Quarto

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Um quarto. Ri de minha idiotice, eu esperava uma sala de tortura com muitos brinquedinhos, mas se realmente o fosse para que estaria usando um vestido idiota?
Vamos brincar, ele tinha dito. O que significava?
Permaneci parada olhando o cômodo e seu dono, ele tinha se jogado na cama gigante depois de tirar a jaqueta, eu vi as tatuagens que desciam por seu ombro até a altura do cotovelo, pareciam uma escrita que eu desconhecia. Ele repousava a cabeça confortavelmente nas mãos. Ele me encarava e eu o encarava de volta, duas serpentes se olhando antes de dar o bote, a primeira venceria.
- O que pretende comigo? Não me respondeu antes.
Avancei contra ele, mas aquela cobra era esperta e tinha previsto meu movimento.
- Eu disse que íamos brincar.
- O que significa isso?
Ele estava mais alto agora, as presas escorrendo veneno enquanto eu tentava me defender.
- O que parece significar?
- Não sei, que virei um objeto?
Me ergui e alcancei ele, agora eramos duas najas.
- Não. Você está brincando também. - ele apontou para mim - Seus olhos brilham com diversão.
- Não estou me divertindo agora.
Ele sentou com um impulso, eu estava distante o suficiente, em pé, próxima à porta, para não precisar recuar.
- Me diga porque.
Estreitei meus olhos para o assassino, ele parecia tão normal, exceto por aquelas tatuagens.
- Ainda tenho que dizer porque não estpu feliz presa em um lugar que não conheço e cheio de vampiros e assassinos e meus amigos e companheiros presos ou mortos, eu não pude ver eles por dias...
Demonstrei emoções demais, apego demais e isso era uma fraqueza, eu sabia e mesmo assim falei.
Ele permaneceu calado por um bom tempo antes de se levantar e andar até mim parando a uma distância respeitosa por crédito dele.
- O que faria se pudesse encontrá-los nesse instante? Que preço pagaria?
Era um teste. Quase ri, estava sendo testada por um assassino. Antes que eu respondesse alguém bateu na porta atrás de mim. O assassino exibiu os dentes expressando raiva.
- Quem?
A voz soou baixa atrás da porta.
- O senhor o chama.
Ele olhou para mim então deixou os ombros destencionarem.
- Fique aqui. Se tentar escapar aviso que muitos dentuços estarão circulando por aí e mais cedo ou mais tarde vou te-la de novo. Sou melhor que Lealaps.
- O caçador nato, assassino canalha.
Ele riu.
- Cuidado, não me chame assim quando se tem tantas orelhas para escutar.
- Afinal, o que quer comigo? Por que me manter aqui, me tirar da cela?
Eu estava quase suplicando para que ele me respondesse, mesmo que fosse o inimigo.
- Eu já disse, nós vamos brincar. Tente se lembrar disso.
E saiu fechando a porta com força.

Cidade de Magia - Aprisionada por EspinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora