Não é um pedido

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    - Marie… - Sirius bateu na porta, entrando.
    - Eu já falei que quero ficar sozinha, Sirius!
    - Eu entendo, mas já faz 6 dias que você não sai do quarto, Marie. Estamos todos preocupados.
    - Eu só preciso ficar sozinha.
    - Raposinha… por favor, venha almoçar conosco.
    - Eu não posso.
    - Pode sim, você acha que Blásio gostaria de te ver assim?
    - Eu…
    - É a única coisa que eu peço, mas se não quiser, tudo bem. Nós estaremos lá embaixo.
    Respirei fundo, segurando o choro. Eu queria ir até lá, mas eu não possuía força alguma. Percebi alguém se aproximando, então vi Régulo com os braços cruzados na minha frente.
    - Sirius tem razão, vá.
    - Mas eu…
    - Não é um pedido, Marie Lily. Você me ajudou várias vezes, assim como o fez comigo, em troca eu quero que você vá até lá. Prenda o seu cabelo, coloque uma roupa mais apresentável e mantenha a cabeça erguida.
    - Mas…
    - Como eu falei, é uma ordem. Voltarei em poucos minutos para conferir.
    O Black sumiu da minha frente magicamente. Levantei-me, olhei para o espelho: aquela imagem não parecia ser eu. Fui até o banheiro, lavei o rosto e me olhei novamente, não tinha mudado muito, mas estava melhor. Prendi meu cabelo em um rabo baixo, parecia um esforço gigante. Peguei uma camisa social grande e coloquei um shorts que nem aparecia pelo tamanho da camisa. Respirei fundo antes de abrir a porta, então continuei a descer as escadas, chegando na cozinha. Todos voltaram-se para mim, segui o conselho de Régulo e continuei, sentando entre Sirius e Ninfadora.
    - Marie, você recebeu uma carta hoje de manhã. - Harry comentou.
    - De quem?
    - Malfoy.
    - Ah sim, obrigada. - Peguei de sua mão e guardei no bolso. - Como vocês estão?
    - Bem, graças a você, Marie. - Respondeu Remo sorrindo. - Por falar nisso, você ainda não conheceu Teddy. Eu queria que você fosse a madrinha dele, Harry é o padrinho.
    - Sério? Seria uma honra, Aluado.
    - Andrômeda vai vir hoje aqui e trazê-lo.
    - O Fred está bem?
    - Sim, Percy nos contou que o ajudou também.
    - Ainda bem… falando nisso eu preciso ir para o St. Mungus.
    - Para quê? - Harry me olhou.
    - Severo está lá.
    - Mas ele morreu na minha frente e você falou que sabia.
    - Ele não morreu, eu consegui dar um antídoto e levá-lo para o hospital a tempo.
    - Posso perguntar algo?
    - Já está.
    - Você sabia sobre Snape?
    - Sabia de tudo, por isso eu continuei a falar com ele. Eu sabia da morte de Dumbledore antes dele morrer, foi um combinado entre os dois. - Passava a comida de um lado para o outro, me forçando a comer e continuar ali.
    - Você guardou isso tudo para si? - Sirius subiu uma sobrancelha, impressionado. - Sabia mais da guerra do que nós.
    - Eu fiz o que me pediram, apenas isso.
    - Marie, eu conversei com a Minerva e pedi se você não poderia fazer apenas os N.I.E.M.s, sem fazer as próximas aulas. Ela autorizou, porém falou que gostaria de falar com você.
    - Obrigada, Remo. Irei mandar uma carta mais tarde para ela, mas eu acho que sei o motivo.
     Terminamos o almoço, Harry comentou como o Ministério está se organizando e futuramente Sirius terá uma audiência, mas permanecerá livre por enquanto. Todos foram se afastando e eu permaneci na mesa, comendo brownie. Ao olhar para o lado, Sirius ainda estava ao meu lado. Apesar de nunca ter gostado muito do meu namoro, ele é o que permanecia mais ao meu lado. Eu tinha escutado Remo falando para ele que eu escutava mais ao Black do que ele. Era verdade, apesar dos meus atritos com Sirius, ele era muito parecido comigo e, às vezes, parecia ter a mesma idade mental que a minha ou mais nova.
    -E aí? Quer sair?
    - Para onde?
    - Não sei, visitar o Severo, tomar uma cerveja amanteigada… Já sei! - Ele se levantou rapidamente. - Eu comprei uma moto, ninguém sabe ainda, mas podíamos dar uma volta, que tal?
    - Será que Remo deixa?
    - Quando você começou a se importar com isso? - Ele me encarou, oferecendo a mão. - Coloca uma jaqueta ou sei lá, bate muito vento.
    - Já volto, então…
    Subi as escadas rapidamente e fui até o quarto onde eu estava ficando, o antigo quarto da senhora Black, pois Sirius não queria usá-lo. Abri o guarda roupa e tirei a camisa, colocando uma blusa preta e uma jaqueta de couro, fazia tanto tempo que eu não usava uma. O short estava confortável, apenas coloquei uma bota e desci. Remo e Tonks tinham saído, Harry estava com Gina, então fui silenciosamente até a porta, onde Sirius estava esperando.
    - Com licença… - Ele tirou o laço do meu cabelo, soltando-o. - Pronto, vamos?
    - Para quê serve isso? - Perguntei com o objeto que ele tinha me dado.
    - Coloca assim. - Colocou na minha cabeça e afivelou. - É para proteger, mas dá um estilo maravilhoso.





    A sensação era incrível, o vento batendo no rosto. Era como a vassoura, mas um pouco mais perigoso e com mais adrenalina. Subi as minhas mãos que estavam ao redor de Sirius, colocando em seus ombros. Levei meus pés para cima do banco.
    - O que você está fazendo? - Eu me levantei e me equilibrei.
    - Está com medo, cachorrão? - Soltei os braços, abrindo-os, sentindo mais adrenalina.
    - Você é totalmente pirada… - Disse rindo. - Volta, nós vamos voar agora.
    - Como quiser. - Pulei, segurando nele  novamente. - Como você descobriu esse negócio?
    - Moto? Eu gostava de ir em lugares trouxas para provocar minha família, então um amigo meu contou sobre, então comprei e fiz minhas mudanças. É como uma terapia, quando as coisas estavam ruins eu simplesmente saía por aí.
    - Você estava certo, relaxa muito.
    - Eu sempre estou certo.
    - Você se acha muito, não?
    - Eu sou. - Pousamos e ele saiu da moto oferecendo a mão. - Chegamos.
    - Em lugar nenhum? - Perguntei a ele, o lugar era apenas um campo aberto.
    - Calma, somos bruxos, não? - Piscou para mim, sussurrando algo enquanto balançava a varinha, surgindo uma entrada no chão. - Só não conta a Remo que eu te trouxe e não exagera.
    - Exagerar no quê? - Descemos e ao abrir a porta, era um bar. - Então não devia ter me trazido aqui.
    - Sirius Black! Quanto tempo, meu amigo. - Um homem veio abraçá-lo alegre de trás do balcão. - E trouxe mais alguém, senhorita?
    - Potter.
    - A que morreu?
    - Essa mesmo. - Disse Sirius se sentando em um banco do balcão. - O que você vai querer? Cerveja amanteigada?
    - Uísque de fogo com licor de chocolate, pode ser? - Eu virei para o homem e ele sorriu.
    - Saindo agora e você, Sirius?
    - O mesmo, Noah. - O seu amigo se afastou para preparar. - Você bebe assim, raposinha?
    - É segredo, está bem. Obrigada. - Disse pegando o copo e virando de uma vez, sentindo a garganta queimar.
    - Isso é bom, não tinha pensado nessa mistura ainda… mas é forte, não?
    - É tão fraco para bebida assim, cachorrão? - Ergui uma das minhas sobrancelhas, desafiando-o.
    - Lembra que nós temos que voltar sóbrios. - Fiz um beicinho, por mim eu ficaria ali. - Eu pensei que você era a responsável.
    - Eu pensei que você era o irresponsável. - Tomei mais um gole do copo que estava cheio de novo.
    - Você sempre tem uma resposta na ponta da língua, que ódio. - Disse rindo e pegando meu copo que ia ser enchido novamente. - Nós voltamos outro dia Noah, só trouxe ela para conhecer.
    - Cadê o Sirius que eu conheço?
    - Ele está com medo do Lupin.
    - Marie, você é difícil de lidar, ein? - Disse me segurando e aparatando na frente da moto. - Antes que você se amarrasse no bar.
    - Sem graça. - Mostrei a língua para ele como uma criança mimada. - Vamos aparatar em casa ou ir de moto?
    - Moto, mas dessa vez só vamos voar para chegar rápido.
    Montei na garupa e me segurei nele. Sirius não estava brincando sobre estar com pressa, parecia que nós íamos cair. Ao chegar na frente da casa, Andrômeda estava na frente junto a um bebê, provavelmente Teddy, e a porta se abriu com Remo surpreso.
    - Esse é o famoso Teddy? - Perguntei entrando na casa, ao lado de Andrômeda. - O cabelo dele é azul?
    - Ele me puxou. - Tonks sorriu pegando o filho. - Obrigada, mamãe.
    - Adoro ficar com meu neto, Ninfadora. Nossa, neto já… - Ela disse sorrindo para si mesma.
    - Estamos ficando velhos. - Disse Lupin rindo. - Apesar de algumas pessoas se recusarem a isso, não é Almofadinhas?
    - O que eu fiz agora?
    - Vocês dois estão cheirando a alcoól. - Ele cruzou os braços nos olhando. - O que tem para me falar?
    - Eu tenho que mandar a carta para a Minerva…
    - Marie Lily Potter, volte aqui! - Voltei e Sirius estava segurando risada, me olhando. - Você bebeu?
    - Só um pouquinho.
    - E você, Sirius?
    - Eu sou adulto já Aluado, eu não ... Tomei, mas menos que ela.
    - Nossa obrigada, cachorrão.
    - Você é a responsável, lembra?
    - Eu estou quase colocando dois adultos de castigo, o que eu faço?

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora