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#Visão Raging

Acordei meio zonzo, estava em um lugar completamente escuro, sentindo gosto de ferrugem na boca.

Fui tateando os cantos da parede para tentar localizar algo naquele cômodo. Uma pia com torneira seria bom, precisava de algo para lavar a boca.

Aquele babaca deve ter aproveitado que desmaiei para terminar seu trabalho sujo.

Sinto dores pelo corpo, foi difícil levantar. Minhas costelas pareciam estar expostas, minha cabeça pesava uma tonelada, quando respirava tinha a sensação de que estava no inferno, meu pulmão ardia.

Conforme minha visão começava a se acostumar com a baixa claridade, vejo que estava em uma sala pequena, e não havia absolutamente nada ali, e eu estava  com roupas sujas e rasgadas.

Me aproximei da porta me arrastando e bati com toda a força que me restava, e foi aí que eu entendi que força já não fazia parte de mim.

Um som fraco ecoou do atrito de meus punhos contra o aço e em seguida encho meus pulmões pra que alguém me ouça.

- Me tira daqui! - falo com toda minha força, que no final, se tronsformou em um grito silencioso.

Eu também não tinha forças pra chamar.

Logo uma janelinha no pé da porta se abre e passam um copo de água por baixo.

Eu me agarrei aquilo como se fosse minha salvação.

Cada gole refrigerada meu interior e me aliviava as dores.

- Olha só, a bela adormecida acordou. - escuto uma voz rouca vindo do outro lado.

- Seu desgraçado... - falo tossindo.

- Uhu, como queira me chamar. - disse logo após um estalo, parecia que estava com um pirulito na boca.

- Onde eu estou? Você me drogou? - pergunto.

- Na Grécia, e foi quase isso. - fala passando mais um copo de água pela porta.

- Na Grécia?! Que dia é hoje? - pergunto.

- Sim, e o dia não importa, está perguntando de mais. - fala batendo com força na porta e me assusto.

- O que você me deu? - pergunto tentando me levantar.

- Um soro, onde te faz dormir por mais tempo do que qualquer outro, e dificulta seus reflexos e sua agilidade. - fala.

- Isso tudo é medo de mim Tatsuozinho? Dopa Hulk, gostei de ser uma pessoa perigosa o suficiente pra ter que se usar isso. - falo sarcástico rindo seco.

- Ah Ragingzinho, no máximo um Dopa Gavião Arqueiro, não seja tão seguro de si. E só não quero ter trabalho, não tenho tempo pra perder com lixo. A questão é que está vivo e deveria me agradecer por isso. - fala rindo.

- No máximo, o que eu deveria é te socar até a morte, deixa eu só sair daqui. - falo com dificuldade.

- Hm... Então eu pago pra ver. - fala e logo escancara a porta.

Como eu estava apoiado nela, meu corpo cai pra fora, e meu rosto se choca com o chão, ficando aos pés de Tatsuo.

Ele estava de calças pretas e com uma camisa rosa, seu cabelo bagunçado e com as mãos no bolso rindo olhando pro meu estado.

- Tô esperando os golpes. - fala me cutucando com os pés.

- Ri, ri enquanto pode. - e tento tirar os pé dele de mim.

Ele se agacha e levanta minha cabeça puxando meus cabelos.

- Eu preciso de você vivo, por isso vai começar a conviver aqui como um de nós, isso não é uma escolha, é uma ordem. E olha que maravilha, vai ser do meu jeito, logo, nada de gracinha, porque é escolha minha te deixar vivo, não significa que se eu te matar não tenha outro que, possa fazer pra mim o que você fará, acredito que sua irmãzinha vai adorar ficar no seu lugar caso faça algo de errado. - disse perto do meu ouvido. De alguma forma quando ele falou da Atena eu me assustei. Não queria em hipótese alguma que ela viesse me procurar.

- Ela jamais se submeteria a vim me procurar, sabendo que colocaria tudo a perder. Eu não tenho irmã pra me proteger, espero que tenha entendido. - falo devagar.

- Você realmente não acredita nessa possibilidade, e talvez esteja certo, independente, se eu estivesse no seu lugar, eu teria medo. - fala soltando minha cabeça logo se levantando.

- Vai pro inferno.

- Vou, e você vai ser meu cachorrinho de passeio. Nathan! Leve nosso convidado ao quarto e dê roupas limpas e comida, logo volto pra ver como ele está se comportando, caso ele faça algo sem pensar, enfie o soco nele, mas óbvio, não se divirta sozinho, deixe pra mim também. - fala e se agacha novamente até mim. - se comporte. - e dá um beijo na minha cabeça.

Eu fiquei louco com aquele ato de sarcasmo dele, a vontade de encher ele de explosivos e tacar de cima de um avião era permanente.

Enquanto ele saia, eu escuto um dos capangas dele dizendo que tinha religado o gps do meu colete, será que a CSM viu esse sinal meu indiretamente?

Será que alguém se importa a ponto de tentar me ajudar?

Será que vou ter que agir por conta própria?

Veio um dos cara me pegar do chão e me levar até o quarto e me assusto, escuto um tiro vindo da sala que estava escutando a conversa...

Acho que Tatsuo não tinha gostado da ideia desse deslize.

matriz 8163Onde histórias criam vida. Descubra agora