Calafrios

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Havíamos ido embora, mas depois voltamos, a casa era mais tranquila. A minha barriga já estava aparecendo, afinal eu estava indo para completar o sexto mês. Eu não podia mais acompanhar o mesmo ritmo das crianças que corriam de um lado para o outro, estava bem cansada sempre. A grande notícia era a gravidez de Gina, Harry estava todo bobo e protetor, lembrava muito Sirius.

- O que você acha? - Escutei a voz de Sirius longe e virei. - Marie?

- Desculpa, estou um pouco longe.

- Deu para perceber. Está tudo bem? - Ele pegou na minha mão e eu assenti, sorrindo. - Remo e Tonks pensaram em nós todos irmos para o cinema com as crianças, lançou um filme infantil.

- Acho uma ótima ideia, mas eu acho que não vou junto.

- Por quê, raposinha? Não é por causa de ser trouxa, é?

- Não, eu estou um pouco cansada, melhor eu ficar de repouso.

- Mas você vai perder, mamãe...

- No próximo eu irei sem falta, Reg, não se preocupe. Aliás, eu tenho visto alguns teatros trouxas e bruxos para nós irmos também.

- Eba!

- E se nós comprarmos uma televisão? - Sirius sugeriu. - Conheço uma pessoa que faz tecnologias trouxas funcionar a base de magia.

- Seria ótimo.

- Está mudando muito, raposinha.

- Continuo não simpatizando muito por trouxas, mas algumas coisas feitas por eles são úteis.

- Tem certeza que devemos ir?

- Tenho sim, eu vou ficar dormindo a tarde inteira.

- Qualquer coisa...

- Eu te chamo, não precisa se preocupar, além disso tem o Monstro e a Dili. - Os três se olhavam e depois para nós, esperando alguma resposta. - O que estão esperando? Vão se trocar.

Eu subi junto com as garotas para ajudá-las a se vestirem, logo estavam fofas ali. Os cabelinhos ruivos soltos em uma bagunça de Mérope, impossível de ajeitar, porque sempre voltava a misturar. Enquanto Astérope tinha o cabelo todo certinho e me pediu para colocar um laço combinando com seu vestido. Elas mal esperaram e foram correndo até Régulo. Ao sair do quarto, vi ele segurar a mão das duas, como eu e Sirius havíamos pedido a eles. O engraçado era como ele assumia um papel de responsável e protetor com as irmãs, mesmo sendo uma criança ainda. Sirius veio por trás, daquele jeito arrumado desarrumado dele de sempre.

- Estão perfeitos. - Olhei para Sirius e seu olhar estava carinhoso. - Tomem cuidado, não solte a mão deles.

- Não precisa se preocupar, Raposinha. - Deu um beijo e acariciou meu cabelo. - Você tem certeza?

- Tenho, estou muito cansada. Será bom para Perséfone e Blásio...

- Ainda acho que deveria visitar o hospital.

- Está tudo bem, é normal, meu amor.

Nós nos beijamos rapidamente e nos despedimos. Os três pularam de alegria por poder ir, enquanto Sirius ria. Sorri e vi eles saindo pela rede de Flu. Voltei para o quarto, peguei meu caderno-diário e deitei-me com a cabeça levemente levantada. As minhas anotações desde o colégio, com fotos presas entre as páginas. Lembranças maravilhosas, anotações de feitiços criados por mim e muitas coisas.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora