Casamento?

2.4K 241 101
                                    

    Eu avisei a Blásio que visitaria Harry no seu vagão e ele pediu para eu ficar lá, falando que sabia como ele precisaria mais. Foi difícil, mas achei a cabine de Harry, bati e entrei com cuidado. Ele parecia em alerta, tanto que se virou rapidamente, apontando a varinha.
    -Sou eu, Harry… - Disse sentando ao seu lado.
    - Eu te avisei que o Snape não era quem você achava ser, ele é um monstro! Assim como o Malfoy que você tanto defendeu. - Abaixei a cabeça, engoli em seco e respirei fundo, precisava cumprir a ideia de meu pai.
    - Não precisa falar assim, Harry… - Deixei lágrimas escorrerem. - Eu estava com você, não estava?
    - Eu sei, espero que entenda que o seu "pai" matou Dumbledore. - Fez aspas com as mãos.
    - Harry, não fala assim. - Granger chamou o amigo. - Não percebe como ela está?
    - Defendendo ela? - O Weasley disse assustado.
    - Vocês não tem sentimentos? Eles tem coração de pedra, Marie, desculpa.
    - Não precisa, Hermione… - Sorri sem mostrar os dentes. - Harry, onde você vai ficar nas férias?
    - Remo achou melhor deixá-lo um pouco na casa dos seus tios. - Granger respondeu após ele ficar em silêncio.
    - Ah, sim…
    - Eu descobri quem é o príncipe mestiço. - Harry me olhou. - Por que você não contou antes?
    - Você tinha que descobrir sozinho.
    - Por quê esse nome? - Rony perguntou confuso.
    - Eileen Prince era o nome da mãe de Severo, então usou o sobrenome. Mestiço porque o pai dele era trouxa.
    - Qual a lógica de ser um comensal, então? Nem sangue puro ele é.
    - Voldemort também não é, nem por isso deixou de ser o líder dos Comensais.
    - Eu não tinha pensado nisso…
    Ficamos em silêncio novamente, saindo um som apenas do trem até a estação. Descemos e Harry disse um "tchau", sem muita emoção. Avistei Tonks com um cachorro ao seu lado, chamando para irmos.





    Aparentemente haviam voltado a usar a casa dos Black como sede da Ordem da Fênix. Desci silenciosamente as escadas, para a cozinha, estava com fome no meio da madrugada. Escutei alguns cochichos, então fiquei quieta para poder escutar bem.
    -...aquele traidor, eu tinha avisado que não era de confiança! - Era a voz de Moody.
    - Dumbledore confiava nele, Alastor. - Remo disse calmo.
    - Viu no que a confiança dele o levou, não devemos confiar em nenhum bruxo das trevas.
    - Alvo achava que Severo tinha se sentido culpado por Lílian, Snape apoiou a Ordem por tanto tempo… foi tudo tão bem calculado, deveria estar esperando para levar tudo a Voldemort.
    - Sirius, talvez…
    Entrei na cozinha, fingindo não perceber e comecei a mexer nas coisas, procurando comida. Peguei um pedaço de bolo, colocando na mão e me virei para todos.
    -Assaltando a cozinha de novo, raposinha? - Sirius disse sorrindo.
    - Insônia e fome dá nisso, não é?
    - Como você está, Marie? - Perguntou Remo chamando para eu sentar ao seu lado.
    - Bem, eu acho. - Não conseguia olhar em seus olhos, era horrível esconder as coisas deles.
    - Mesmo? Hermione nos contou tudo, aliás fico feliz que vocês tenham se aproximado.
    - Harry e eu não estávamos nos falando  direito, precisava saber, então eu e ele fizemos um acordo.
    - Diplomática… - Sirius disse rindo leve. - Vocês voltaram a se falar?
    - Mais ou menos, brigamos no trem também. E depois do que ele me disse em Hogwarts, vai demorar…
    - O que ele te falou?
    - Quando ele lançou Sectumsempra em Draco, eu o xinguei, poderia ter matado ele. Então depois de um pouco de discussão, ele falou que, para mim, a vida do Malfoy valia mais a pena do que de um nascido trouxa, insinuando sobre a diferença dos sangues para mim. Para piorar, eu concordei e o ignorei o resto da semana.
    - Vocês dois têm um gênio forte. - Lupin subiu a sobrancelha. - Mas logo se darão bem, briga de irmãos.
    - Se depender de como as coisas estão indo, vai demorar. - Fiz uma careta, comendo o último pedaço de bolo. De repente uma coruja apareceu, jogando uma carta na mesa.
    - A ordem não envia cartas… - Alastor pegou desconfiado. - É o Zabini, deve ser sua então.
    "Marie, eu sei que pode parecer estranho nas circunstâncias do mundo bruxo, mas pode me visitar amanhã? É algo muito importante para nós, antes de estourar uma guerra. Com amor, Blásio." Dei um leve sorriso, ele era delicado nas palavras sobre a guerra, pois estava em uma contradição mental ao ficar ao meu lado.
    -O que ele quer? - O olho de Alastor estava fixo em mim.
    - Pediu para eu ir na casa dele, amanhã.
    - E você vai? Não é perigoso? - Sirius dizia apressado. - Ele pode ser um comensal também.
    - Blásio não é, ele tem coisas mais importantes para lidar do que apoiar qualquer lado.
    - Se ele não tem lado, é apoiador de Voldemort.
    - Eu não quero discutir, com licença. - Levantei, segurando a carta próxima a meu coração, para me acalmar.
   



    Desci as escadas rapidamente, tinha tomado café e depois corrido para trocar de roupa. Acabei por colocar um vestido branco de pequenas flores pretas, eu não estava nem um pouco com frio. Deixei meus cabelos soltos, assim podendo cair nos olhos, mesmo estando com lente. Peguei o pó de Flu e, antes de alguém viesse, fui até a casa de Zabini.
    -Marie, finalmente… pensei que não viria. - Blásio estava nervoso.
    - Até parece… - Dei um selo rápido, mas fui puxada por ele, aprofundando em um beijo.
    - Com licença, pode não agarrar minha filha? - Severo entrou e piscou para mim.
    - Desculpa, professor Snape.
    - Marie Lily, quanto tempo? - A mãe de Blásio veio sorrindo, porém podia ver seu rosto totalmente abatido pela saúde.
    - Um prazer revê-la, senhora Zabini.
    - Hum… Blásio, não enrole muito, por favor. - O garoto chacoalhou a varinha e uma caixa surgiu na sua mão.
    - O que é isso, senhor Zabini?
    - Snape, primeiro, como manda a tradição, eu gostaria de pedir a mão de sua filha em casamento. - Ele segurou na minha mão, morria de medo de Severo.
    - Casamento? Não acham que são muito jovens?
    - O casamento seria apenas após finalizarmos Hogwarts, obviamente.
    - Hum… Marie Lily? - Severo me olhou, nervoso. - Depende apenas dela.
    - Então… - Blasio abriu a caixa, revelando um anel prata com alguns diamantes. Eu sabia da proposta, apenas não sabia quando iria ser, ele queria que sua mãe ainda estivesse ali, mas mesmo assim, meu coração estava na boca. - Marie Lily Potter, aceita se casar comigo e me fazer o bruxo mais feliz do mundo?
    - Claro que aceito! - Beijei-o, mas logo tivemos que nos afastar graças ao meu pai. Ofereci a mão e ele colocou na mão de noivado.
    - Fico muito feliz por vocês! - Senhora Zabini disse sorrindo com os olhos cheios de lágrimas. - Ainda ganhei uma filha.
    - Espero que cuide muito bem de Marie, Zabini, ou você já sabe.
    - Pai! - Eu ri de nervoso. - Ele está brincando.
    Conversamos por um bom tempo, com Blásio querendo fugir, mas Severo estava nos vigiando. Percebi o horário, quase hora do almoço, então tive que me despedir. Foi difícil, mas voltei depois de uma manhã maravilhosa. Ao aparecer na lareira dos Black, ainda não conseguia tirar o sorriso do rosto e meus olhos brilhantes, era um dos momentos mais felizes da minha vida.
    -Marie, querida… - Senhora Weasley veio me abraçando, revendo-a pela primeira vez. - Que sorriso maravilhoso é esse?
    - Já voltou, Marie… Marie, esse anel! - Tonks gritou, fazendo todos vierem para a sala. - É o quê eu estou achando?
    - Eu e Blásio estamos noivos. - Sorri, mostrando a mão com anel. - Ele acabou de me pedir em casamento.
    - Casamento? - Remo arregalou os olhos. - Vocês nem acabaram a escola ainda.
    - Será só depois de acabar Hogwarts, Aluado, calma.
    - Felicidades, Marie! - Molly me abraçou. - Por que ele não veio?
    - Tem que cuidar da mãe dele, ela está muito doente.
    - Eu acho meio estranho, mas se é o que você quer, então parabéns raposinha.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora