-Ainda está sem falar com Harry? - Sirius sentou ao meu lado, no exterior da Toca.
- Óbvio.
- Algum de vocês vai ter que engolir o orgulho.
- Não vai ser eu. - Engoli em seco.
- Ter um irmão às vezes pode ser difícil, eu entendo.
- Entende? Meu irmão é o escolhido, todos acreditam nele, sempre parece estar pronto para lutar… e eu?
- Te entendo mais do que imagina, eu e Regulus tínhamos algo parecido com isso. Ele era o orgulho da família, eu sempre fui o rebelde, o estranho.
- Família é um saco… preferia continuar sendo considerada uma Snape do que Potter. Assim ninguém esperaria nada de mim.
- Não fala assim… - Disse bagunçando meu cabelo. - Fugir pode não ser a melhor solução, falo por experiência própria.
- Marie! - Gritou Remo da porta. - Severo quer falar com você.
Levantei-me, sendo acompanhada por almofadinhas. Meu pai estava ali, na sala, com todos encarando-o, parecia totalmente desconfortável. Olhou para mim, mas ao ver Sirius, seu olhar se encheu de raiva.
-Marie Lily, preciso de você… - Olhou para o lado, ele queria falar algo em particular.
- Pode falar, Severo. - Remo comentou colocando a mão no ombro dele, quem balançou para tirar.
- Não é assunto para vocês. - Ele me olhou nos meus olhos, em um misto de preocupação e carinho. - Chegou a hora.
- Hora do quê?
- Mas já?
- Tentei evitar ao máximo, mas Bella me avisou… se não o fizer, provavelmente será pior.
- Então eu vou… - Sorri levemente.
- Onde Marie vai, Severo?
- O que minha prima tem haver?
- Marie irá contar depois. - Ofereceu o braço para mim e eu aceitei.
- Severo eu vou… - A voz de Sirius sumiu.
A minha sorte era de que eu tinha sentido estar próxima e coloquei um vestido xadrez escuro com um casaco verde escuro. A visão do interior da mansão Malfoy logo surgiu, revelando na nossa frente alguns bruxos que eu não conhecia, provavelmente comensais. Apontaram a varinha para mim e a minha vontade era de pegar a minha, duelar.
-Quem é ela, Snape?
- Minha filha, Carrow. - Disse e segurou minha mão, tentando passar pelos comensais.
- Seus idiotas, deixem eles passarem! - Gritou Lestrange vindo em nossa direção. - O lorde das trevas está esperando-a.
- O que ele está querendo com uma mestiça imunda? - Disse o outro rindo.
- Cuidado como fala comigo.
- Ou o quê? Vai chorar pelos papais? - O riso logo foi se formando em um engasgo, sua cor sumiu e ele caiu no chão, não estava morto, ainda não.
- Espero que tenha entendido. - Sorri para ele quase desacordado.
- Sem enrolar mais, vamos? - A mulher de cabelos negros nos chamou, mostrando o caminho. - Aliás, ele morreu?
- Não.
- Que pena… ele é muito irritante.
- Posso terminar depois, se quiser.
- Adoraria. - Disse com um sorriso louco.
- Bellatrix!
- Você já fez coisa pior, Severo. - Revirou os olhos e riu.
Entrei no que parecia ser uma sala de estar ou de reunião. Na ponta estava o Lorde das trevas, ao seu lado Dolohov e Lestrange. Aproximei-me, uma parte de mim queria matá-lo ali mesmo, mas sabia que não seria inteligente.
-Então é essa a garota Potter? - Perguntou, levantando e segurando o meu rosto. - O que aconteceu com os olhos?
- Acredito que o senhor saiba. - Falei puxando as mechas de cabelo que tampava meu olho.
- Tão jovem… - Olhou como se estivesse me analisando. - Oclumente, também?
- Meu pai é mestre de oclumência e legilimência, aprendi desde cedo.
- Bem diferente do seu irmão como vejo… é verdade sobre o seu dom?
- Eu mesma acabei de presenciar, Milorde.
- Então me mostre.
Fez um sinal com a mão e Bellatrix apareceu com um garoto, sua aparência era igual ao de Harry, poção polissuco, eu sabia, podia sentir. No canto da sala, a porta se abriu e Draco apareceu, seu olhar estava assustado pela cena.
-Draco, fico feliz que tenha se juntado a nós. - Disse sua tia, o trazendo para mais perto
- Marie, o que você está fazendo aqui? - Cochichou para mim e apenas sorri, assentindo com a cabeça.
- Agora, faça-o! - Voldemort esbravejou.
O olhar do garoto sequestrado era de total medo, não liguei e lembrei da raiva guardar, liberando-a. A cor do garoto foi sumindo, até que caiu no chão, morto. Meu olhar se voltou para Voldemort e sorri.
-Incrível… - Disse olhando para o corpo. - Sem qualquer maldição imperdoável.
- Falei para o senhor, Marie Lily é muito poderosa, mas ainda está aprendendo a controlar.
- Seria muito útil termos uma mensageira da morte ao nosso lado… - Sorriu, colocando a varinha abaixo do meu queixo. - O que acha garota?
- Onde meu pai estiver, estarei. - Olhei nos seus olhos sem medo.
- Lealdade… algo que nós prezamos aqui. - Se virou, brincando com a varinha entre os dedos. - Mas antes quero saber se é verdade outra coisa, Bella, por favor.
- Crucio! - O mesmo formigamento, um pouco mais intenso, se apossou do meu corpo, mas tudo suportável. - Como?
- Próxima, Bella.
- Não, por favor Milorde. - Interrompeu Severo. - Não temos certeza e se…
- Avada Kedavra! - A luz me atingiu, mas ao invés de me matar, parece que foi sugado por minhas veias, iluminando por onde passavam.
- Não aconteceu nada… - Olhou em surpresa. - Muito curioso, criança.
- Era apenas isso, Milorde?
- Sim, Severo… Foi um prazer em conhecê-la, senhorita Potter.
- Digo o mesmo. - Abaixei levemente a cabeça e sorri.
- Se nos dão licença… - Severo me puxou para fora e desaparatamos.
Voltando a Toca, aparecemos na parte externa. Meu pai não parava de me olhar conferindo se eu estava bem, todo preocupado. A porta se abriu, saindo Sirius e com Moody na porta. Snape se despediu e aparatou para longe para evitar qualquer conflito. Devia estar tendo alguma reunião da Ordem da Fênix, ou pelo menos parte dela.
-Marie, ainda bem que voltou! - Harry disse nervoso.
- O que aconteceu?
- Um nascido trouxa desapareceu da Corvinal. - Hermione disse nervosa, mostrando a foto. Meu coração se acelerou, reconheci sua expressão.
- Está morto. - Engoli em seco e todos me olharam.
- Como você..?
- Marie me contou que pode sentir quando…
- Não é isso, almofadinhas… ele morreu na minha frente. - Seus olhos se arregalaram. - Fui eu quem o matou.
- Marie Lily? - Tonks me olhou incrédula.
- O lorde das trevas pediu… - Alastor me desarmou e me estuporou, acabei caindo no chão com força.
- Eu falei! Ela é um deles, assim como Snape.
- Marie, como você pode? - O olhar de Tonks era o que mais me machucava.
- O garoto iria morrer de qualquer jeito, estava com veneno no corpo, apenas deixei-o sem dor e acelerei o processo. - Fui me levantando, de olho em Alastor. - Era isso o que meu pai falou sobre estar na hora, Voldemort queria me conhecer, ele tentou adiar, mas não dava mais, era arriscado.
- Continua me cheirando a traidora. - Moody continuou a apontar a varinha para mim.
- Você não sabe nada do que eu vi lá. O garoto que eu matei estava com poção polissuco e eu via o Harry, tudo isso para me provocar! Depois jogaram a maldição da cruciatus e a da morte em mim, para testar algo. - Meus olhos se encheram de lágrimas, mas segurei. - Meu pai poderia ser o próximo, eu não podia ignorar.
- E para isso, recebe ordem de você-sabe-quem?
- Para salvar quem eu amo? Sem pensar duas vezes! Se ele prometesse não matar ou machucar mais alguém que eu ame, eu virava até comensal. E isso incluí meu pai, meus amigos, Blásio, Harry, aluado, Tonks, almofadinhas…
- Marie…
- Vou para o quarto, boa reunião.
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Diário de uma PP: Potter Perdida
FanfictionMarie Lily Potter, irmã gêmea desconhecida e aparentemente oposta a seu irmão, o famoso Harry Potter. Essa sou eu, uma Potter que cresceu como uma Snape, escondida de todos, pois teoricamente eu estava morta. Até Dumbledore decidir que seria minha h...