Trust me || Sterek ||

O Código

Derek respirou fundo mais uma vez antes de entrar na Escola Preparatória Beacon Hills. Nada. Não havia ninguém ali. Ele não sentia o cheiro de ninguém. A escola estava vazia.

Ele assentiu para o xerife, dizendo que eles podiam entrar.

A escola estava completamente escura. Derek teve uma vaga lembrança de quando ele andava por aqueles corredores. Eram boas lembranças. Lembrou de seus antigos amigos, de como adorava jogar basquete, de Paige...

Balançou a cabeça, afastando seus pensamentos.

Os dois avançavam pelo corredor cheio de armários devagar. John tentava ir na frente, mas Derek arrumava um jeito de ficar lado a lado com ele. Nas mãos, o xerife levava sua arma e uma lanterna, que ele apontava para ver o caminho.

- Sabe, - a voz de Derek era baixa. Ele encarava o revolver com uma careta. Não gostava de armas. - só porque aquele cara estava conectado com o wi-fi da escola, não significa que ele ainda esteja aqui.

- Eu sei. - John assentiu. - Mas eu já vi o bastante dessa escola para só andar aqui à noite com uma arma na mão.

Daquilo Derek não pôde discordar. Eles andaram mais alguns segundos, até o xerife parar no lugar. Derek franziu as sobrancelhas para ele.

- Sangue. - John apontou com a cabeça.

Derek seguiu o olhar do outro. Ele demorou um pouco para ver. No chão, vindo de baixo de uma porta que provavelmente dava para um armário de vassouras, uma poça de sangue se espalhava. Se John não estivesse ali, Derek nem a teria notado.

- Isso não faz sentido. - murmurou para si mesmo.

- Não diga. - John bufou, olhando em volta.

- Não foi o que eu quis dizer. Eu devia ter sentido o cheiro do sangue antes mesmo de entrarmos.

O xerife não respondeu. Derek não o culpou, ele mesmo não sabia o que dizer. O que estava acontecendo? Era lua cheia, ele devia estar com todos os sentidos mais aguçados.

E não só isso. Ele devia estar sentindo alguma coisa.

Derek não sentia nada. Não sentia os efeitos da lua. Não tinha que se concentrar para se controlar. Nada. E ainda que ele estivesse na frente do sangue, ele ainda não conseguia sentir seu cheiro.

Ele se aproximou da porta. De acordo com seus sentidos, não havia ninguém do outro lado. Mas a última coisa que ele confiava naquele momento eram seus sentidos.

Levou a mão até a maçaneta. Mas, antes que ele pudesse abrir porta, John agarrou sua mão, afastando-o.

- Espera. - seu olhar para Derek era de reprovação. - Seu nervosismo me deixa nervoso.

O beta franziu as sobrancelhas. Ele não estava nervoso, estava?

O xerife aproximou a lanterna da pequena janelinha no topo da porta, olhando dentro da sala. Derek esperou que ele dissesse que havia um corpo ali, mas John não viu nada.

Ele fez um sinal com a cabeça, dizendo para Derek se afastar. O beta deu alguns passos para trás enquanto o xerife se posicionava estrategicamente do lado da porta. Ele apontou a arma para ela com uma das mãos, e, com a outra, agarrou a maçaneta e lentamente a abaixou, abrindo a porta.

John deve ter aberto a porta apenas dois centímetros antes de parar, prendendo a respiração.

Derek ficou tenso. Se aproximou de John e se ajoelhou no chão, olhando pela abertura. Não havia nenhum corpo ali, como ele tinha suspeitado. No centro daquele pequeno armário de vassouras, havia uma pequena caixa de metal, com vários fios e tubos saindo ele. Derek reconheceu aquilo no mesmo instante.