Os dois pareciam rosnar um para o outro como cães sarnentos de rua.
- Tudo bem. Faremos assim: eu falo com Sef e depois respondo o que quiser, Ryan. Tudo bem?
Ele continuou olhando para Sef até que eu o tocasse. Os olhos estelares se voltaram para mim, mais suaves.
- Não gosto dele.
Eu suspirei.
- Eu também não gostava. Com o tempo vocês devem se entender.
- Para mim ele é um grande desgraçado.
Eu ri quando escutei o que foi um rosnado de verdade vindo atrás de mim.
- Eu também dizia isso dele. Por favor, o dê uma chance.
Ele pensou por um instante.
- Tudo bem. Farei isso por você. - ele abriu um sorriso de lado - Não sou incrivelmente perfeito?
E piscou para mim. Sef bufou atrás, gargalhei dos dois. Ryan convencido tinha voltado para mim.
- Certamente.
- Estarei esperando por suas respostas.
Acenei e coloquei a mão em quatro encostada na testa.
- Sim senhor.
Prestei uma continência um pouco debochada e ele riu.
- Não demore.
Ele se virou e voltou para Alex. Mal tive a chance de olhar para ele e Sef já me puxava em alguma direção.Seu quarto. Era onde ele tinha me levado. Assim que fechou as portas jorrei minbas perguntas sobre ele.
- O que Eric queria com essas pessoas? Ele roubou Alex? E por que você ou eu ou Kishan ou Ryan estamos todos intocados? Tem algum limite para a quantidade de inscius que podemos roubar?
Ele pousou as mãos nos quadris absorvendo cada pergunta.
- Pensei que fosse perguntar sobre seu pai.
Abri bem os olhos. Meu pai! Então era ele mesmo. E Sef sabia! A aparência quase não podia negar, mas... deixar aquele feixe de esperança brilhar para ser apagado com um balde de água fria tinha me impedido de deixá-lo crescer. Agora era do tamanho de toda a minha extensão.
- E... Ele... eu...
Sef gargalhou.
- Sim. Ele é seu pai. Darryl. Ele esteve aqui por anos. Mas... terá tempo com ele. Quais eram suas perguntas mesmo?
Ele estava me provocando.
- Sef...
Bastou para que ele começasse a dizer.
- Sim. Eric roubou Alex. Ela era semideusa, tinha um belo poder absurdo de regeneração. Não a deixava imortal, mas foi suficiente para Eric desejar absurdamente. Então ele tomou dela. E... Ele não roubou de você ou de mim por dois motivos. Existem limites para esse poder. Para roubar, você deve ter tocado e visto o poder antes. E outro, não podemos roubar dos da nossa espécie, nem de deuses expulsos. No caso deles... suspeito que seja por serem como nós, não fomos reconhecidos por humanos. Há também um limite da quantidade de poderes que podemos roubar e guardar.
Ele mostrou o braço.
- Até que nossos corpos se cubram com as tatuagens. Quantas couberem em nossos corpos.
Passei a mão sobre sua pele até o ombro. Nossos olhares se encontraram. Ele fez uma careta.
- Que tipo de relação você tem com ele?
- Quem?
Saí do transe de suas marcas e olhos.
- O Deus expulso.
- Somos amigos.
- Mesmo? Só isso?
Acenei.
- Ele parecia bem... ciumento.
Conter o riso foi impossível.
- Você também.
- Tenho motivos.
Ergui uma sobrancelha
- Mesmo? Quais?
Ele me tocou, passando a mão em meu braço nu, se aproximou e encostou nossas testas. Nossas respirações se misturaram.
- Não sente? Somos ligados, Tirya.
- Sinto sim. Você é meu amigo...
Ele me interrompeu.
- Não nosso passado. Aqui. Agora. Eu sinto você. Sei que seu coração está batendo rápido, sei que está confusa. Tirya. Nós somos companheiros, parceiros.
- Como assim?
Saiu em um suspiro.
- Almas gêmeas.
Ele estava a menos de um centímetro. Um centímetro para um beijo.
Se eu o sentia? Não sabia disso. Eu sentia a mim. E como ele havia dito eu estava confusa. Como tinha dito meu coração me traía em um ritmo grande demais.
Eu sabia que se me movesse poderia tornar aquilo real, poderia me entregar a aquele instinto que gritava vá em frente.
Mas... O que eu faria depois?
O mundo girou. Eu senti o meu poder, senti que, mesmo que não tivesse provocado aquilo intencionalmente, eu estava esfriando o ar a nossa volta. Neve começou a cair ao redor. A dúvida me atingindo e uma certeza também. A certeza de que era ele. Uma certeza que já existia, mas eu não tinha reconhecido.
Sim! Eu o amava.
Mas como eu podia dizer aquilo o conhecendo tão pouco?
Não. Eu o conhecia sim. Sabia cada mania de movimento, reconhecia o andar, o olhar. De algum jeito eu sentia que sabia até mesmo que comidas ele gostava ou disgostava. Algo em mim dizia que eu sabia tudo dele e ainda mais.
Então, eu iria me mover para frente ou para trás?×××
Ok. Começou como uma cena de briga e terminou em uma cena romântica...
Kkkk ok
O que ela vai fazer?
Bom. Eu já sei hihihi.
Vocês gostam do Sefran tanto quanto eu? Bom, gosto mais do Ryan, mas sabemos que ele e a Tirya nunca vão passar de amigos. Mas e os outros? E o Shun? Ela se perdeu tanto no Ser que esqueceu o Shun?
Kkkkk
Sim, sou cruel por provocar todas essas perguntas.
Mas estou tão feliz com meu telefone novo... ^^
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cidade de Magia - Aprisionada por Espinhos
FantasyEles foram capturados. Toda a guarda da Cidade dos Contos está presa. Nas mãos de um mal já conhecido, mas não por Tirya. O rei sem coroa finalmente aparece e com ele traz um passado que o liga a ela de uma forma inesperada. Um amigo antigo retorna...