Força

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- Então ele acordou? - Scott perguntou do outro lado da linha.

- Mais ou menos. - Derek respondeu, os olhos fixos em Stiles, que estava novamente dentro da cápsula de energia. - Foi só uns dois minutos. Ele bebeu água, falou algumas palavras e voltou a dormir.

- Quando foi isso?

- De madrugada.

- O que ele disse?

- Perguntou o que tinha acontecido.

- Ele não lembra?

- Ele só estava confuso, e tinha acabado de acordar. Não perdeu a memória, nem nada.

- Foi só isso? - Scott parecia frustrado. - Ele não acordou mais?

- Foi só isso. Se mais alguma coisa acontecer, eu aviso. - então desligou. Não tinha tanta vontade de falar com Scott.

John estava sentado na nova poltrona de Derek, olhando preocupado para o celular. Usava algumas roupas casuais, havia dirigido até sua casa para buscar algumas coisas para si e para Stiles. Aquele era o segundo dia que não aparecia no trabalho, e estava tentando lidar com o máximo que podia estando distante. Fazia ligações, dava ordens e instruções a seus oficiais - Parrish, principalmente -, tentava gerir uma delegacia de polícia inteira pelo celular. Eram dez da manhã, e já estava tão estressado.

O feiticeiro estava sentado ao lado de Stiles na cama, e o olhava com curiosidade. Normalmente, quando mantinha aquele feitiço, não precisava ficar ativamente controlando a magia o tempo todo, podia simplesmente deixá-lo de lado e ficar mexendo no celular. Derek percebeu que o feiticeiro tinha que ficar próximo à pessoa que estava curando, mas, tirando isso, não parecia que o homem tinha que fazer muita coisa.

Então Derek estava curioso com seu comportamento naquele dia. Suas mãos balançavam de um lado para o outro sobre o corpo de Stiles, fazendo uma tira brilhante de energia se mover da cabeça ao pé do garoto, como se estivesse sendo escaneado.

- O que está fazendo? - Derek perguntou, apoiando as costas no batente da porta.

- O meu trabalho.

- Você nunca fez isso antes.

- É, mas esse garoto não para de me surpreender. - suspirou, abaixando as mãos. - Eu não estava contando com ele acordar tão cedo. Deve ter alguma coisa que deixei passar.

- Quando você achou que ele ia acordar? - John levantou o olhar do celular.

- Amanhã.

- Você disse que não tinha como prever. - Derek o lembrou.

- Não, mas daria pra sentir se ele estivesse melhorando o suficiente pra acordar. Ele não estava. Era muito pouco provável que isso acontecesse por enquanto.

- E... - John desligou o celular, focando sua atenção na conversa. - Pelo que você... sentiu, você achou que ele acordaria amanhã?

- Não, amanhã eu ia dizer a vocês que podíamos ser otimistas e esperar que ele acordasse logo. - levantou as mãos de novo, voltando a emitir aquela vibração estranha no ar.

- Mas isso é bom, não é? - o xerife insistiu. - Significa que ele está se recuperando.

O feiticeiro encarou John por alguns segundos, antes de suspirar e esfregar as têmporas.

- Júlio César, você está dificultando tanto o meu trabalho. - disse, então apontou na direção do policial, que pareceu paralisar no lugar.

Derek parou de se apoiar na parede e andou até a cama, o rosto franzido. John estava, literalmente, paralisado. Como se estivesse congelado no tempo.

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