Cidade de Magia - Aprisionada por Espinhos

Cobrando dívidas

- O que?

- A aposta, estou cobrando.
Titania parou e riu para o teto, quando nossos olhos se encontraram ela ficou séria.
- O que você quer?
- Que me ajude.
- Ajudar no que?
Comecei a ficar nervosa. Eu precisava de ajuda para tantas coisas. Viver era uma delas naquele instante. Mas tinha que haver prioridades.
- Eu preciso que me ajude a libertar a guarda.
- Garota, você precisa ser mais específica. Que guarda?
- A guarda real da cidade dos contos.
Ela mordeu o lábio inferior e olhou para Adrian. Ele não olhava para ela.
- Não somos idiotas. Vocês vãoorrer aqui e... - ele veio em nossa direção eu fui para trás e logo prendi Sef entre mim e a porta, Sef passou o braço na minha frente e mudou nossas posições - hoje!
Nada veio. Titania tinha entrado na frente de Adrian.
- Honro minhas dívidas, meu garoto. - Sef saiu da minha frente.
- Então pague.
Sef falou entre dentes. Suspeitei que estivesse irritado por eu pedir aquilo a ela, alguém que estava tentando nos matar, sendo que era ele quem estava incubido dessa missão. Missões. Parecia que tudo que Sef fazia era cumprir missões. Titania abaixou o braço, Adrian estava em prontidão para pular em cima de nós.
- Eu pago. Mas antes quero que me prove que eu realmente errei. Me mostre o que você é.
Engoli em seco. Pense...
- Também vou precisar de ajuda para isso. - antes que ela viesse a contestar resolvi me explicar logo - Fui enfeitiçada. Meu inscius está bloqueado.
Ela olhou para meu pulso.
- Maldição?
- Não. Feitiço de bloqueio.
Sef respondeu por mim. Titania mordeu o lábio novamente e sorriu.
- Pois bem, vamos cuidar disso. Mas quero uma garantia de que não vai fugir ou forjar alguma coisa. - ela esperou alguns segundos me olhando com intensidade para então passar o olhar para Sef. - Me entregue o bonitão.
- O que?
Ela rolou os olhos.
- Apenas enquanto cuidamos disso.
- Na...
- Ela não vai conseguir fazer a poção sozinha.
- Empresto meu Adrian.
Os dois ficaram nervosos.
- Não aceito isso!
- Não vou deixar ela com... - Adrian se virou para Sef. - um meio demônio.
O olhar de Adrian mudou e eu pude ver o gentil retornar e ficar triste. Quase senti pena dele.
- Então que feitiço é, especificamente?
- Das Gerlaki. O feitiço de prisão e bloqueio.
- Gerlaki? No que vocês andaram se metendo?
Ficamos calados e ela suspirou.
- Tudo bem. Tenho uma poção por aqui... Não acredito que vou desperdiçar ela com invasores e espiões.
- Não invadimos nada.
Nos defendi. Ela sacidiu a mão no ar dispensando minhas palavras e se voltou para o filho.
- Vá pegar. Sabe qual é?
Ele acenou e sumiu dali. Depois se virou para nós e com o indicador chamou por Sef.
- Agora venha aqui. Não vou ficar sem uma garantia.
Sef começou a andar, mas o parei.
- Como vou saber que você não vai matá-lo?
Ela sorriu.
- Não vai saber. Apenas acreditar que eu honro com minha palavra.
- Tudo bem.
Soltei Sef.
- Certeza?
Ele se aproximou e colocou uma mão sobre minha cabeça a passando para minha nuca.
- Confio em você.
- Eu não confio nela.
Titania tossiu. Sef me impediu de olhar para ela. Nossos olhos se encontraram.
- Unidos.
Por um instante achei ter entendido aquilo, mas quando ele se afastou e foi até a fada que colocou o punhal na garganta dele novamente eu fiquei em dúvida.
Adrian voltou, tinha uma pequena garrafa nas mãos e me entregou, o líquido era cinzento.
- Beba!
Saquei a rolha e o cheiro invadiu meu olfato. Parecia sangue seco com álcool. Fechei meus olhos de virei a garrafa, tomando tudo sem respirar. Quando terminei minha garganta ardeu.
- Agora, prove!
Encarei Titania. Ah! Eu ia provar.
Puxei as cordas e as senti moles novamente, mais leves também.

Finalmente! Já estava ficando impaciente.

O homem que lembrava um índio falou em minha mente. A mulher apenas sussurrou.

Quando precisar de mim...

Ela não vai! Eu sou mais forte. Me use!

Senti a gentileza dela se afastar, mas senti os espinhos que me lembravam a garotinha ruiva. Olhei para Titania mais uma vez. Aquele punhal realmente me incomodava, a forma como ela tocava Sef me fazia querer incendiar aquela casa.
Ora, por que não?
Puxei a corda e chamas acenderam em volta de mim e se alastraram para todos os lados. Titania deixou o punhal cair Adrian pulou para trás e Sef permaneceu parado.

×××
Depois de uma semana muito difícil eu escrevi. Quase deixava para amanhã mas nao quis fazer vocês esperarem mais. Espero que curtam!