Soco em comensais

3.3K 371 43
                                    

    Eu estava finalizando o desenho que tinha prometido a Sirius, na mesma sala de antes. Voltei ao desenho de Monstro com Régulo, pensei em fazer um desenho dele também, mas não sabia se os irmãos se davam bem. Provavelmente não… Ao me virar para frente, vi ele novamente, mas dessa vez me chamou com as mãos. Segui-o, os outros estavam no quarto e os mais velhos estavam conversando com alguns bruxos que vieram.
    Passei despercebida, aparentemente, indo até a porta do quarto do que me guiava. Apontou para dentro e sumiu, então tive que abrir, ele estava lá novamente. Era um quarto muito antigo, porém parecia que ninguém esteve ali a tempo. Ele apontou para um espelho e fui até ele, parecia conter alguma magia. Ele estendeu sua mão, colocando sobre a minha, como se ela tivesse entrado na minha e entrou dentro do vidro. Assim que eu retirei minha mão, ela estava com uma carta.
    - Entregue a Sirius, por mim. - Ele sorriu e sumiu.
    Beleza, virei coruja para morto. Saí correndo entre as escadas, indo até a mesa de jantar onde os adultos estavam. Não só tinha Sirius e os Weasleys, alguns outros bruxos que eu não conhecia estavam ali e me encaravam. Óbvio, uma louca saindo correndo pela casa.
    - O que aconteceu, Marie? - Perguntou Remo preocupado.
    - Sirius… Seu irmão pediu para te entregar isso… - Todos na sala voltaram os olhos para nós.
    - Como? Até parece que Régulo… - Antes dele completar, eu entreguei para Sirius. - É a letra dele mesmo, onde você conseguiu?
    - Dentro do espelho, literalmente.
    - Como você sabia, Marie? - Perguntou Remo.
    - Eu não sabia, Régulo me pediu para eu seguir e fui, quando eu vi ele já estava me pedindo para entregar a carta ao Sirius. Nem me olhem assim, sou só a coruja e eu não li, Sirius.
    Sirius abriu a carta e seus começaram a rodear pelo papel. Ainda sentia alguns olhares dos bruxos que estavam ali, numa espécie de reunião. Voltei o olhar para ele, seus olhos estavam com lágrimas, abaixou o papel e se levantou.
    - Obrigada, Marie. - Disse me abraçando e após se afastar, enxugou suas lágrimas. - Ele está aqui?
    - Sim… - Disse ao ver o homem ao seu lado aparecer.
    - Desculpa, meu irmão, não sabia. Eu te amo, não queria ter te deixado com os nossos pais.
    - Fala para ele que eu entendo e que sempre estive ao seu lado todo esse tempo. - Ele sorriu para o irmão.
    - Régulo pediu para falar que te entende e que ele estava ao seu lado todo esse tempo. - Sirius continuava a chorar silenciosamente.
    - Como você faz isso, Marie? - Perguntou Remo. - Ah, essa é Marie Lily Potter, irmã de Harry.
    - Eu sou uma bruxa dos véus ou, como alguns chamam, bruxa necromante. - Respondi olhando para ele.
    - Isso é raro… Aliás, sou Quim Shackbalt, auror. Como você descobriu isso?
    - Com o meu pai, quero dizer, Severo, ele me ajudou a controlar as outras habilidades vinda disso.
    - Quais seriam? Eu pensava que era lenda, todo esse tempo.
    - Além de ver e falar com os mortos? - Perguntei sorrindo. - O resto é melhor não saber, é muito perigoso.
    - Mais perigoso que o mundo bruxo está?
    - Não tenha medo, Marie. - Remo colocou a mão em meu ombro. - O que mais seria a habilidade?
    - Eu posso segurar uma pessoa aqui, deixando um resquício de vida mínima e aparentar estar morta, posso tirar a vida de alguém só tocando nela assim como posso restaurar a vida, com um preço.
    - Como você descobriu isso?
    - Quase matando um trouxa… - Mordi meus lábios, o auror estava surpreso. - eu tinha apenas oito anos, a minha sorte é que meu pai estava próximo e percebeu.
    - Isso é muito sério, tem algum gatilho para ter acontecido isso?
    - O gatilho, na parte de matar, vem da raiva. Nisso, esse trouxa estava sendo idiota, ele e os amigos deles… Quando eu segurei ele para evitar de bater no meio de uma aula, comecei a tirar, sem perceber.
    - Aulas? - Sirius perguntou.
    - Severo me levou para aula de luta, por causa que eu tinha achado interessante e insisti muito.
    - Snape te deixou conviver com trouxas? Isso é surpresa. - Sirius respondeu sarcástico.
    - Sim, mas foi a única vez. Como eu falei, nunca mais tentei me aproximar de trouxas desde essa vez, peguei uma raiva deles…
    - Foram só crianças sendo crianças, não tem nada haver com trouxas. - Remo disse.
    - Duvido… os adultos eram tão idiotas como, eu me lembro como se fosse ontem.


    - Posso entrar? - Ninfadora estava na porta do quarto. - Cadê a Gina? Por que você está sozinha?
    - Todos no quarto dos garotos, fiquei aqui para ler um pouco.
    - Está chateada? - Sentou ao meu lado na cama.
    - Não, sabia que isso aconteceria uma hora ou outra.
    - Sirius foi um pouco rígido, não? - Balancei a cabeça lembrando do restante da briga na frente de toda a ordem. - Sabe como é… Sirius cresceu com todos familiares se transformando comensais, enquanto lutava contra ele, o que você falou pode dar medo a ele por ser um pouco…
    - Tradicional, demais? Eu sei, mas eu não ligo.
    - Então por que está quieta e sozinha aqui? - Ela levantou a sobrancelha. - Não precisa se esconder, Marie.
    - Desculpa.
    - Não tem nada para pedir desculpas para mim. Minha avó paterna é trouxa sabia?
    - A minha materna era, também.
    - Que pena que você não teve a oportunidade crescer com ela, talvez você visse que nem todo trouxa é preconceituoso com bruxo…
    - Está tentando me convencer, Tonks? - Sorri para ela.
    - Não consegui, não é? Minha mãe é como você, quando ela coloca algo na cabeça, ninguém tira, tanto que casou com meu pai.
    - É mais ou menos assim. - Eu ri. - Mas eu entendo que vocês tentem proteger os trouxas por alguns que nos respeitam. Eu não gosto deles, porém sei reconhecer que são úteis e alguns se envergonham do passado deles.
    - Fico feliz, alguns membros da ordem estavam achando que Snape tinha mudado de lado, novamente, e te influenciou.
    - Não, meu pai não faria isso. Espera, foi Sirius que falou?
    - Como você sabe? Vai falar que tem um fantasma fofoqueiro aqui?
    - Não, os dois se odeiam apenas. Posso fazer uma pergunta?
    - Claro.
    - Você e Remo vão casar quando?
    - Você é direta, Marie. Não sei, espera ele te falou sobre mim?
    - Bastante, não imagina quanto. Está totalmente apaixonado, parece até bobo.
    - Ele não quer admitir, por causa que ele se considera um monstro, eu falei que não ligo se ele é um lobisomem, eu o amo assim.
    - Vou ter uma conversa com meu padrinho, aquele cabeça dura.
    - Ele é teimoso… parece você. Quer descer até lá?
    - E se…
    - Vamos, eu estuporo se alguém te xingar. - Piscou para mim e segui-a. - Voltamos! Como está o papo? Que comensal vamos dar uns socos?
    - Por enquanto nenhum, Tonks. - Disse Sirius. - Conversou com a Marie?
    - Eu estou aqui, está bem? - Respondi. - Conversamos.
    - E?
    - E nada, Sirius. Deixa a garota em paz, por favor. - Ela interrompeu.
    - Por que vocês não vão atrás dos comensais agora? - Perguntei.
    - Não é assunto para criança, Marie. Por que não vai com os garotos e a Gina?
    - É assunto para mim, Voldemort quer matar meu irmão e não vou deixar, só por cima do meu cadáver.
    - É bom escutar isso, Marie, mas…
   - Mas nada, ele está chamando os comensais antigos e vocês vão ficar parados? Vão esperar o quê? Ele libertar todos de Askaban?
    - Não tem como fugir de Askaban…
    - Sirius fugiu, Barto Junior também. O lorde das trevas ressuscitou e vocês estão falando que ele não consegue entrar em uma prisão rodeada por seres facilmente controlados por ele?
    - O caso do Black e daquele desgraçado são diferentes. - Disse o verdadeiro Moody. - Porém, não podemos fingir que não é possível. Aliás, Alvo me falou que você desconfiou dele?
    - Óbvio! Ele era totalmente estranho, lançou imperio na sala toda e depois, nem te conto. Que tipo de professor de defesa contra as artes das trevas faria isso?
    - O que ele fez depois, Marie?
    - Ele lançou cruciatus em mim.
    - Por que você não contou isso?
    - Porque fui eu que pedi. - Eu respondi e todos arregalaram os olhos. - Aliás, ele me ensinou a lançar a maldição antes. E não, não senti nada de uma dor horrível como falam. Aparentemente, tenho resistência a cruciatus, menos mal, de tortura eu não morro.
    - Você é louca, Marie Lily? - Remo me olhava incrédulo.
    - Um pouco, mas eu diria curiosa. - Sorri e ele estava com cara de quem ia me deixar de castigo pela eternidade. - Graças a isso, eu descobri sobre o polissuco, então sem xingamentos por hoje, padrinho.
    - Socorro, a irresponsabilidade do Tiago. - Ele sussurrou rindo.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora