Por quanto tempo..?

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    O pio de uma coruja me acordou bem quando eu tinha começado a dormir, mesmo com o sol quase nascendo. Nós tínhamos saído no meio da madrugada para andar de moto, aproveitando que Harry estava cuidado de Régulo. Peguei a carta, dando uma olhada rápida, era de Draco. Astoria tinha passado muito mal, ele estava preocupado que ela não vivesse por muito tempo por causa da maldição. Troquei minha roupa, peguei minha adaga e aparatei na casa dos Malfoy. Parecia vazia, caminhei pelas partes que eu lembrava até dar de cara com Lucius.
    -Senhor Malfoy, onde estão Draco e Astoria?
    - Por que quer saber?
    - Maria! - Draco veio correndo ao me ver, seu rosto estava abatido e com olheiras. - Obrigado por vir tão rápido, eu tenho dado poções para ela, mas…
    - Antes eu preciso te perguntar, ela aceitaria uso de Artes das trevas?
    - Não, Astoria é totalmente contra!
    - Okay, esse era o caminho mais curto e mais fácil… tem como você conseguir uma Fênix?
    - Hum, eu vou ver. - Ele disse sumindo em busca do meu pedido.
    - Pelo que eu saiba seu irmão é auror, não?
    - O que tem?
    - Imagina ele saber que a irmã dele utiliza artes das trevas.
    - Eu utilizo qualquer tipo de magia, senhor Malfoy, esses limites não existem para mim.
    - Não é algo que o ministério gostaria de ouvir. - Ele me olhou como se estivesse me desafiando.
    - Eu não ligo, eu não sou qualquer tipo de bruxa que eles podem simplesmente prender e tomarem a varinha. Minha magia vai além. - Sustentei seu olhar até Draco aparecer novamente com uma gaiola em mão.
    - Foi difícil, mas está aqui. Espero que meu pai não tenha te incomodado.
    - Não… vamos, é cansativo o feitiço.
    - Por aqui.
   Segui-o para a parte superior, caminhando entre diversos quartos até chegar em um onde Astoria estava deitada, pálida. Ao seu lado, Narcisa sentada em uma cadeira e do outro lado, Daphne, quem se assustou ao me ver.
    - O que essa daí está fazendo aqui? - Revirei os olhos apenas.
    - É melhor se afastarem um pouco, durante o feitiço a maldição irá procurar um hospedeiro. Draco tem um almofariz, por favor?
    - Aqui. - Disse me dando um de pedra, parecia antigo.
    - Astoria, pode doer um pouco, mas não se preocupe, será a última vez que essa maldição irá te causar algo.
    - Obrigada. - Disse com um sorriso fraco.
    Primeiro me concentrei na adaga, como se pedisse ajuda para realizar. Eu não sabia o que fazer, mas parecia que algo se apossava de mim, minhas mãos trabalham automaticamente. Cortei seu pulso superficialmente e coloquei o sangue no pote, adicionei cinzas da Fênix e misturei tudo. A primeira parte estava pronta. Dei um leve corte na Fênix também, que não fez nenhum barulho, parecia saber o que eu estava fazendo, e coloquei junto à mistura. Eu me concentrei em seu sofrimento por causa de uma antepassada, não era nada justo. Senti metade do meu rosto ter espasmos, então da minha mão do mesmo lado, saiu uma névoa branca e gélida junto a outra escura e quente, precipitando-se na mistura. Umas palavras saíram da minha boca, sem eu saber a tradução exata. Dei para Astoria beber, quem parecia não estar gostando nada. De repente, tudo ficou quieto.
    -É só isso? - A voz da irmã dela soou.
    - Calma.
    Foi só eu falar que a ave deu um grito ardente, que foi tampado pelo dado por Astoria. Ela tremia de dor enquanto berrava, até que a ave pegou fogo. Astoria soava frio, mas conseguia abrir os olhos e olhava para Draco com um leve sorriso.
    -Agora dê uma poção revigorante a ela, Draco. Daphne, solte a ave.
    - Por que eu? - Ela perguntou, mas foi pegando e se afastando logo.
    - Está melhor, querida?
    - Sim… - Tentou se sentar, com sucesso. - Obrigada, Marie.
    - Como posso retribuir? - Draco perguntou com os olhos brilhando para sua esposa.
    - Não precisa, Malfoy. Eu sou sua amiga, sempre pode recorrer quando precisar. - Eu e Astoria tossimos ao mesmo tempo saindo um líquido preto de nossas bocas.
    - O que é isso?
    - Efeitos. - Peguei a toalhinha que ela tossiu e a minha, jogando a maldição da morte. - Totalmente livre, ninguém mais da sua família sofrerá da maldição.
    - Sério? - Sorria esperançosa. - Nem mesmo filhos que eu posso vir a ter?
    - Ninguém mais, eu destruí pela raiz.
    - Obrigada mesmo. E desculpa por ter te tirado da cama.
    - Eu tinha acabado de chegar em casa, na verdade. - Ela me olhou curiosa. - Eu e Sirius fomos dar uma volta de madrugada.
    - Aliás, como está Régulo?
    - Crescendo mais a cada dia, além de ficar mudando todos os brinquedos de lugar com magia.
    - Nós iremos visitá-los, se vocês quiserem. - Disse Narcisa toda cordial.
    - É claro, vocês são sempre bem vindos, mesmo que o meu irmão fique fazendo careta, ele é só chato mesmo.
    Despedi-me, desejando melhoras e pedindo para me avisarem qualquer coisa. Desaparatei em casa novamente, eram dez e pouco da manhã, o feitiço tinha demorado muito. Acabei me deparando com uma cena caótica: a sala toda cheia de tinta com Teddy andando batendo as palmas azuis com verde e Régulo engatinhando, Sirius no meio disso tudo com a roupa pior que a das crianças. Se Teddy estava ali, significava que Remo e/ ou Ninfadora estavam ali, conversando com Harry. Fui silenciosamente até o quarto do meu irmão, eu tinha acertado.
    -Com licença…
    - Marie!
    - Por quanto tempo vocês deixaram os três sozinhos?
    - Teeddy, Reg e Almofadinhas? - Remo me perguntou. - Por meia hora, eu acho, por quê?
    - Socorro… - Coloquei a mão na testa, surpresa pela rapidez. - Obrigada. - Desci correndo as escadas, parando em frente ao Sirius. - Sirius Orion Black?
    - Oi, meu amor, coisa mais linda desse mundo… - Disse pegando a varinha, tentando tirar tintas de alguns lugares.
    - O que aconteceu aqui? - Remo disse com os olhos arregalados de surpresa.
    - Vocês me deixaram sem supervisão.
    - Sirius, se você não sabe, você é um adulto. - Eu disse separadamente.
    - Deixado sem supervisão! - Harry começou a rir atrás.
    - A idade mental do Almofadinhas regride cada vez mais…
    - Eu estou aqui, Aluado!
   






    Desci as escadas para tomar o café da manhã (ou seria almoço?). Eu tinha mandado Sirius tomar banho, além das crianças. Carregava meu filho no colo, com o cabelinho molhado todo arrepiado. Sentei-me e vi Sirius correndo com Teddy nos braços.
    -Estamos limpinhos!
    - Como você conseguiu sujar a sala inteira brincando com eles?
    - Se bem que ele conseguiria sozinho.
    - Aluado, maldade, ein? - Ele mordia um pedaço de maçã. - Marie, onde você foi? Sumiu a manhã toda.
    - Na casa dos Malfoys.
    - O que você foi fazer lá? - Harry disse com nojo.
    - Ajudar Astoria, ela estava muito doente.
    - Você não é curandeira.
    - Harry, pode calar a boca? É algo mais complicado que isso, por isso eu fui.
    - Se era tão complicado, eles deveriam ter procurado a ajuda do Ministério, não?
    - Remo, eles não confiam no ministério e ninguém de lá poderia fazer o que eu fiz.
    - Você está bem, raposinha? Depois desses tipos de feitiços, você passa mal.
    - Estou, consegui equilibrar bem.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora