Se quer me expulsar, expulsa

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    Apesar das coisas estarem piorando, Dolores autorizou a continuação das visitas em Hogsmead. Tinham passado semanas desde o feitiço nos Longbottom, mas não sabia nada sobre eles. Eu tinha saído com Zabini, passamos muito tempo juntos, mais do que antes. Deitei minha cabeça em seus ombros, enquanto tomávamos cerveja amanteigada no Três Vassouras.
    -Marie Lily? - Escutei a voz de Andrômeda.
    - Olá, Andrômeda.
    - Andrômeda? - Perguntou Zabini. - A antiga Black?
    - Prefiro Tonks agora, senhor Zabini.
    - Como sabe meu nome?
    - Conheci sua mãe e digamos que sua namorada fala sobre você. - Ela piscou para mim. - Preciso roubá-la um pouco, com licença.
    - Até logo, Blásio. - Ele me puxou, dando um beijo de despedida.
    Segui a mulher, quem aparatou comigo após nos afastarmos. A casa dos Black surgiu, andei até a sala de estar onde os Longbottom estavam sentados junto a Sirius.
    -Lily? - Alice disse me encarando.
    - Marie Lily, lembra da gêmea de Harry? - Sirius colocou a mão no meu ombro e sorriu.
    - Ela não estava morta? - Perguntou Frank.
    - Planos de Dumbledore, fui criada por Severo.
    - Mas ele é um comensal! - O homem estava assustado, Black sentou se ao seu lado, tentando acalmá-lo.
    - Ele está no lado da Ordem, aparentemente. Acredite Frank, eu também acho estranho.
    - As coisas mudaram muito, então.
    - Fora isso, está tudo bem com vocês?
    - As memórias estão voltando aos poucos, além disso estamos tentando entender o que está acontecendo.
    - Quando vamos poder ver Neville? - Os olhos de Alice brilhavam.
    - Senhora Longbottom, é melhor esperar ainda um pouco. Fiquem mais algumas semanas, até se recuperarem totalmente. Peço para não entrarem em assuntos da Ordem por enquanto…
    - Isso é impossível, ele retornou.
    - Eu sei, mas por enquanto, é mais seguro. Se dêem um semestre para si mesmo de descanso, o mundo bruxo pode esperar e, se cumprirem o descanso, vão poder ficar com seu filho. Neville precisa de vocês. Contem a ele em surpresa, nas férias, quando estiver um pouco mais calmo as coisas, está bem?
    - Concordamos porque foi você que nos trouxe de volta. - Alice sorriu. - Lílian ficaria orgulhosa.
    - Obrigada… tenho que ir, mas antes preciso falar com você, Sirius. - Trouxe para a cozinha e fechei a porta. - Não conte ainda para eles sobre a fuga, por favor.
    - Não vou, por enquanto. Você está melhor, raposinha? Não tive notícias.
    - Depois desmaiei uns três dias, passei o resto da semana sem aula por cansaço, mas agora estou novinha em folha, dá para fazer outro feitiço.
    - Nada disso, se cuida primeiro, ouviu? - Fez uma cara brava, se tornando em um sorriso. - Para quem diz só se importar com a própria pele, está diferente, não?
    - E também com a das pessoas que eu considero, eu vi como o Neville estava no hospital. Mas eu preciso ir, cachorrão.
    - Eu quero saber o porquê você não me chama apenas de almofadinhas como todos?
    - Apelido exclusivo. - Pisquei para ele rindo e me afastei, estava na hora de voltar a Hogsmead.


    As coisas em Hogwarts apenas pioravam a cada dia, tirando a parte da sonserina estar ganhando no quadribol (e também na frente na taça das casas). Foram professores demitidos, reportagem no Pasquim proibido de circular por Dolores, mortes suspeitas, novos sonhos assustadores de Harry. Saía do dormitório silenciosamente, escutando as conversas no salão comunal, pelo jeito a Umbridge tinha descoberto de reuniões secretas relacionadas ao meu irmão. Pelo que eu ouvia, iriam tentar desmascarar hoje, bem no dia que teria um encontro da Armada. Marieta Edgecombe, foi o nome que eu escutei, uma corvina, amiga de Cho, então deveria ser a dedo duro. Ri em pensamento, logo uma azaração ia aparecer na cara dela, precisava ver isso.
    -Você está metida nisso? - Escutei um cochicho, ao me virar, dei de cara com Blásio.
    - Nisso o quê?
    - No tal grupo do seu irmão, se tiver vai pegar uma detenção horrível.
    - Mais ou menos… eu saí muito antes. - Menti com raiva de mim, não gostava de mentir para ele.
    - Então por que não contou para gente?
    - Azaração, todos que sabiam sofrem com uma quando contam para alguém fora do grupo.
    - Entendi… - Passou as mãos em meu cabelo, com uma expressão preocupada. - Tomara que Umbridge não te castigue…
    - Eu não ligo, Blásio, vou ficar bem. Aliás, as notícias sobre minhas habilidades devem ter chego nos ouvidos dela, duvido tentar algo ruim em mim.
    - Que garota ameaçadora… - Sorriu, travesso. - Essa é a minha bruxa. Eu vou agora, vamos estourar miolos do grupinho do seu irmão.
    - Então vou estudar e ficar bem longe dessa briga.
    Fiz uma careta, indo em direção ao meu quarto. Os barulhos do salão comunal diminui, provavelmente foram realizar a tarefa. A minha sorte era sempre saber das coisas graças a minha casa. Abri meu baú, procurando por algo que eu tinha escondido a uns dias, a capa da invisibilidade do Harry. Eu tinha conseguido ela após enrolar um pouquinho meu irmão, não tinha exatamente pedido, mas como ele estava um pouco perdido, nem percebeu. Coloquei a capa, fiz um feitiço silenciador para garantir e saí.
    Ao caminhar até próximo a sala precisa, vi Umbridge e vários outros alunos levando os integrantes da Armada de Dumbledore. Varinhas estavam apontadas para eles, principalmente meu irmão, Granger, o Weasley e Neville, pareciam ser os considerados mais perigosos. A inquisidora puxou Harry e sumiu, porém era óbvio onde eles iram. O Ministro tinha aparecido, um grupo chamado Armada de Dumbledore ajudaria a comprovar a suposta ideia do diretor de assumir o poder. Não sei porque o tanto de medo, se Alvo quisesse tomar o poder, teria feito fácil.
    Esperei um tempo, me afastando, tentando procurar meu pai. Severo estava na sala dele, discutindo com ele mesmo. Após um tempo, observei a mulher voltar feliz com o ministro.


    Quando falei que as coisas cada vez pioravam mais, interrogavam varios membros da Armada de Dumbledore. Após a surpresinha de Fred e George nos N.O.M.s, ela estava totalmente furiosa. Para o meu azar, Blásio chegou com uma expressão preocupada novamente, Dolores tinha me intimado a um interrogatório.
    -Está pronta, Marie?
    - Estou. - Levantei-me e dei minha varinha a ele, ordens daquela vaca.
    - Odeio ela por ter me dado essa tarefa tantas pessoas e justamente eu.
    - Não se preocupa, meu amor… Ela está provocando, como sempre.
    - Não sei como pode estar tão calma, se eu fosse você sumiria o mais rápido possível.
    - Fugir não vai adiantar nesse caso. - Ele abriu a porta da sala dela, onde Severo também estava.
    - Senhor Zabini, peço para que saía. Obrigada. - Sorriu cinicamente. - Senhorita Potter, uma surpresa você compactuar com as ideias do seu irmão.
    - Não compactuo com todas, só as óbvias. - Sorri de volta, sentando na cadeira que ela me mostrou.
    - Não deveria contar mentiras, Potter. Por isso, tomar isto irá ajudá-la. - Colocou uma poção na minha boca, Veritaserum, mal sabia ela que eu tinha tomado antes uma mistura que impedia o efeito. - Isso mesmo.
    - Com licença, tenho…
    - Não, professor Snape, fique. Será ótimo para mostrar como falhou na criação da senhorita Potter.
    - Vai ficar enrolando ou vai ser direta, inquisidora? Eu tenho que estudar.
    - Garota, não fale assim comigo ou eu…
    - Você?
    - Não duvide da minha capacidade, garotinha. Pelo ministério, eu dou o meu melhor.
    - Então não deveria duvidar da minha capacidade também.
    - O senhor Zabini tirou sua varinha?
    - Não é algo que eu precise, diretora. Porém quais são as suas perguntas?
    - Sobre a trama de Dumbledore, seu irmão está ajudando-o a…
    - Olha, eu não sei nada sobre conspirações.
    - Então por que seu nome está na lista?
    - Porque eu escrevi.
    - Garota insolente! Severo, se ela continuar assim, terei que apelar para algo pior.
    - Marie Lily pode ser muito teimosa. Por favor minha filha, não esconda as coisas.
    - Está bem… - Suspirei e encarei a mulher que de um sorriso passou a um olhar de desespero.
    - O que… ela - Sua respiração estava cortando, óbvio, eu estava sugando sua vida aos poucos. Era até divertido ver seu desespero.
    - Marie Lily, para! - A voz do meu pai me tirou do topor. - Falei para a senhora que não era uma boa ideia.
    - Eu deveria te expulsar de Hogwarts! - Tentava se ajeitar. - Pelo seu pai, irei lhe dar uma chance, senhorita Potter.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora