Capítulo L ○ Jaebeom

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- Acho que o que aconteceu deveria ser motivo suficiente pra ser permitido que eu volte pra casa. Eu quase perdi um braço, sabe? E eu também peguei insolação e posso até adquirir câncer de pele por ter ficado tanto tempo expôsto a raios UV, preciso de descanso, eu poderia ter morrido lá. - Resmungo para Bambam, que estava sentando na cama ao lado da minha anotando tudo o que eu falava como se fosse meu psicólogo. Ele estava com um óculos tipo aviador, sem lentes, e tinha um bloco de notas que apoiava nas pernas cruzadas, como um psicólogo faria, e anotava coisas algumas vezes, depois voltava a prestar bastante atenção em mim e em tudo o que eu falava, com um semblante bem de proficional de saúde mental.

Youngjae pediu para que ele ficasse comigo enquanto ia fazer algo em algum lugar e mesmo que eu tenha pedido, quase implorado, pra que ele levasse Bambam junto, o menino simplesmente falou que eu não poderia ficar sozinho e que era melhor o Tailândia ficar aqui me fazendo companhia. Se fosse outra pessoa, eu realmente acreditaria que é apenas preocupação por me deixar sozinho, mas como é o meu menino sol, eu sei que ele só fez isso pra se livrar do Bambam. Não julgo, faria o mesmo.

Youngjae tem feito um ótimo trabalho como enfermeiro particular, as vezes eu nem preciso dizer se quero que ele faça algo, porque sempre parece que ele já sabe antes mesmo de eu saber. Como já era de se imaginar, meu menino sol é bom em ser enfermeiro assim como é bom em qualquer, por isso não estou surpreso. E sabe o fato de ele não conseguir ver? Não faz a menor diferença! Ele tirou de letra e acho que é até melhor do que muitos profissionais por ai, mas como eu disse, já era de se imaginar.

Ele não sai de perto de mim a menos que seja uma emergência, e mesmo quando sai, garante que eu não fique sozinho, as vezes ele age como se eu estivesse a beira da morte e os meninos dizem que ele me mima demais, é claro que eu não admito isso em voz alta, mas sei que é verdade e amo isso. Amo ser mimado pelo meu menino sol e se em todas as vezes em que eu me machucasse ele se tornasse meu enfermeiro, acho que eu definitivamente me machucaria muitas vezes.

- Sim, de fato, você passou por um grande trauma e deveria descansar, exatamente por isso você está aqui e não lá fora caçando borboletas com os outros, talvez isso não seja exatamente o que você quer, mas pense por esse lado; Pelo menos você não está lá fora sendo comido por mosquitos. - A voz dele era séria, o que fazia tudo ser quase cômico e me dava vontade de rir, mas mantenho o personagem porque estou entediado e isso é melhor do que ficar deitado encarando o teto.

A verdade é que eu não sei bem como isso aconteceu, em um minuto eu estava deitado resmungando comigo mesmo e no outro seguinte Bambam estava sentado na cama ao lado da minha fazendo anotações e agindo como um psicólogo, e o pior é que eu continuei falando, até mais alto por algum motivo. Foi assim e pronto, lá estava eu e o primo do garoto que eu gosto tendo uma terapia bizarra, mas admito, é um pouco menos entediante do que olhar para o teto.

- Você tem razão, Dr. Bambam, pensar por esse lado faz as coisas parecerem um pouco melhores. - Balanço a cabeça afirmativamente como se para dar mais impacto a frase, e Bambam sorri, todo debochado.

- É claro que eu tenho razão, eu sempre tenho razão. - Reviro os olhos e então respiro fundo, só ai meu cérebro nota uma coisa que Bambam falou antes e eu não dei atenção, processando a informação lentamente.

- Espera, eles estão lá fora caçando borboletas? - Franzo a testa, para demonstrar minha confusão mental, e Bambam tira os óculos e sai da pose de psicólogo, voltando a ser o adolescente de antes.

- Sim? - Ele diz, mas meio que a voz soa em tom de pergunta. Observo ele esticar a mão para pegar algo em baixo do travesseiro da cama onde estava sentado, um pacote de balas fini, e eu não sei como foi parar lá, mas o dono vai matar o Bambam se descobrir que foi ele quem comeu. - Na verdade, acho que pode ser Bordos, mas não sei, o que são bordos?

- Um tipo de árvore? - Bambam faz uma careta confusa e estica o pacote de balas pra mim. Como eu sei que não vou ser assassinado caso eu coma as balas, porque por conta do meu ombro as pessoas estão todas me paparicando, eu aceito e tiro uma minhoca de gelatina do pacote.

- Então definitivamente é bordo. Estão por ai caçando bordos.

- Por que eles estão fazendo isso?

- E você pergunta pra mim? Eu sei lá! Fugi do grupo no momento em que ouvi as palavras "caça" e "floresta" juntas na mesma frase. - Deu de ombros, indiferente e eu apenas suspiro em resposta. Bambam, como sempre sendo bem útil.

- E por que eles deixaram você fugir? Levando em conta que todos os outros estão lá fora, acho que essa atividade não era opcional, ou era?

- É claro que não era, você acha que os outros estariam lá fora dando uma de Dora a aventureira se fosse uma coisa opcional? - Nego com a cabeça. Meus amigos são todos Nutella, na primeira oportunidade de fugir do trabalho pesado que eles tivessem, eles fugiriam. - Eles estão lá porque foram obrigados, o Sr. Yin, aquele demônio barrigudo, disse que quem não fosse para essa atividade, dormiria no mato hoje, SO-ZI-NHO!

- Queria dizer que sinto muito por deixa-los passar por isso sozinhos, mas eu não sinto muito. - Suspiro teatralmente e Bambam concorda com a cabeça, compartilhando do mesmo alívio que eu. - Mas como você conseguiu se livrar?

- Disse pra enfermeira que estava menstruado.

- Mas você é homem. - Aponto o óbvio e Bambam solta uma risadinha, esse louco.

- Por isso mesmo ela me liberou, acho que ela pensa que eu machuquei o Bambam Jr de alguma forma, disse que era melhor eu descansar e se não parasse de sangrar ela teria que me levar em um hospital de verdade, porque ela não saberia lidar com esse tipo de situação e...

- Ok, já recebi informação demais, não preciso saber de mais nada.

- Mas você nem sabe como eu convenci ela de que estava mesmo sangrando, eu peguei Ketchup e...

- INFORMAÇÃO DESNECESSÁRIA! CALA A BOCA EM NOME DE JESUS!- Exclamo, tapando os ouvidos para abafar a voz do tailandês, que começa a rir do meu desespero, essa praga do egito. Meu ombro dói quando mexo o braço, o que me faz choramingar de dor, e isso faz Bambam parar de rir, porque aparentemente até ele se sente culpado pelo fato de eu ter me machucado, principalmente porque a culpa foi um pouco dele.

- Tudo bem com você, BuzzLightyear do Toy Story 1, naquela parte do filme que o Buzz tenta voar, cai e quebra o braço?

- Isso foi tão específico e estranho, você e o Youngjae definitivamente são parentes. - Resmungo, voltado a pôr meu braço como estava antes, e Bambam sorri, todo cínico.

- Claro que somos parentes, todo o charme e fabulosidade dele veio do meu lado da família.

- A modéstia também, aparentemente. - Bambam nem se preocupa em retrucar minha frase irônica, ele sabe que é verdade, então apenas da de ombros.

- Nem Deus agradou todo mundo.

- Você tem um ponto.

- É claro que eu... - Mas ele não tem tempo de concluir a frase, porque um barulho alto vindo lá de fora o interrompe e chama nossa atenção, algo grande, caindo no chão de uma forma pesada, uma árvore eu acho, que caiu batendo em outras árvores no processo, mas porque? E como? Olho para bambam e ele me olha de volta, tão surpreso e confuso quanto eu.

- Acho que eles acharam o Bordo.


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Heyah! Tudo bom com vocês?


Primeira vez que eu decido escrever uma nota no fim do capítulo, me sinto adorável.

Amigos, vim aqui apenas avisar que o capítulo está saindo hoje porque infelizmente eu fiquei sem internet na quinta e não consegui soltar o capítulo novo.

Agora minha internet já voltou e os capítulos vão continuar a sair normalmente na quinta, como sempre.

É isto! Um beijo, amo vocês porém depende!

Blind • 2Jae (HIATUS) Onde histórias criam vida. Descubra agora