"...e eu fiz novamente, não deveria, estou saindo do controle. Estou virando um monstro, parte do meu rosto parece de um cadáver, ninguém consegue chegar perto de mim. Até mesmo os que eu salvei por amor apontam dedos para mim, horrorizados. Deveria ter parado antes, como os espíritos me alertaram. Talvez seja a última vez que eu escrevo, preciso fugir antes que algo pior aconteça. Se alguém encontrar esse diário, por favor, guarde-o, não quero ser uma vergonha para os meus."
A vida de Prudente Potter tinha parado de ser descrita ali, porém tinha contado tudo que eu precisava saber. Ela tinha usado seu poder para vários bruxos e trouxas próximos, foi se acabando aos poucos. Perdeu tudo depois de sua aparência começar a mudar pela magia. Era um aviso também, afinal todas as anteriores a mim sumiram. Porém a chave da mudança é o desequilíbrio, enquanto usava Hela para facilitar a magia.
-Está pronta, Marie? - Remo apareceu na porta do quarto.
- Tenho que ir mesmo?
- Sim, tem que conhecer seus tios, mesmo sendo idiotas arrogantes, por favor. - Levantei e me olhei no espelho, vestia uma saia xadrez vermelha com meia calça e blusa preta.
- Está bom?
- Pega um casaco, pode esfriar.
- Pronto, aluado.
Peguei o casaco vagarosamente, fazendo drama, e ele ofereceu o braço para eu poder segurar para aparatarmos. A imagem do quarto sumiu rapidamente e de uma casa típica de trouxas, até mesmo com um automóvel que eles usavam para se locomover. Olhei para Remo, pedindo para ir embora, mas ele apenas tocou a campainha.
-Se comporta, está bem?
- Vou tentar aguentar esses trouxas.
- Lembra do que a gente combinou?
- Sim… - Revirei os olhos, Remo sumiu e ao me virar dei de cara com o Harry. - E aí, maninho?
- Marie Lily? Não sabia que viria mesmo! - Disse sorrindo e o abracei, eu até que estava sentindo falta desse ser irritante.
- Quem é? - Ouvi a voz de um homem de longe, entrei na casa. Era tudo muito trouxa?
- Lílian..? - Uma mulher estava parada me encarando.
- Marie Lily Potter. - Disse oferecendo a minha mão, mas ela estava inerte, então voltei. - Petúnia, irmã de nossa mãe, estou certa?
- O que está acontecendo? - O homem apareceu. - Ah é ela, sua irmã também esquisita?
- Se esquisita significa bruxa, sim, felizmente. - Dei um sorriso falso para ele.
- Vamos, o almoço está na mesa e o Duda está impaciente.
Um garoto estava sentado, o tal do Duda, com uma expressão nada de bons amigos. O homem sentou-se com uma expressão parecida enquanto a mulher arrumava as comidas. Tinha uma carne assado ao molho e legumes. Harry serviu para mim, assim como ajudou a de todos.
-Obrigada, Harry.
- Você estuda com o Harry na mesma escola? - Perguntou o Dursley
- Sim, comecei esse ano.
- Quem te criou? Seu irmão teve que ficar com a gente, por que a gente se livrou de você?
- Severo Snape, ele começou a cuidar de mim antes dos nossos pais morrerem.
- Aquele garotinho estranho amigo da Lílian?
- Sim, ele estava ajudando minha mãe a me proteger. Para todos eu estava morta, por isso se livraram de mim, senhor Dursley.
- Menos mal…
- Concordo… - Harry me cutucou para eu não falar nada.
- Posso mostrar a Marie meu quarto, depois lavo a louça.
- Que audácia!
- Pode sim. - Levantei-me rapidamente e segui-o.
- Finalmente… - Disse quando o Harry fechou a porta. - Te admiro por aguentar esses trouxas por tanto tempo.
- Pensei que você ia surtar. - Ele começou a rir.
- Nem me fale, eu não me importaria em ir para Askaban se fosse para sumir com esses idiotas.
- Marie!
- Sem magia fora de Hogwarts, já sei.
- Não, louca, sem artes das trevas.
- Como quiser. Eu posso dar um soco ao modo trouxa, se quiser.
- Não.
- Sem graça. - Revirei os olhos. - Harry, tenho que te avisar sobre como está…
- O mundo bruxo?
- Estão te acusando de mentir para causar pânico. Eu não deveria falar isso, mas não aguento como estão te tratando.
- Era de se esperar, infelizmente. E eu não posso fazer nada, porque eu tenho que ficar aqui!
- Se eu não corresse o risco de ser presa, eu sugeria poção polissuco, mas eu não aguentaria três trouxas. Tenho que te contar uma coisa também…
- Terminaram?
- Na verdade…
- Sim. - Harry me interrompeu. - Ela só estava me contando sobre hum…
- Meu namoro. - Harry arregalou os olhos.
- Eu vou esganar o Zabini!
- Nem te falei que fui para a casa dos Malfoy, conheci minha sogra e ainda fui convidada a ir na casa do Blásio.
- Você não pode namorar um preconceituosinho. - Discutimos enquanto voltamos para a sala de jantar onde estava uma torta.
- Como assim, preconceituoso? - Perguntou a mulher.
- Ele odeia todos que não seja sangue puro.
- Não é isso, ele odeia trouxas, acha que nascidos trouxas não deviam ser aceitos em Hogwarts.
- Traduzindo, preconceituoso.
- Tradicional, se você tivesse crescido no mundo bruxo saberia a preocupação de nos manter.
- Do jeito que o Harry falou, parece que você não gosta das pessoas normais. - Disse o garoto rindo.
- Na verdade, não. - Sorri para ele, quem se encolheu. - A última vez que me encontrei com trouxas, quase matei um.
- É uma aberração mesmo, credo. - A campainha tocou e eles olharam para Harry.
- Vou ver quem é. - Ele foi, me deixando sozinha com os três idiotas. - Remo!
- Não precisava entrar, Harry. Olá, senhores Dursley. Vamos Marie? Espero que tenha se comportado.
- A Marie está morando com você?
- Meu pai e Remo estão dividindo os dias, para eu passar mais tempo com meu padrinho.
- Eu..?
- Não, Harry, me desculpe, eu gostaria poder te levar.
- Até logo, Harry. - Abracei-o. - Mas é melhor eu ir, antes que eu seja convidada para uma cela em Askaban.
- Marie Lily Potter, o que conversamos?
- Claro, aluado.O jantar da senhora Weasley era tão reconfortante, até mesmo aquela mesa barulhenta. Os membros da ordem estavam todos reunidos ali, parecia ter acontecido algo, mas não contaram. Eles ficam nessa frescura de “é para adultos”, como sempre, como se tivesse sobrado muitos deles para ficar escolhendo. Alguns deles saíram repentinamente, sem falar muito qual seria a missão.
- O que você acha que é agora? - Cochichou George.
- Não sei, mas eles estavam preocupados.
- Como sempre… A guerra está cada vez mais próxima.
- Ainda não, eu acho, uma pré-guerra dura um bom tempo.
- Já decidiu seu lado? - Ele me perguntou sério.
- Como assim? Não está óbvio?
- Acho que não… alguns membros da ordem desconfiam de você.
- Se essa é a impressão que passo, melhor ainda. - Ele se assustou e depois fez uma careta em dúvida. - O que? Eu posso ter chance de pegar informações no futuro.
- Tipo uma agente duplo? Seria muito arriscado.
- Eu não ligo, me deixaria mais confortável do que o campo como o restante.
- Nem Sirius nem Remo vai concordar com isso.
- Melhor ainda, ninguém irá desconfiar de mim com membros importantes da Ordem duvidando da minha lealdade.
- Mas você magoaria eles, não?
- Se uma guerra está vindo, mágoa com sucesso é melhor do que a morte com sucesso.
- Você é totalmente pirada. - Ele riu para mim, balançando a cabeça.
- Todos dizem. - Balancei os ombros, era verdade.
- Hum… parece que chegaram! - Sirius disse sorrindo para nós.
- Sirius! - Harry passou pelo cômodo indo em direção ao seu padrinho, abraçando-o por um longo momento.
- Seja bem vindo, Harry.
- Que lugar é esse?
- A sede da ordem… - Molly o advertiu, mas não adiantou. - Harry precisa saber uma hora ou outra.
- Marie? - Ele se virou para mim, vindo em minha direção. - Você não disse que…?
- Menti, ninguém queria que você se arriscasse vindo para cá, mas não adiantou muito, não é? O que você aprontou?
- Dementadores.
- Feitiço do Patrono?
- Na frente do Duda.
- Aquele mini trouxa babaca? Deixasse o dementador se divertir um pouco. - Sorri e escutei um pigarro de Remo. - Estou brincando, é claro.
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Diário de uma PP: Potter Perdida
FanfictionMarie Lily Potter, irmã gêmea desconhecida e aparentemente oposta a seu irmão, o famoso Harry Potter. Essa sou eu, uma Potter que cresceu como uma Snape, escondida de todos, pois teoricamente eu estava morta. Até Dumbledore decidir que seria minha h...