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Eu não consegui responder, não acreditava que ele fosse tão burro aponto de aparecer assim aqui, logo tão proximo da CSM.

Ele estava com um disfarce ridículo.

Estava de óculos e roupas largas, parecia um rapper.

Os cabelos pretos bagunçados.

Como esse desgraçado consegue ser tão lindo, usando qualquer coisa?

- Que foi? Parece que viu um fantasma, está pálida. - falou pegando no meu queixo e virando de um lado pro outro.

No mesmo ato dei um tapa em sua mão.

- O que está fazendo aqui seu cínico. - falei entre os dentes sem alarmar que o pior vilão dos últimos tempos estava na minha frente.

- Ao! Que delicia, toda brava, fico feliz que não tenha mudado. - falou sacudindo a mão se sentando mais confortável, deitando no encosto do banco.

- Eu vou te matar. - falei ainda intacta, ele realmente é tão audacioso a ponto de estar lá mesmo?

Eu não tô acreditando.

- Uhu, todo mundo quando me vê tem a mesma reação e fala a mesma coisa, sério, vocês tem que reciclar os ressentimentos contra mim. - falou brincando com o guardanapo em cima da mesa.

- O que você quer? O que está fazendo aqui? Como me achou?! - falei seca.

- Primeiro, o que eu quero nesse momento eu já não sei mais, são muitas coisas, mas nada relacionadas a você, não se preocupe, eu vim aqui por que aconteceu algo que não era pra ter acontecido e por isso eu estou putamente irritado a ponto de sair atirando em todos que cruzam o meu caminho, e queria compartilhar isso com alguém que não me mataria de cara, e que fosse da CSM, é aí que você entra. - falou se arrumando no banco e se apoiando na mesa.

Seus cabelos caíram no olho, e sua boca estava toda rachada pelo frio.

- Você é muito seguro de si, como pode ter certeza que eu não te mataria e que pode confiar em mim? Somos amigos por acaso? Se souberem que eu tô conversando com você quem morre no seu lugar sou eu! - falei batendo na mesa chegando perto do seu rosto.

Ele ficou um tempo me olhando fixamente mastigando seu chiclete de menta tirando seus cabelos dos olhos jogando pra trás.

Ele era tão afrontoso, deve ser por isso que ele não sai da minha cabeça.

- Te achar não é tão difícil, e vi quando estava saindo da CSM com aquele cara feio. - falou fazendo um bola de chiclete que encostou na minha boca de tão perto que estava.

- Imbecil. - logo voltei ao meu lugar puta olhando pro chão.

Tecnicamente ele me beijou através da bola do chiclete?

Porque eu tô pensando isso?

- Linda. - respondeu ele se escorando ainda mais na mesa e chegando bem perto de mim.

Eu o olhei com a cara fechada e ele continuou.

- A certeza que tenho, que com a sua agilidade e sua força, se quisesse me matar, já tinha feito. - falou olhando pra baixo.

E foi aí que consegui respirar, já não aguentava mais ele vasculhando minha alma.

- A confiança é um risco que corro, e não somos amigos, não ainda, mas já somos bem mais que inimigos apenas, passamos dez minutos sem levantar a arma um pro outro.

- Só pode ser brincadeira. - respondi voltando o olha.

- E não se preocupe, não está nos meus planos te prejudicar, de novo, então, pela minha parte, manterei sigilo e me encontrarei com você depois de me certificar que está tudo certo. - falou se sentando.

matriz 8163Onde histórias criam vida. Descubra agora