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Derek ia só olhar. Era só isso, ele só ia olhar. Estacionou o carro alguns quarteirões antes do apartamento e correu a distância que faltava. Quando estava na forma de lobo, encontrou todas as câmeras do lado de fora, e percebeu um pequeno ponto cego na parte leste. Não era muita coisa, mas era o suficiente para Derek se aproximar dos muros sem ser visto.

Esperou do lado de fora. Podia ouvir barulhos e sussurros no estacionamento do prédio, mas não conseguia ouvir exatamente o que diziam. Em forma de lobo, podia ouvir cada andar daquele apartamento, mas preferiu ficar na forma humana. Tinha outros jeitos de conseguir ouvir melhor. Era mais arriscado, mas tomaria cuidado. Seria rápido.

Saltou sobre o muro. O estacionamento era do outro lado da propriedade. Derek precisou esperar, procurar e analisar muito bem onde todas as câmeras estavam, e as melhores rotas que poderia seguir. As vezes, algum segurança ou morador passava por ali, mas não o viam. Estava escondido. Quando julgou ser suficiente, saiu dali. Andou rápida e silenciosamente pelo caminho que provavelmente evitava câmeras e com certeza evitava pessoas.

Estava quase no estacionamento quando os ouviu. Várias pessoas, saindo e entrando dos elevadores e escadas, se dirigindo aos carros e então voltando aos apartamentos, carregando coisas. Quando Derek pulou sobre os muros do estacionamento, se escondeu atrás de um dos carros, longe de onde estavam.

Dava para vê-los claramente. Pelo menos sete deles, colocando malas na traseira de carros, conversando aos sussurros, vigiando em volta. A proprietária, Karen, estava ali. Parecia irritada enquanto discutia em voz baixa com a única pessoa que Derek reconhecia dos retratos falados. Roger.

Ele não pensou duas vezes. Pegou o celular e imediatamente mandou uma mensagem para John.

***

- ...e eu vi que você fez um pedido de mandato para um armazém, não é? - a agente Bohen adicionou, assim que ela e John terminaram os últimos relatórios.

O xerife sabia que aquilo iria aparecer. Estava fazendo a maior parte da investigação no escuro, sem que o FBI entrasse no meio e, principalmente, sem que Katelyn Bohen soubesse de alguma coisa. Mas esconder demais também lhe daria motivos para investigar, então, ultimamente, trabalhar naquela delegacia era como pisar em cascas de ovos.

- Ah, sim. - John confirmou. - Não tem nada a ver com o nosso caso, eu só coloquei minha assinatura. Um dos meus homens tem razões para suspeitar que tem um corpo em uma dessas garagens.

- Que lugar pouco criativo para escondê-lo.

- Provavelmente um dos nossos muitos casos de pessoas desaparecidas. - suspirou, fingindo cansaço. - O problema de ter uma reserva florestal tão perto da cidade, é que é muito fácil de se culpar esses desaparecimentos com ataques de animais. É um problema que estamos sempre enfrentando.

- Eu imagino. - ela sorriu de lado, parecendo satisfeita. - Quanto às buscas pelas câmeras de segurança, nós precisamos...

- Ah, sim. Esses arquivos chegaram de manhã. - se levantou da cadeira. - Eu vou pegar, só um segundo.

Então ele saiu da sala. Bohen achou que ele pareceu aliviado por sair, mas devia estar imaginando. Ela só tinha que enrolá-lo tempo suficiente. Roger e os outros estariam fora daquela maldita cidade muito em breve, alguém provavelmente já estava recolhendo todo o conteúdo do armazém número treze. Tudo bem, estava tudo bem. Ela ficaria ali mais alguns meses, eles voltariam para Willow Valley e tudo ficaria quieto por um tempo. Ir para Beacon Hills tinha sido uma péssima ideia, mas nada que não pudessem contornar.

Um barulho agudo interrompeu seus pensamentos. O celular do xerife vibrou em sua mesa, a tela se acendendo com a chegada de notificações. Katelyn se inclinou, curiosa. O celular não tinha bloqueio de tela, não era nem mesmo preciso arrastar para cima para desbloquear. Bohen franziu as sobrancelhas. Ele era chefe da polícia, francamente...

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