Bruxinho

1.3K 116 6
                                    

    - Se eles demorarem…
    - Calma meu amor. - Sirius me abraçou por trás. - Deixa eles se divertirem, é a festa de casamento deles.
    - Eu não posso beber mesmo?
    - Não, Severo está nos vigiando enquanto brinca com Régulo e ele arrancaria minha pele.
    - Nem um pouquinho?
    - Nem um pouquinho.
    - Eu queria dançar pelo menos.
    - Nós já dançamos, Marie. Você está muito inquieta, o que aconteceu?
    - Não sei… é o final da gravidez, os problemas do trabalho e ainda o Harry vai sair de casa.
    - Chegou a hora dele ir, não?
    - Sorte que ele tem Gina, porque ele explodiria a casa no primeiro dia.
    - Por que você acha isso?
    - Ele é seu afilhado, preciso falar mais alguma coisa? Tenho até medo quando nossos filhos crescerem como a casa vai ficar.
    - Cheia de amor e, talvez, de bagunça.
    - Sirius… - Puxei e colei nossos lábios, transformando em um longo beijo. - Obrigada.
    - Pelo quê? Eu não fiz nada. - Disse com sorriso de lado.
    - Por tudo, seu idiota. Minha vida não seria assim se não fosse por você.
    - Me xinga e me elogia, eu te amo muito mesmo. - Riu me puxando para mais próximo. - Acabaram, agora é hora.
    - Sirius, Remo avisou que você daria seu presente no final da festa, estamos aqui.
    - É de Remo, Tonks, Andrômeda e Marie também. Nós aparatamos e Marie vai por rede de Flu.
    - Eu posso aparatar, não se preocupe.
    - Tem certeza?
    - Absoluta.
    - Então, Remo! Segurem em nossos braços. - Assim que Lupin chegou nós aparatamos em frente a casa.
    - Sirius, essa é a-a-a…
    - Casa dos seus pais, agora é sua, toda reformada por nós.
    - A ideia foi de Sirius, quer ver lá dentro?
    - Claro. - Abriu a porta e Harry começou a chorar silenciosamente. - Brilhante…
    - Adoramos, obrigada. - Gina disse consolando o marido.
    - A casa não está mais com…?
    - Eu dei um jeito, fica tranquilo, maninho.
    - São cinco quartos, sala, cozinha, um escritório, porão e sótão para bagunças. Melhor vocês verem o corredor lá em cima. - Remo disse e todos subiram. - Isso foi Marie que fez.
    - São nossos pais? E nós?
    - Eu me adiantei colocando a Gina também.
    - É lindo… está escrevendo sozinho?
    - Você tocou na nossa mãe, está aparecendo uma breve história sobre ela.
    - Incrível…
    - Tudo isso para nós dois? Imagina quando minha mãe souber.
    - Senhora Weasley vai amar a casa também.
    - Agora é melhor deixá-los a sós, lua de mel e tal.
    - Serão só 4 dias.
    - Só? Por quê?
    - A Gina tem um jogo e vocês sabem como está o departamento de Aurores, uma bagunça por causa daquele negócio.
    - Que pena, mas talvez logo terão umas férias.
    - Nem me fale.
    - Então vamos, Sirius? Ou esqueceu que deixamos Régulo lá.
    - Eu deixei o Teddy e a Andrômeda só para a Tonks, ela vai me xingar.
    - Que pais nós estamos sendo… melhor irmos mesmo. Aproveitem! - Segurou no braço de Sirius e estávamos de volta ao lugar da festa. - Socorro, Severo está nos olhando. É hoje que eu fico sem cabeça.
    - Dramático. - Cochichei, revirando os olhos. - Pai, desculpa, nós fomos entregar o presente de Harry e Gina.
    - Viraram papai Noel para entregar presente em outro lugar?
    - Mais ou menos, reconstruímos a antiga casa de Lílian e Tiago, Severo.
    - Como? Estava impregnada de… Marie Lily, você se arriscou muito, esqueceu que está grávida?
    - Não esqueci, meio difícil, pai. Não se preocupe, foi algo simples para mim.
    - Régulo, espero que não seja irresponsável como seus pais.
    - Pai!
    - Puxe sua avó Lílian, por Merlin.
    - Por que a outra avó dele, coitado se puxasse, seria castigo.
   
   








(19 de junho)
    Eu descansava na cama, esperando minha alta e das meninas. Sirius estava ao meu lado, com Régulo, segurando minha mão. Tinha sido um parto complicado, assim como o começo da gravidez. Vi Draco entrando junto a curandeira, cada um segurando uma bebê ruivinha. Estendi meu braço, esperando me entregarem as crianças. Assim que eu as coloquei, deu uma sensação tão boa de finalmente poder segurá-las no colo.
    -Qual é qual? - Perguntou Sirius olhando as duas, sorrindo de orelha a orelha.
    - A primeira a nascer, Astérope Marlene Black. - Olhei a minha esquerda. - E a segunda a nascer, Mérope Alice Black.
    - Cadê o Remo e a Tonks? Eles estão aí fora, Malfoy?
    - Apenas esperando o senhor pedir.
    - Não precisa toda essa formalidade, afinal sua esposa e você são os padrinhos de Astérope. - Ele sorriu levemente.
    - Estão bem vindos para visitá-la para quando quiser, Draco.
    - Obrigado. Irei chamar os Lupin, com licença… - Disse todo sem jeito.
    - Marie Lily, finalmente! Pensei que iam nos trancar lá fora.
    - Tonks está exagerando, mas ficamos ansiosos para conhecer as gêmeas.
    - Essa é Mérope e Astérope. - Mostrei as.
    - E se vocês aceitarem, Mérope será afilhada de vocês. - Sirius falou com os olhos ainda inchados de tanto chorar.
    - É claro que aceitamos, Almofadinhas.
    - Eu estava torcendo para que nos convidassem.
    - Ninfi, era óbvio que iríamos convidá-los.
    - E quem são os de Astérope?
    - Draco e Astoria. - Remo olhou rapidamente para Sirius quem apenas subiu as sobrancelhas. - Estou de olho em vocês dois.
    - Não falamos nada, raposinha.
    - Com licença, cadê minhas netinhas?
    - Pai, entra.
    - Que crianças lindas, lembra você quando era um bebê. - Disse e deu um beijo em meu cabelo. - Nem acredito, como o tempo passa rápido… parece que ontem você era desse tamanho.
    - Pai, chega um chorão aqui. - Olhei para ele com as lágrimas escorrendo pelo rosto.
    - Quem disse que eu estou chorando? - Disse limpando e dando um sorriso.
    - Quer segurá-las?
    - Uma de cada vez, por favor. - Pegou Astérope todo cuidadoso e seus olhos se encheram novamente.
    - Eu posso também, Marie?
    - Claro, Lupin. - Ele pegou Mérope sorrindo, mostrando para Andrômeda.
    - Senhora Black e suas filhas estão de alta, podem ir para casa, mas lembre-se de nos primeiros dias não fazer muito esforço.







    - Dili, pode me trazer a mamadeira?
    - Sim, senhora Black. - A elfo estalou os dedos e entregou a Régulo, que estava começando a mamar apenas nela.
    - Mamãe?
    - Oi, meu amor?
    - Quer… ajuda? - Ele se levantou, era um príncipe, nem tinha um vocabulário ainda, mas sempre oferecia ajuda.
    - Faz aquela magia para sua irmã.
    - Aqui, Astérope… - Ele abriu a mão e a flor começou a flutuar, fazendo a bebê brincar, tentando pegar a flor.
    - Papai…
    - Papai está trocando Mérope.
    - Trocada, foi meio complicado, essa criança é ligada no 220, tive que usar magia. Reg parece um anjo perto dessa garotinha aqui.
    - Régulo estava me ajudando a distrair Astérope, com magia.
    - Uau, pelo jeito logo teremos um grande bruxinho nesta casa. - Uma batida soou na porta e olhei para Sirius. - Monstro, atende a porta.
    - Pode ser mais educado com o Monstro?
    - Eu estou sendo.
    - Senhores Malfoy, senhora Black.
    - Obrigada, Monstro.
    - Com licença, espero que não estejamos incomodando. - Disse Draco entrando.
    - Não está, como falei, sempre será bem vindo.
    - Eu trouxe meus pais, além de Astoria, se não se incomodar.
    - Podem se sentar.
    - Com licença, Marie. - Narcisa entrou com um sorriso e logo seus olhos caíram sobre as bebês e Régulo. - Como Régulo cresceu desde a última vez que o vi, lembra muito Sirius e Régulo nessa idade.
    - Não fala isso, que senão meu irmão vai ficar se achando depois.
    - Como assim?
    - Marie vê ele, sempre está brincando com Reg, que também o vê.
    - Pensei que não gostasse do seu irmão, Black. - Lucius soltou a primeira frase, assustando até mesmo seu filho e nora que seguravam as gêmeas.
    - Ele não era quem eu pensava, descobri isso por Marie.
    - Sério? Não imagino…
    - Por favor, não vamos falar sobre isso, querido. - Interrompeu Narcisa. - Percebi que continuou com a tradição da nossa família, Sirius.
    - Na verdade, foi Marie, mas ultimamente tenho sido convencido que é uma tradição bonita. E com convencido eu quero dizer, ela não me deixa escolher o primeiro nome e uma coisa que eu aprendi é não contrariá-la, pensa em uma mulher brava.
    - O famoso Sirius Black não contrariando alguém?
    - O amor é um tipo de magia poderosa, sabe.
    - Vocês pretendem ter mais filhos?
    - Eu sim, mas tenho que convencer ainda uma ruivinha.
    - Sirius quer sete filhos, mas eu ainda quero trabalhar e fica meio difícil assim.
    - Espera… - Lucius encarou nós com dúvida. - Você trabalha e Sirius cuida da casa?
    - Na verdade, Sirius destrói a casa, mas é isso, sim.
    - São tempos diferentes, mesmo.
    - Eu não imagino Sirius cuidando de crianças. - Disse Narcisa rindo.
    - É complicado, a última vez que deixei ele com Régulo sozinhos por uma tarde. Tinha peixe vivo na sala e um polvo na cabeça desse ser aqui.
    - Agora sim consigo imaginar.
    - Como vocês sabem quem é quem?
    - Mérope é muito agitada, dá para perceber de longe. - Sirius disse pegando uma carta que a coruja trouxe. - Hum… Andrômeda vai vir e trazer Teddy e Andrômeda, parece que o Remo e Tonks estão na Escócia a trabalho.
    - Já imagino o que seja… deve estar próximo a Hogwarts agora.
    - O quê? - Perguntou Draco hesitante. - Ou é assunto…
    - Um artefato que está atraindo e matando trouxas, todos aurores que tentaram se aproximar quase morreram, apenas Marie conseguiu.
    - Eles continuam a insistir, deixa o negócio cumprir seu papel, mas o ministério está piorando…
    - Então deve ser cheio de artes das trevas…
    - Mais ou menos, foi um tipo de magia primordial desvirtuada.
    - Deve ter sido feito por um bruxo muito poderoso então.
    - Não foi um bruxo. - Sorri nervosa, olhando para baixo. - Foi uma bruxa na verdade, existem alguns tipos de magia mais difíceis para os bruxos.
    - Você não tinha falado isso antes, Marie.
    - Por que a pessoa que fez já faleceu, então não importa para o ministério. - Suspirei e Régulo estava me olhando curioso.
    - Mamãe, posso? - Olhou para Narcisa e eu assenti, saiu correndo para onde estavam suas flores.
    - O que Reg foi fazer?
    - O que você acha?
    - Esse garoto nem tem dois anos e está viciado em magia já?
    Ele apareceu com uma flor em sua mão, ficou frente a frente de Narcisa. Ela olhou curiosa e então a flor começou a flutuar até a mulher de cabelos loiros, rodeando-a.
    - Que bruxinho talentoso você é, Régulo. - Disse passando a mão em seus cabelos.
    - Obrigado. - Um sorriso sincero apareceu em seu rosto.

   

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora