Cidade de Magia - Aprisionada por Espinhos

Tristeza e dor

Meu corpo estava pesado e minha cabeça latejava. Abri meus olhos e vi Sef na minha frente. Me lembrei do que tinha acontecido de manhã cedo. Eu tinha começado a chorar depois de escutar ele falar sovre o passado, sobre minha mãe, sobre ela e Eric.

"- Tem algo mais que não lhe contei ainda.
Eu estava prestes a chorar novamente, mas dessa vez me afundando em tristeza. Olhei para ele já desanimada, o melhor já tinha vindo, com certeza, então o tinha de vir ainda era ruim.
- Sua mãe, ela está...
- Você sabe onde ela está?
Agarrei suas mãos, esperança acalentando meu coração. Ele não parecia feliz.
- Ele a tem, Eric a tem.
- Como?
Minha mente ficou branca, força faltou às minhas pernas.
- Ela está no castelo.
Ela estava lá. Presa, provavelmente no escuro, com frio. Eu não a vi. Se tivesse... Mas se tivesse o que faria? Fraca e inútil, nem mesmo meus planos funcionavam, estava completamente dependente de Sef. Uma dor extremamente forte atingiu minha barriga, lágrimas desceram e eu desabei. Dor e tristeza se misturaram terrivelmente. Sef me segurou.
Mais tarde ele me pôs na cama, ele era tudo de mais seguro que eu tinha, a única certeza além da dor e tristeza e desespero e angústia, não deixei que se afastasse de mim. Ele ficou ali comigo, em silêncio e secando minhas lágrimas até que o cansaço me derrotou e eu dormi. Dormir deixava tudo mais simples."

Não devia ter passado muito tempo, a luz ainda não era muito forte. Me levantei.
- Melhor?
Sef continuou deitado.
- Sim.
A dor na minha barriga tinha passado. Tinha sido muito forte, parecia que tinham enfiado uma faca nela. Quando coloquei meus pés no chão percebi o frio, quando expirei uma nuvem se formou, olhei para Sef.
- Aconteceu assim que você começou a... chorar. Sua aparência também...
Ele apontou para um pequeno espelho, caminhei até ele e me olhei, o cabelo estava quase branco, minha pele estava muito pálida, os olhos... eles tinham ganhado ainda mais cor.
- Como eu disse, esse lado é mais natural a você.
Me virei e estendi os braços para frente, mostrando meu corpo para enfatizar o que diria, Sef tinha se levantado e começava a vir na minha direção, a sua respiração era visível.
- Todos os draconianos são assim?
Ele deu de ombros.
- Draconianos eram famosos por sua beleza incomum.
- Não me referi a isso.
Ele riu de leve, talvez fosse o frio, mas ele parecia um pouco retraído.
- Não vi muitos, mas estudei. Existem várias espécies, a sua deve branco alpino, não digo com certeza, existem outros capazes de fazer o mesmo que você.
Me virei para o espelho mais uma vez, não era vaidade, mas eu também estava impressionada com aquela aparência. Sef colocou as mãos nos meus ombros, ele estava frio.
- Essa é você, de verdade.
- Não parece muito surpreso.
- Já a vi assim algumas vezes.
- Algumas? Pensei que apenas na floresta...
- Não, quando éramos crianças, uma vez você caiu de uma árvore e acabou usando seu inscius para se proteger, ficou desse jeito por alguns minutos. Foi assim que descobri que você também não era humana, sua mãe me contou tudo depois, assim como eu tinha contado para ela depois que me ajudou.
- Minha mãe...
Me virei, ele não deu um passo para trás e eu não tinha para onde ir, então tive que olhar para cima.
- Ela já sabia o que eu era, por isso me ajudou. - ele mostrou uma runa no seu pescoço - Essa eu já tinha quando ela me encontrou. Contar para ela não foi difícil.
Suspirei.
- Ela é incrível.
- Sim, e é por isso que também vamos tirar ela de lá.
A esperança brotou e ficou dessa vez.
- Vamos, temos que por o plano em ação.
Segui ele até a porta e quando abriu lá estava a sra fae dona da pousada. Ela olhou para nós dois e sorriu.
- Já estão indo? Estava vindo arrumar o quarto.
- Sim. Obrigada pelo quarto.
Ela acenou. Nós saímos e eu escutei algo cair, quanfo olhei para trás vi a sra dizer:
- Por Titania!
O quarto estava um refrigerador. Bom, Titania também tinha sua participação naquilo, afinal, fora era quem me libertou do feitiço.