Correr aleatoriamente por aquele castelo não era muito inteligente, por isso tive que voltar para o salão antes de seguir para o quarto de Sef. Corredor a mais, lances de escadas, outro corredor e porta e mais corredor. Eu estava quase lá quando o vi vindo da direção oposta. Ele caminhava com fúria nos pés, conforme se aproximou vi a carranca de mal encarado e eu me arrependo profundamente de ser tão confusa. Antes que ele chegasse mais perto iniciei outra corrida. Ele se surpreendeu e parou. Eu não tinha mais paciência. Não precisava ser. Não me importava se ia sofrer com aquilo. Ryan estava certo. Se ele estava disposto a sofrer então eu também estava. Me lancei contra ele com tudo. Ele já não sabia se reagia brigando ou retribuindo o meu abraço. No fim ele colocou as mãos na minha cintura, mas para me afastar. Antes que o fizesse eu me distancie, ainda o segurando.
- Me desculpe! Desculpa, desculpa, desculpa! Eu sou uma idiota! Se você não se importa então eu também não vou me importar. Eu estava errada e não sabia, mas eu não ia aguentar que você sofresse então...
Ele fez uma careta e me interrompeu.
-O que você está querendo dizer?
Eu parei. Eu estava sendo confusa mais uma vez. Por que eu era tão ruim com palavras?
- Eu te amo.
Ele ficou quieto. Depois perguntou.
- O quê?
Eu sorri.
- Eu te amo.
Falar aquilo era tão fácil. Tão natural.
- Acho que vai ter que repetir, porque não escutei.
Entendi a brincadeira dele então segurei seu rosto e fiquei na ponta dos pés e sussurrei.
- Eu. Te. Amo.
Ele sorriu. Depois ficou sério.
- Se pensa que aceito assim tão fácil está enganada. Ainda estou zangado com você. Não tenho nada...
- Ah! É?
Ele estreitou os olhos.
- É.
Fingi pensar em alguma coisa.
- Que tal isso?
Então eu o beijei. Depois me afastei e vi um largo sorriso. Ele pôs uma mão nas minhas costas.
- Ainda acha que sou fácil. Vai ter que me dar muito mais que um pequeno beijo.
- Mesmo? O que então pode compensar para esse senhor difícil?
Ele sorriu de lado, tão lindo, satisfeito por me ter em suas mãos. E ele realmente tinha. Eu faria qualquer coisa por ele.
- Muitos desse.
Dessa vez ele me beijou. Mais profunda e intensamente. Quando nos afastamos ar nos faltava. Sef ficou sério.
- Nunca mais diga que não pode ficar comigo ou que eu vou sofrer por você.
Segurei seu rosto, o calor intenso na minha pele e suas mãos eram tudo que eu sentia.
- Nunca mais deixe o meu lado.
Ele sorriu e me girou me encostando na parede fria de pedra, ele apoiou um braço acima de minha cabeça e abaixou a dele até a altura da minha ficando distante apenas por tempo o suficiente para dizer.
- Nunca mais.•○°○•
Meu pai tomava uma sopa quente que Red havia preparado. Eu o olhei longamente antes de me aproximar e sentar ao seu lado. Ele parou de comer e olhou para mim, tinha ganhado mais vida, mas ainda parecia destruído. Sef estava ali também, mas do outro lado, para que eu conseguisse me aproximar dele por mim mesma. Olhos iguais aos meus me encaravam, o cabelo loiro quase branco caía em seu rosto, mas ele não se importava.
- O senhor nos ajudou.
Foram minhas primeiras palavras inúteis. Tinha ensaiado antes, mas o nervosismo não deixou que saísse nada decente.
- Tentei ajudar muitos.
- É surpreendente como alguém preso como o senhor conseguisse pensar em outros.
Ele voltou a olhar para a sopa, aproveitei a privacidade visual para sentir meus batimentos acelerados.
- Era para que eles pudessem me ajudar.
Eu não ia resistir, teria que tirar uma casquinha dele.
- E o que o motivou tanto? Se está preso a tanto tempo que até esqueceu do próprio nome...
Ele demorou para falar, a voz ainda rouca, mas muito melhor.
- Eu queria ver a mulher que amo mais uma vez.
- Qual o nome dela?
Ele se encolheu.
- Não lembro.
Ele parecia prestes a chorar. O que era muito estranho. Geralmente quem chora é o filho pro pai, não o contrário. Automaticamente eu coloquei uma mão nas suas costas para reconforta-lo.
- Que tal se eu lhe der um nome?
- Não me importo. Apenas quero ver ela novamente.
Aquilo me machucou de um jeito que não sei explicar.
- Será Darryl.
Ele travou por um segundo, depois ergueu o rosto, a postura mudando para mais ereta e ele virou o rosto para mim.
- Esse nome... é familiar.
Sorri para ele.
- Eu sei.×××
Foi tão fácil né? Ela conseguir ajeitar tudo com o Sef. Mas é por eles estarem tão ligados um com o outro... é lindo isso entre eles, mais simples também.Ah! Novidade!
Lembram do Eternamente que eu tinha falado antes? Poise, eu mudei ele todinho e esse vai ser o novo livro que eu falei antes: Os Eternos.
Vou publicar no final dessa semana os três primeiros capítulos e vou seguir semanalmente. Já tenho quase todos os capítulos do resto do ano, por isso se quiserem acompanhar podem ir tranquilos que não vai ter aquela travada no meio. Já acrescentei mais detalhes e eventos a ele. Olha só a capa!Dando amostra pra vocês por já serem meus ALA!
Exclusividade ó!
Kkkkk
Vai ser massa...
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Cidade de Magia - Aprisionada por Espinhos
FantasyEles foram capturados. Toda a guarda da Cidade dos Contos está presa. Nas mãos de um mal já conhecido, mas não por Tirya. O rei sem coroa finalmente aparece e com ele traz um passado que o liga a ela de uma forma inesperada. Um amigo antigo retorna...