Quem quer ver Merlin?

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    - Até quando você vai continuar com essas aulas particulares para o seu irmão?
    - Não sei, Pansy… foi um trato, pelo jeito até o final do ano.
    - O que você ganha em troca?
    - Sem surtos do Harry.
    - Então está indo mal, não? - Blásio acompanhou a risada. - Semana passada ele estava surtando por causa do Malfoy.
    - Eu? - Draco finalmente acordou para a conversa, estava com as cabeças nas nuvens há tempos. - Por quê?
    - Ele quer saber se você é ou não… - Não completei por estarmos em público.
    - Seu irmão tem mania de se meter onde não é chamado mesmo.
    - Você não faz ideia.
    - Você contou a ele? Por que Hogwarts está cheia daqueles ratos e poderiam querer…
    - Óbvio que não! E se qualquer um dos aurores se meterem de novo, vão ver Merlin. - Pisquei para eles.
    - Marie, você teria coragem? - Draco me perguntou assustado.
    - Você sabe que eu tenho, sem pensar duas vezes. - Vi um auror passar de longe, nos encarando e se aproximando. - Lá vamos nós…
    - Não deveriam ficar na parte mais externa do colégio, pode ser perigoso. - Avisou, analisando os nossos rostos.
    - Não precisamos de babá. - Respondeu Malfoy ríspido.
    - Senhor Malfoy, não deveria responder assim, não na posição que está. - O loiro lançou um olhar mortal.
    - Ameaçando alunos, auror alguma coisa? - Rebati.
    - Auror Clark, senhorita..? - Me olhou com cara de deboche e escutei um cochicho de Pansy "sangue ruim".
    - Potter.
    - Garota, sem brincadeiras.
    - Marie Lily Potter, eu não brinco com essas coisas, mas para o ministério… eu era Snape até poucos anos atrás, se isso lhe conforta.
    - Hum… Desculpa, mesmo assim não deveria falar assim com-
    - Eu repensaria em dizer isso se fosse o senhor… o que você fez com seu irmão mais velho é lamentável, imagina chegar nos ouvidos do…
    - Desculpa! - Disse de olhos arregalados. - Eu irei deixá-los a sós, então.
    - Como você fez isso? - Blásio me olhava sorrindo.
    - Espíritos são fofoqueiros e eu amo uma informação quente.
    - Pelo menos eles não vão pegar no nosso pé mais. - Draco riu, deitando com o livro.
    - Mas pelo jeito não nos livramos dos grifinórios. - Pansy revirou os olhos, eu me virei e Neville vinha em nossa direção. - Eu pensando que era o Nott, Greengrass, sei lá.
    - Hum, oi… - Disse o garoto nervoso para os outros e me olhou. - Marie, podemos conversar?
    - Ui, a Potter está se bandeando para os grifinórios? - Nott disse chegando. - Vai perder para o Longbottom, Zabini?
    - Cala a boca, Nott! - Levantei me. - Claro, Neville, venha aqui.    
    Puxei-o, conduzindo para um lugar distante do grupo, porém ainda tendo a visão deles, garantir para que não aprontassem nada. Longbottom parecia nervoso, ansioso, feliz, tudo ao mesmo tempo. Como ele conseguia aguentar tudo isso de uma vez? Paramos em uma sombra de uma árvore, assim ter um pouco de paz.
    -O que aconteceu? - Perguntei.
    - Eu queria te agradecer… - Um sorriso como de uma criança apareceu em seu rosto. - Você me deu um dos melhores presentes que eu poderia receber!
    - Ah, sobre seus pais que você está falando?
    - Sim, não pude acreditar quando eu cheguei em casa. Eles me contaram como você tinha sugerido tentar, por vontade própria.
    - Não surgiu assim do nada, quando visitamos o senhor Weasley no hospital, eu acabei te vendo… só quis ajudar, eu não tinha nem certeza se daria certo, por isso nem te contei antes.
    - Era o que eu sempre quis, ter meus pais comigo novamente… principalmente nesses tempos.
    - Fico muito feliz por você, Neville. - Sorri para ele, era tão verdadeiro o seu jeito e agradecimento. - Aliás, eles estão bem?
    - Melhor que nunca! Você deveria ter visto como aproveitamos as férias, viajamos e contei tudo o que eu já tinha contado quando estavam no hospital.
    - Devem estar muito orgulhosos por você.
    - Graças a você… posso te dar um abraço? - Ele tinha ido, mas se afastou para perguntar antes.
    - É claro, Neville. - Ele ficou todo sem jeito e se afastou rapidamente.
    - Hum… eu deveria voltar aos estudos. Obrigado, de novo, Marie.
    Vi ele subindo todo desengonçado, então fui voltando para o grupo. Tinha mais gente, Greengrass, Crabbe, Goyle e Bulstrode. Ao me aproximar, comecei escutar as risadas e cochichos. Sentei-me ao lado de Blásio e todos me olharam.
    -Próxima dos grifinórios agora? - Nott ergueu as sobrancelhas.
    - Se eu fosse você, também me aproximaria, Theodore. Sua fama pelo colégio não está das melhores.
    - Eu não me importo com o que esses traidores dizem. - Ergueu as sobrancelhas. - Aliás, deve ser por isso que tem amizade com eles, não? Adoram adotar qualquer sangues ruins e mestiços por aí.
    - Theodore, cala a boca! - Blásio levantou apontando a varinha para o outro.
    - Calma, amor. - Disse abaixando seu braço, encarei Nott. - Outra dica, não se meta comigo.
    - Ui, estou morrendo de medo da mestiça.
    - Nott, melhor não… - Draco tentou avisar, mas antes o outro estava no chão, desmaiado. - É, nem deu tempo de avisar essa vez.
    - O que você fez, Potter? - Daphne perguntou, tentando acordar o amigo.
    - Não se preocupe, ele está vivo. - Sorri quando ele foi se levantando aos poucos, ainda sem cor. - Está avisado, Theodore.
    - O que está acontecendo aqui? - Perguntou um auror bem mais velho do que o anterior. - Quem fez isso?
    - Ninguém… foi só a minha pressão. - Nott me olhava enquanto recebia ajuda para levantar.
    - Então melhor ir para a enfermaria…
    - Melhor mesmo, Theo, vai que bateu a cabeça? - Perguntei, fingindo preocupação.






    Eu lia meu livro sem prestar nenhuma atenção, a minha cabeça estava preocupada com tudo ao redor. Sabia que provavelmente Ninfadora, Sirius e Remo estavam bem, mas e se algum comensal se metesse? Por Merlin, queria sumir daquele lugar e enfiar a minha adaga no Valtinho, pronto, tudo iria acabar. Porém, não era assim que funcionava. Eu poderia durante a ida a Hogsmead, aparatar e visitá-los… não, melhor não. Paciência, Marie Lily Potter.
    -Marie, pode contar. - Blásio tirou o livro da minha mão e me olhou fixamente.
    - Contar o quê?
    - Marie, eu te conheço… agora que estamos sós, não precisa esconder. - Eu engoli em seco, fitando o chão. - Você acha mesmo que eu acreditei em você apoiar Voldemort? Ele está ameaçando seu pai, não está?
    - Em partes, sim… É complicado, Blásio, eu não quero ficar no meio dessa guerra.
    - Eu sabia… - Deu um beijo na minha testa. - Antigamente, eu poderia querer ser comensal, mas agora… não vejo muitos motivos. Posso apoiar as ideias, mas não como antes.
    - Senão nós não estaríamos juntos.
    - Melhor razão não existe, né? - Ele sorriu para mim. - Além disso, existe namorada mais protetora que você? Eu descobri sobre minha mãe… ela me contou quando passou mal.
    - Ela me pediu para não contar, queria que você não se abatesse.
    - Eu entendo, obrigado, Marie. Foi você que mudou a cabeça da minha mãe também, virou a cabeça dos Zabini.
    - Até parece… não é para tanto.
    - Acredita que minha mãe vive perguntando quando vamos dar mais um passo na relação?
    - Deve ser por causa da condição dela…
    - Sim, mas… tem algo. Uma vidente falou algo sobre minha vida para ela, ficou estranha. Talvez seja o outro motivo por ela ter gostado de você, vocês duas são muito parecidas.
    - Obrigada.
  

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora