Ranço dos Carrow

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    Assim que o expresso de Hogwarts parou na estação, percebi como o ambiente estava diferente. Blásio e Pansy  comentaram durante a viagem como esse ano seria melhor, sem Dumbledore como diretor. Foi mandado aos alunos fazerem filas de acordo com casa e série, Severo ia na frente enquanto um homem e uma mulher passavam conferindo os alunos. Logo os reconheci, Amico e Alecto Carrow como Severo havia me contado. Amico parou ao meu lado e ficou me encarando, porém continuou a seguir conferindo o restante dos alunos.
    O salão principal estava diferente, poucos alunos entraram para o primeiro ano, assim como alguns alunos de outros anos. Alguns pais não queriam enviar seus filhos, principalmente os trouxas. O jantar foi rápido e logo fomos encaminhados para o salão comunal. Estávamos em silêncio, sendo levados pelos diretores de cada casa e, no nosso caso, Amico continuou a nos seguir. O professor parou na minha frente, fazendo Blásio e Pansy pararem junto comigo.
    -Senhorita Potter, venha comigo.
    - Poderíamos saber o porquê? - Entrou Blásio na minha frente.
    - O que você tem haver?
    - Eu sou o noivo dela. - Disse com firmeza, encarando-o.
    - Amor… - Virei-me para ele. - Não se preocupe, logo vou para o dormitório, está bem?
    - Qualquer coisa, mate-o sem hesitar.
    Pisquei para ele e fui segurada pelo homem que me mandava para algum lugar. Paramos em uma sala, sua irmã estava ali, com um olhar de raiva.
    -Vamos ser diretas, onde está o seu irmão?
    -A senhora sabe como são os irmãos, - Apontei para ele. - não podemos controlá-los.
    - Mestiça insolente.
    - Crucius! - Assim que o feitiço me atingiu, eu apenas ri e encarei-os.
    - Se jogar mais um, estarão mortos.
    - A garotinha… - Sussurrou Alecto. - até parece que uma bruxa como você conseguiria muitos feitos como nosso.
    - Eu concordo. - Levantei-me e peguei minha varinha. - Crucius!
    Eu concentrei todo meu ódio e vontade de machucá-la como Bartô havia me ensinado. A mulher caiu no chão agonizando, em berros de dor. Seu irmão apontou a varinha para mim, mas olhava-a.
    -Os meus feitos são bem superiores ao seus, Carrow.
    - O que está acontecendo aqui? - Severo entrou com a voz brava.
    - A Potter não quer falar onde o irmão dela está, então tentamos dar um jeito.
    - Dar um jeito? Ela está ao nosso lado, não souberam por Milorde? Eu a criei, é minha filha, tem mais habilidades e conhecimento em artes das trevas que os dois juntos.
    - Por isso tem uma maldição cruciatus tão forte assim. - Disse Alecto levantou-se reclamando de dor. - Deveria ter nos avisado, Snape.
    - Vocês têm que prestar mais atenção no lorde das trevas. Agora vão! - Os dois foram de cabeça baixa para fora. - Marie, fico feliz em como reagiu rápido.
    - Eu fui bem treinada para isso. Como você sabia?
    - Zabini foi atrás de mim e me avisou. Eu te acompanho até o dormitório. Nós temos muito o que conversar sobre a escola.
    - Além dos Carrow que eu estou querendo matar?
    - Paciência, são dois idiotas sádicos. É mais sobre as outras casas, principalmente a Grifinória, sabe como são?
    - Intrometidos ou sem senso?
    - Um pouco dos dois, a pedido do lorde das trevas e o ministério, eu irei liberar castigos piores. Os responsáveis serão os dois.
    - Pai! Isso é horrível.
    - Eu sei, mas é essa parte que você entra, Marie. Tenta conversar com eles, por favor. Eu posso não gostar da maioria, mas não deveríamos ser tão radicais.
    - Eu farei o meu melhor, pai. Mas sabe como são cabeças duras, não? Os corvinos vão entender melhor, talvez os lufanos também, já os grifinórios…
    - Severo, o que está planejando agora? - Professora Minerva estava na nossa frente e me olhou. - Senhorita Potter, pensei que era mais inteligente como sua mãe, não lutaria do lado errado.
    - Você se surpreenderia comigo no quesito lutar, professora. - Virei-me para meu pai e abracei-o sem jeito. - Boa noite, vou sozinha mesmo. Blásio e Pansy me esperam. Boa noite, McGonagall.








    A aula de Defesa Contra as Artes das Trevas estava sendo com os alunos da Grifinória, que acabavam perdendo 10 pontos e detenção toda vez que questionavam o ensino. Amico falava dos objetos de artes das trevas, como era feito a magia deles e como eram mortalmente perigosos. Eu apenas lembrava do dia que Alastor falou que eu tinha comprado uma adaga com esse tipo de magia e eu tentei explicar o outro lado.
    -O que fariam se algo assim fosse usado em vocês? - A sala inteira estava quieta. - Hum… senhorita Potter?
    - Eu teria um amuleto com feitiço espelho, assim o que acontecesse comigo, aconteceria com a pessoa, fazendo ela pensar duas vezes antes de usar algo desse tipo em mim.
    - E se não tivesse?
    - Depende da situação.
    - Você sabe fazer um amuleto espelho? É artes das trevas avançado.
    - É claro que eu sei, mas felizmente não preciso fazer.
    - Por quê? A senhorita já possui um?
    - Algo parecido.
    - Posso ver? - Eu peguei minha adaga e puxei, sem me importar, eu sabia o que aconteceria se ele a tocasse.
    - Claro, professor. - Entreguei a ele e logo ele soltou, jogando em cima da minha mesa.
    - Um objeto muito poderoso para uma criança. - Disse com raiva, sua mão estava totalmente queimada.
    - Ainda bem que eu não sou uma.
    - Estão liberados!
    Guardei Hela na bolsa novamente, recebendo um olhar de ódio do professor. Não queria falar sobre objetos com magia, ué? Blásio tinha comentado que estranhou eu não ter pego detenção, mas eu expliquei o que tinha acontecido na noite anterior e ele riu. No final do corredor, estava a professora McGonagall conversando com Neville e Gina. Aproveitei que Pansy e Blásio iriam para biblioteca e segui em frente.
    -Com licença. Neville, preciso conversar com você.
    - O que você quer, Marie?
    - Marie, é verdade o que a professora Minerva contou? Depois de tudo que aconteceu você está ao lado do Snape? - Gina perguntou indignada.
    - Podemos conversar os três em um lugar mais reservado?
    A ruiva revirou os olhos mas concordou. Seguimos até um banheiro abandonado, fiz rapidamente um feitiço de proteção e de som. Virei para eles, quem estavam com uma expressão de poucos amigos.
    -Eu preciso da ajuda de vocês.
    - Por quê?
    - Os Carrows vão ser pior que Dolores nas punições, só queria pedir para tentar avisar aos outros não questionarem muito como fizeram hoje. Avisem principalmente os mais novos, senão a maioria não vai estar bem para quando tivermos uma batalha de verdade.
    - Por que está nos contando isso? Vocês devem estar adorando…
    - Eu converso com a Luna para ela convencer os corvinos, mas não tenho tanta certeza.
    - Só quero que saibam que estou do lado da Ordem, mas eu prefiro que ninguém mais saiba disso. Vou tentar ficar dentro de tudo para poder ajudar o máximo os alunos. Aliás, vocês sabem se algum nascido trouxa veio esse ano?
    - Poucos mas vieram.
    - Peça para que eles não andem sozinhos, então. Provavelmente eles irão tentar dar um jeito de sumir com todos os nascidos trouxas, até o ministério está prendendo-os.
    - Está tão ruim assim? Li o profeta diário mas não tinha ideia.
    - A família de vocês estão bem?
    - Meus pais e minha avó estão na sede da Ordem.
    - Meus pais, os gêmeos e Carlinhos estão juntos. Eu não sei onde foi parar o Rony, mas deve estar com a Hermione e Harry. Percy continua no ministério, mas acordou e está na Ordem. Gui e Fleur estão na casa deles, mas estão a cumprir coisas também.
    - Fico feliz que estejam bem… Sabem alguma coisa de Sirius, Tonks ou Remo?
    - Remo sumiu, ninguém sabe onde ele está e Tonks está grávida. Sirius está coordenando tudo.
    - Eu quero esganar Aluado, como assim sumir quando ela está grávida?
    - Ela falou que provavelmente está com medo de machucá-la.
    - Ele está fazendo isso se afastando… - Revirei os olhos.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora