- Onde estão meus amigos? Como eles estão? Tem mais alguém aqui além da guarda?
Ele se virou para mim devagar, ele enfim tinha lembradodo que significaria me ajudar, não demorou muito para ele fazer uma decisão.
- Estão nas masmorras, mas não se preocupe, estão vivos e saudáveis, só desconfortáveis. O senhor não iria torturá-los com mas do que um péssimo lugar para dormir, a não ser que o irritasse.
- Ah! É um grande alívio saver que estão em celas de pedra isolados e dormindo mal.
Falei com ironia. Ele andou na minha direção falando meu nome, meu nome de verdade, era um pedido em seus lábios, o lobo e o assassino andando juntos, a imagem de um e a mente do outro.
- Quando vai poder me provar? Hã?
Ele apertou os lábios e desviou o olhar, então soltou um longo suspiro.
- Se quiser, agora.
Abri bem meus olhos e me olhei intensamente para ele, como se aquilo confirmasse o que eu tinha achado escutar.
- Vai me levar até eles? Vai nos libertar? Todos nós?
- Vou. - meu coração palpitou e se encheu de alegria, eu poderia ver Ryan e Lan, percebi como eu me importava realmente apenas com duas pessoas ali, os outros tinham lá seu espaço em meu coração dividido, mas não era como aqueles dois, me senti mal por ser tão egoísta. - Mas não agora.
Meu peito desinflou como uma bola furada e meus olhos quase se fecharam.
- Por que me dá tanta esperança para logo em seguida rasgar ela mais que papel molhado?
- Eu falei a verdade. Apenas seja...
- ...paciente.
Completei impaciente para receber um aceno como resposta. Suspirei e ergui meu rosto.
- Então, como vai provar seu valor?
- Na verdade existem duas coisas, mas não acho que possa lhe dar as duas ainda...
- Então por que falou?
Ele mordeu o lábio inferior e ergueu os ombros, aquilo era tão familiar, tão normal e humano que por um segundo me senti em casa, minha mãe estava na sala de pintura e eu do lado de fora de casa, brincando com meu amigo de infância, mas tudo se evaporou depois desse segundo.
- Talvez eu quisesse que ficasse curiosa.
- Pois conseguiu, ande logo.
Ele cruzou os braços, a tatuagem destacando e clamando por atenção, ela era muito bem sucedida em seu serviço.
- Quando eu lhe provar, vai ter colaborar comigo, confiar e não vai mais tentar fugir ou esconder pregos, eu terei mais um par de olhos em você e...
- Certo. Apenas prove.
Ele acenou e voltou para a porta, a abriu e saiu. Encarei a porta por doze segundos até bufar e me sentar na poltrona. Vamos ver o que ele tinha para mim.
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Cidade de Magia - Aprisionada por Espinhos
FantasyEles foram capturados. Toda a guarda da Cidade dos Contos está presa. Nas mãos de um mal já conhecido, mas não por Tirya. O rei sem coroa finalmente aparece e com ele traz um passado que o liga a ela de uma forma inesperada. Um amigo antigo retorna...