Eu já falei que amo a Tonks?

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    Eu me olhei no espelho, tentando treinar uma expressão neutra. Amarrei meu cabelo com um laço e respirei fundo. Eu saí do meu quarto e desci devagar para o café da manhã. Quando vi Sirius, meu coração se acelerou, lembrando da última noite. Ele virou os olhos e continuou a comer em silêncio, encarando a comida como se fosse a única coisa que importasse. Sentei ao lado de Tonks, dei um bom dia rápido e comecei a comer, sem conversar muito.
    -Tonks pode me passar a torrada? - Perguntou Sirius olhando diretamente para ela.
    - Está na frente da Marie, por que não pediu para ela? - Perguntou ela nos olhando e eu engoli em seco.
    - Aqui, Sirius. - Entreguei e ele pegou rapidamente como um cachorro com medo.
    - O que aconteceu com vocês? - Ninfadora bateu na mesa.
    - Nada, Ninfi. - Mordi os lábios e olhei para ele. - Eu vou para o quarto, tenho muito trabalho para fazer.
    - Marie! - Remo me chamou, mas eu passei reto e fui até o quarto, fechando a porta. Respirei fundo, me joguei na cama e fechei os olhos.
    - Pode ir falando. - Tonks entrou e fechou a porta. - Não estou vendo você trabalhar.
    - Não é nada, está bem? - Eu me sentei e passei a mão em pescoço.
    - O que aconteceu com vocês dois? Eu não vou ficar esperando o dia inteiro, eu sou sua amiga ou não?
    - Você é, Ninfi.
    - Não é o que está me parecendo.
    - Nósnosbeijamos… - Falei bem baixo e rápido.
    - O quê? Eu não escutei porcaria nenhuma.
    - Nós nos beijamos. - Falei calmamente e não conseguia olhar para ela.
    - Você e o Sirius? - Assenti com a cabeça. - Finalmente!
    - Finalmente?
    - Eu e Remo tínhamos percebido, não somos burros.
    - Eu não tinha percebido muito…
    - Ah, então por que sorri toda vez que ele aparece? Acredite ele faz igual. - Disse rindo. - Se eu ou Remo pedir algo que ele não quer fazer, não faz. Mas você… Sirius faz sorrindo. Agora o principal, por que estão assim?
    - Por causa do beijo.
    - Foi ruim por acaso?
    - Não, na verdade foi muito bom…
    - Qual a lógica, então?
    - Depois dele ter me beijado, percebeu o que tinha feito e simplesmente achou errado. Estava se sentindo culpado por eu ser filha de Tiago.
    - Que idiota! - Ela levantou com tudo, me assustando. - Vou partir para a violência se ele não acordar e parar de graça.
    - Você? Violência? - Sorri de lado.
    - Nem vou precisar, Remo está conversando com ele agora e provavelmente vai dar um soco bem dado.
    - Então é melhor eu ir lá?
    - Antes que o Harry acorde, sim. Anda e agarra aquele homem, mostra o mulherão que você é!
    - Tonks! - Eu chamei sua atenção, descendo novamente.
    - Eu falei alguma mentira? - Encontrei os dois conversando. - Remo, venha aqui comigo.
    - Mas eu…
    - Vem logo!
    - Estou indo. - Antes de sair nos olhou novamente.
    - E então? - Perguntei e ele se levantou, perdido, então andei até ele. - Vai fugir, de novo?
    - Desculpa, eu não quis fugir, Marie. E-eu… - Coloquei meu dedo indicador sobre seus lábios, silenciando-o.
    - Você fala demais, sabia? - Ergui as sobrancelhas e beijei-o de surpresa.
    Logo sua mão foi até minha cintura, pressionando-me para perto dele. Meus dedos passavam pelo seu cabelo, puxando-o e entrelaçando com meus dedos. O meu coração estava saindo pela boca, parecia que eu dependia daquilo. Nós nos afastamos, ofegantes, sorrindo como bobos e sem desviar os olhos.
    -Que merda está acontecendo aqui? - Desviei os olhos com o berro do Harry.
    - Harry, tinha que atrapalhar? - Tonks apareceu brava, com o cabelo mudando para vermelho. - Fala sério, sorte que os dois tem a casa livre de tarde para poderem se resolver quantas vezes quiser.
    - Tonks! - Remo arregalou os olhos com o comentário da esposa. - Filtro, por favor.
    - Vocês dois estão juntos? - Harry perguntou se engasgando. - Quando isso começou?
    - Harry, para de ser enxerido, vai trabalhar! - Apontei para a saída e ele continuava paralisado. - Está surdo?
    - Depois eu quero uma explicação, ouviram? - Passou batendo o pé.
    - Nós vamos também. - Remo disse indo atrás de Harry.
    - Aproveitem. - Cantarolou Ninfadora, piscando para nós.
    - Ninfadora! - Remo chamou-a.
    - Não me chame de Ninfadora, seu lobisomem gostoso. - O barulho de aparatação surgiu, tinham todos ido embora.
    - Vamos tomar café, então? - Sirius ergueu as sobrancelhas.







    - Eu estou parecendo um adolescente idiota de novo. - Sirius disse sorrindo e eu me levantei, sentando, mas acabei sendo puxada de novo por ele. - Não vou deixar você sair perto de mim.
    - Eu tenho que trabalhar… - Fiz um biquinho para ele quem me deu um selinho rápido.
    - Sem trabalho hoje, até porque… são seis horas já. - Ele mordeu o próprio lábio e me olhou de baixo para cima.
    - Já? Eles vão chegar daqui a pouco, Sirius.
    - Pronto. - Disse ao apontar a varinha para porta, trancando. - Só mais um pouquinho, raposinha.
    - Está bem… - Revirei os olhos deitei a cabeça em seu peito, desenhando com o dedo suas tatuagens ao mesmo tempo que escutava as batidas de seu coração. - Mas tem um detalhe além da roupa.
    - O quê?
    - A cozinha e a sala. - Disse sorrindo de lado para ele.
    - Merda. - Disse afundando a cabeça para trás, rindo.
    - Não é isso que você disse na hora… - Caminhei os dedos até seus lábios.
    - Marie… - Ele disse ofegante. - Melhor nós nos vestirmos mesmo ou não vamos resistir.
    - Por quê? - Mordi meu lábio inferior. - Vamos testar então…
    - Eu estou ficando louco! - Gritou Sirius e eu comecei a rir, ele estava tão nervoso todo esse tempo, demorou para se soltar.
    - Pronto, já estou me vestindo. - Eu disse enquanto colocava o shorts e jogava seu casaco. - Se vista logo, Black.
    - Black? - Ele ergueu as sobrancelhas, se levantou e começou a se vestir. - Hum… Marie.
    - O quê?
    - Você gostou? Eu não te machuquei, né? - Ele disse totalmente preocupado e um sorriso escapou da minha boca.
    - Se eu não tivesse gostado, você acha que teríamos destruído dois cômodos? - Perguntei, arrumando seu casaco, mesmo com a resposta ele parecia nervoso. - Digamos que amanhã teremos que repetir para eu ter certeza…
    - Por mim, podemos repetir quantas vezes você quiser. - Eu me aproximei dele, como se fosse beijá-lo, mas virei novamente, descendo rapidamente. - Raposinha, volta aqui…
    - Eu já estou arrumando a sala. - Falei enquanto usava a varinha para consertar tudo. - Arruma a cozinha para podermos fazer a janta.
    - Sim, madame. - Quando acabei, fui até a cozinha e estava mais nada quebrado ou fora do lugar. - O que deseja agora?
    - Sabe cozinhar? - Perguntei e ele fez uma careta. - Melhor chamarmos o Monstro.
    - Melhor mesmo. - Ele disse rindo. - Monstro!
    - Monstro, cadê você?
    - Monstro está aqui.
    - Pode fazer o jantar? - Ele perguntou seco e lhe dei um beliscão.
    - É claro, se não estiver ocupado cuidando dos pertences dos Black.
    - Monstro irá cozinhar.
    - Você precisa tratá-lo com mais respeito! - Eu disse ao sentarmos.
    - Ele não me respeita! - Eu revirei os olhos, Sirius era teimoso. - Eu posso tentar, mas não prometo nada.
    - Bom mesmo.
    - Marie, levanta rapidinho. - Eu me levantei e ele segurou no meu braço. Puxou-me, me fazendo sentar em seu colo e começou um beijo. - Bem melhor assim, não acha?
    - Idiota… - Falei sorrindo e balançando a cabeça. - O que eles vão achar quando chegarem aqui e me ver no seu colo?
    - Que nossa tarde foi bem melhor que a deles. - Segurou firme em minha cintura.
    - Eu sei que estou morto, - Levei um susto ao ver Régulo aparecer com o rosto bravo. - mas não sou obrigado a escutar tudo, né?
    - É só ir ficar com o Monstro.
    - O quê? Quem está aí?
    - Seu irmão, reclamando do barulho.
    - Ah Régulo, deixa seu irmão mais velho aproveitar, por favor. - Disse olha só ao redor.
    - Não destruindo tudo o que é da nossa família, eu posso fingir não escutar nada.
    - Ele pediu para nós não quebrarmos nada, daí ele não reclama.
    - Claro, Régulo, a casa é sua.
    - Ótimo. - Ele sumiu novamente.
    - Chegamos! - Gritou Tonks da sala e eu me levantei. - Estão de roupa, né?
    - Estamos, Ninfi. - Eu ri e vi a cabeça dela surgir na porta.
    - Pelo sorriso, se resolveram. - Remo apareceu logo em seguida.
    - Agora eu quero explicações. - Harry estava com uma carranca. - O MEU padrinho e a MINHA irmã, não é possível.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora