A Realeza | BTS

Capítulo 1

Era evidente que minhas atitudes não eram as favoritas de meu pai, ele sempre dizia que eu era indisciplinado e escandaloso, deixava bem claro que eu só trazia vergonha ao seu reinado e não deixava de bater na tecla de como eu devia seguir o exemplo de minha irmã. Eu me sentia pressionado e irritado, mas tinha amigos que sempre me apoiavam e diziam para eu manter minha essência, além do povo do reino que me cobriam de elogios e deixavam claro que o Rei não sabia o que estava falando.

Meu pai sempre achou que eu deveria ser forte e corajoso como meus amigos e não aceitava minhas fraquezas e meus medos, eu nunca fui alguém serio e firme, sempre acho que tudo pode ser resolvido com amor e conversa, sorrisos e palavras cordiais, totalmente ao contrario da pessoa firme e caduca que eu chamava de pai, que as vezes até negava ser meu progenitor; se já brigamos? Varias vezes e em todas elas arranjei abrigo em Kim Namjoon um dos únicos que me entendia e confiava que um dia o meu jeito traria melhoria ao reino de Sonam.

Nessa tarde eu estava conversando com meu amigo, havíamos tido outra briga e eu preferi sair correndo a gritar com meu próprio pai, como sempre meu amigo foi muito calmo e além de me ouvir me deu vários conselhos:

- Gritar e espernear não irá resultar em nada, tente fazer pelo menos uma coisa para o agradar, ficar nessa queda de braço só ira te cansar – ele disse me encarando e tomando seu café.

- Nada é o suficiente para ele, ele quer que eu seja como minha irmã... Aplicada e eficiente, só que ninguém é igual, eu só queria que ele me entendesse, entendesse minhas paixões.

- Amar a música não é errado e nem dançar, os reis do passado amavam fazer isso, nossos pais estão tão fechados para novas tradições e culturas que impedem o reinado e o povo de progredir.

- As vezes eu queria fugir, ou então ser uma pessoa normal, você acredita que ele ameaçou me deserdar?

- Ele não poderia fazer isso, se sua irmã não estiver apta para quem passaria o trono?

- Ele prefere para um estranho do que para o seu próprio filho! – dei de ombros e bebi meu suco – ele não confia em mim.

- Eu sempre disse isso e volto a repetir, você é um ótimo líder é pacificador, sabe disciplinar e resolver desentendimentos – ele me encarou dando seu melhor sorriso – é melhor até que eu, seu pai só quer que você seja uma copia dele e se impede de ver como você é incrível e radiante.

Estar com ele me animou, minha breve conversa com ele naquela cafeteria me deu um choque para continuar seguindo e lutando, mal sabia que aquela conversa que tivemos foi a nossa ultima por um bom tempo...

(...)

Quando cheguei em casa uma leve movimentação me fez deduzir que havia alguma coisa estanha ou diferente e finalmente eu descobri o que era, os ministros haviam terminado a reunião com meu pai, alguns me cumprimentaram com suspiros pesarosos e outros passaram por mim determinados e conscientes da decisão que tomaram lá dentro, só restava eu esperar ser informado o que eles haviam decidido e eu sabia que era a meu respeito.

Como sempre ele me cozinhou até mais ou menos sete horas da noite, antes do jantar ele entrou no meu quarto e disse que deveríamos ter uma conversa justa, o que na verdade ele faria era jogar suas ideias em minha cara e esperar que eu concordasse com todas algo que eu não faria, depois de me dar um de seus sermões baratos ele respirou fundo e jogou a bomba.

- Não sou somente eu que não está contente com suas atitudes, alguns ministros também acham que você deve mudar e para isso tomamos uma decisão – levantei a sobrancelha o esperando completar – vamos te mandar para um internato, é temporário, somente para você aprender a disciplina e o comportamento de um membro da corte, eu fui quando tinha sua idade e me tornei o que sou hoje!

- Um ser chato e machista! – resmunguei inaudível

- Espero que entenda Hoseok meu filho, é para o seu bem, eles queriam que eu te deserdasse, mas sei que isso seria demais.

- Você nunca parou para pensar ou conversar sobre o meu bem – o encarei – mas que seja farei o que o senhor quer! Não diga que é o melhor para o povo, pois nós dois sabemos o que o povo prefere.

Ele apenas ficou em silencio, deixando em cima da minha cama os papeis relacionados para onde eu iria, a que horas eu iria e aonde seria; o meu maior pesar é que eu nem teria tempo de despedir dos meus amigos ou os explicar o que estava acontecendo.