O que é amor?

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- Não podemos ficar aqui nem mais um segundo!

Um dos homens gritou. Os demais humanos atrás dele acenando e concordando. A guarda formava uma linha frente a eles, comigo junto. Sef deu um passo para frente se interpondo entre nós e eles.
- Vocês podem e vão ficar. Se não quiserem morrer.
A ameaça fez alguns darem um passo para trás, mas o homem à frente deu um para o lado, olhando para todos nós, para mim.
- Saímos das celas mas permanecemos prisioneiros? Meu povo quer apenas voltar para casa...
- Não percebe que estamos tentando fazer isso? De forma segura.
Sef quase rosnava e eu quase via a escuridão o envolver para dar vistas ao grande lobo.
- Quando voltaremos então?
Than também se aproximou, com o rosto suave e tranquilizador, apesar da cicatriz.
- Estamos aguardando informações de que a floresta é segura. Caso não teremos que levá-los conosco.
O líder humano tinha se acalmado, mas o olhar permanecia esperto.
- E para onde nos levarão? Desculpe, sei que nos libertaram, mas o que são vocês?
- Melh-
Than interrompeu Sef e com um olhar mandou que se afastasse.
- Somos diferentes e iguais. Somos o que somos e vocês podem confiar em nós.
- Sabemos que são coisas diferentes. Nós vimos um de vocês. Aquele cercado de sombras... não queremos nos envolver com o Mal.
Than suspirou. Kishan dava um show com suas sombras enquanto permanecia desacordado. Todos tinham se assustado com como as sombras dançavam sobre ele.
- Não somos o Mal. Os ajudamos, certo? Confiem um pouco mais.
- Meu povo apenas não quer sofrer mais...
Eles se afastaram, voltando ao grande salão onde os feridos e doentes estavam. Than se virou para nós e quando os humanos estavam distantes o suficiente para não ser escutado ele gritou com Sef.
- O que acha que estava fazendo os ameaçando?
Sef respondeu no mesmo tom.
- Eu estava os controlando!
- Parecia mais que ia arrancar a cabeça do homem! O que há na sua? É mesmo um aliado?
Sef se virou com raiva, nosso olhar se cruzou e eu senti a culpa, o chão tomou meu campo de visão e eu escutei ele sair batendo os pés com força, senti a mão fria de Lan no meu ombro.
- O que aconteceu?
Olhei para ela. O que aconteceu?
- Eu fui uma idiota com ele.
Ela riu de lado.
- Tudo bem. Acontece.
Havia culpa no olhar dela e eu senti também. Estávamos dividindo aquele fardo e dor com a ligação que a maldição tinha feito entre nós. Depois de vê-la ferida eu entendi cada dor aguda que eu sentia repentinamente. Era ela que estava sendo ferida.
- Precisamos resolver isso logo. Como saímos daqui, Tirya? Eles não vão esperar muito mais.
Than tinha feito com que todos voltassem suas atenções para mim.
- Sef...
- Estamos esperando pela chegada do filho de Titania. Ele trará uma chave.
Ryan falou por mim. O agradeci silenciosamente. Ainda teria que ter aquela conversa com ele. Responder suas perguntas. Than suspirou.
- É bom que chegue logo. Ou teremos uma revolta vazia aqui. Bom, continuem ajudando a cuidar dos feridos. E Red, volte para a cozinha, temos muitas bocas para alimentar. Fray e Lan vão ajudar. Cuidem!
Todos se dispersaram, ficando apenas Ryan e eu ali. Ele olhou ao redor e se aproximou.
- Precisamos conversar.
Olhei para ele atrás de reconforto.
- Tudo bem.

Estávamos em um cômodo vazio que tínhamos encontrado no corredor mais próximo. Eu não tinha como levá-lo para o único lugar familiar naquele castelo pois ele pertencia a Sef e eu tinha feito a pior coisa com ele, de acordo com ele próprio.
- Você brigou com o cão?
Suspirei. Claro que Ryan iria se preocupar comigo antes de descarregar suas perguntas em mim.
- Um pouco...
- O que aconteceu?
Dizer aquilo... parecia... pesado. Mas, se não contasse a Ryan, a quem contaria? Até mesmo Lan carregava peso demais.
- Eu disse que o amava.
- O que? - Ele gritou - Você... Mas ele... por que ele parece disposto a matar o primeiro que ver?
Me encolhi.
- Eu também disse que não podia permitir isso...
- Por que?
- Eu... - olhei para ele - estou confusa, Ryan. Confusa!
Ele fez uma careta.
- Com o que? Comigo?
O empurrei de leve.
- Não estou brincando!
- Seria por causa da pessoa que você falou antes? A que tem seu coração.
Inspirei fundo e senti a dor e culpa.
- Não. É que... é que depois de tanto tempo. Depois de encontrar ele de novo eu não sei mais o que fazer. Parece que eu estou destinada a confusão e que eu o forcei a me escolher... Ele traiu quem mais considerava por mim e eu sinto que estou destruindo ele com isso...
- Ah! Tirya...
Ele segurou meu rosto e me obrigou a encara-lo.
- Você não sabe que o amor é exatamente isso? Sacrifício, dor e... esperança.
Tentei rir.
- É o que todos dizem...
- Não. É o que eu sei.
- Já amou...
Ele olhou para cima, as estrelas brilhando naqueles olhos mesmo sem ver o céu.
- Intensamente. E sofri muito por isso.
- Então...
Ele voltou a me olhar.
- Não me arrependo. Tirya, não gosto desse seu cão sarnento, mas... se você o ama, aproveite ser retribuida. Quando amamos estamos bem dispostos a sofrer por isso. Certo?
Acenei.
- Então, agora me responda. O que aconteceu com Alex?

×××
Gente, estou tão acostumada a escrever grandes capítulos no outro livro que esse aqui saiu grande! Kkkkk
Enfim, o Ryan não é demais? Acho que vocês entenderam o que aconteceu depois do Capítulo anterior...
Bem, eu me sinto um pouco mal pelo Shun. Sinceramente eu torço por ele por dois livros, mas agora sou tão Sef... não se preocupem, não vou deixar me influenciar pelo que sinto. Tudo isso aqui já tinha sido planejado, lembrem!
Bom, esse vai ser o menor livro da série, desculpem.
Ah! Estou no pinterest, se quiserem dar uma conferida na conta de Brighid Vardamir vão ver um pouco do projeto em que estou trabalhando. Ele vais ser tão massa! Estou super empolgada com ele. Bem, vou indo...

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