imaginam como a Tirya. Vamos lá. Das que vcs elegerem vou tentar encontrar entre elas a minha eleita para Tirya.
Me ajudem! Por favor.

Cidade de Magia - Aprisionada por EspinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora