Casos de família

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P.O.V. Marie

    Estávamos, sem as crianças, conversando noite a dentro para distrair da atual situação do mundo bruxo. Meu pai estava conosco, mas parecia mais debilitado que antes, me dava um aperto no coração ver ele assim. Eu morria de medo de sua cura não chegar a tempo…

    Monstro me chamou, falando que tinha alguém na porta me procurando. Todos me olharam em um misto de curiosidade e confusão, enquanto eu sorria levemente, tentando esconder a felicidade de ser a pessoa que eu esperava. Ao chegar na porta, encontrei um homem alto, vestido em um terno preto bem formal e um rosto sério, era ele.

    - Posso entrar? - Perguntou com um sorriso discreto e elegante.

    - Claro…

    Abri mais a porta e ele entrou tranquilamente, então a fechei. Fui até a sala com ele me seguindo, onde todos olharam para o homem desconhecido com desconfiança. Voltei do escritório com a minha adaga Hela, deixando sobre a mesa.

    - Quem é ele, Marie Lily? - Cochichou Sirius.

    - Oh, desculpe-me pelos maus modos, deixe-me apresentar. Sou Elijah Mikaelson… - Parecia que ele esperava alguma reação deles pelo nome, mas desconheciam totalmente. - Incrível, vocês não conhecem sobre os Mikaelson?

    - Deveríamos? - Perguntou Harry.

    - Não se estiverem dispostos a se colocar em casos da minha família. - Voltou o olhar em mim. - Eu pensava que Marie era um nome fantasia, mas é realmente... o seu? Conheci uma garota, há séculos atrás, muito parecida com você.

     - Melisandre? - Perguntei e ele assentiu. - Era eu, mais ou menos, acontece que morri e voltei como Marie Lily.

    - Oh sim… agora está mais explicado. Tem certeza do nosso trato? Só irei perguntar mais essa vez.

    - Tenho sim, você trouxe tudo? - O homem tirou um frasco do bolso e me entregou.

    - Normalmente as bruxas preferem de um modo mais direto, não? Faça a sua primeira parte que farei a minha.

    Peguei minha adaga dentro da caixa de ônix e cortei a palma da minha mão esquerda, deixando meu sangue escorrer pelo recipiente. Percebi de canto os olhares dos outros, preocupados, mantinham uma posição que estavam prontos para qualquer ataque. Quando o frasco se encheu, ele me entregou um lenço que estava em seu paletó, para colocar em minha mão. Enquanto eu arrumava o “curativo”, ele caminhou até ao lado de meu pai.

    - Senhor Severo Snape, estou certo?

    - Sim, por que quer saber?

    - Apenas para confirmar. - Ficou frente a frente de meu pai, olho a olho. - Você irá beber meu sangue tranquilamente, sem questionar, recusar ou vomitar.

    - Eu irei… - Severo começou a sussurrar as palavras monotonamente.

    O olho de Elijah se transformou, aparecendo veias destacadas, e mordeu seu próprio pulso, dando ao meu pai. Pela primeira vez, tinha visto Severo Snape tão tranquilo ao aceitar uma ordem, mesmo sendo hipnose. Quando acabou, ele parecia confuso, assim como todos da sala.

    - Agora a sua segunda parte, senhora Black. - Ele me entregou uma mecha de cabelo e uma foto.

    Enrolei a mecha ao redor da foto e finquei a adaga nela, me deixando levar por sua magia. Logo, imagens de alguns lugares e uma garota parecida com ela, porém desse século. Retirei e entreguei-lhe a foto, mas recusou.

    - Kiewa, na Austrália.

    - Espero que esteja sendo honesta comigo, senhora Black.

    - Não teria porque não ser.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora