Casar com quem, Marie Lily?!

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    Uma coruja adentrou a sala e eu peguei a carta, era de St. Mungus. Eu abri com medo, então ao ler rapidamente, era uma ótima notícia. Subi correndo, pegando meu casaco e gritando pela casa que já voltaria. Não deu tempo de ninguém me responder e eu aparatei no hospital. Andei mais rápido que eu pude entre os corredores, assim que cheguei, a porta do quarto de Severo estava aberta.
    -Marie Lily? - Disse ele com a voz rouca, virando vagarosamente a cabeça.
    - Senhorita Potter, como eu previ, olha que ainda faltam uns 10 dias para o natal.
    - Obrigada, senhora Smith.
    - É o meu trabalho. - Disse sorrindo e eu sentei ao lado de meu pai.
    - Filha, você está diferente… - Passou a mão em meu cabelo.
    - Estou a mesma pai, apenas um pouquinho mais velha.
    - Estamos perto do natal?
    - Sim, hoje é 15 de dezembro de 1998.
    - Você me salvou, Marie… - Uma lágrima escorreu do canto dos seus olhos e eu a enxuguei. - Era para eu te manter segura, mas foi você quem me salvou.
    - Eu sou sua filha, não?
    - A senhora Smith me contou algumas coisas sobre a guerra e me mostrou os jornais… eu sinto muito, querida.
    - Obrigada… - Lágrimas involuntárias escorreram pelo meu rosto, mas engoli o choro. - Blásio sabia que ia acontecer.
    - Sabia?
    - Uma vidente contou a mãe dele, me deixou até uma carta explicando como eu não deveria me sentir culpada por não conseguir salvá-lo, era o seu destino.
    - Você, sofrendo uma perda e eu aqui, desacordado e sem poder ajudar minha criança… como está seu irmão? Hogwarts?
    - Harry está bem, trabalha como auror agora, sem nem terminar a escola. Eu também não terminei, mas fiz os exames, nota máxima em todos!
    - Essa é a minha filha. - Disse sorrindo.
    - Minerva é a diretora, o irmão de Dumbledore assumiu DCAT, Slughorn continuou poções. Hermione e Gina voltaram para Hogwarts normalmente.
    - A cara daquela sabe tudo irritante.
    - Pai!
    - Está bem, desculpa. Como ficou a minha situação?
    - Assim que Harry soube que você estava vivo, ele interviu por você. Pediu a minha ajuda para contar qual lado você estava realmente, mesmo com todas as aparências. E digamos que ele, por ser o eleito, é muito respeitado.
    - Eu tenho que agradecer a ele…
    - Faz muito bem. Tem mais algumas coisas para contar, mas é melhor ser aos poucos.
    - Agora você vai me falar, Marie Lily. O que você aprontou?
    - Senhor Snape, sua filha está certa, aliás não faz bem ficar nervoso agora.
    - Eu já estou! Fale logo, Marie Lily.
    - Eu vou casar em janeiro…
    - Casar?! - Ele arregalou os olhos, quase gritando a palavra. - Com quem, Marie Lily?
    - Com o… Sirius. - Sussurrei o nome, mas deu para ele escutar.
    - Agora eu vou para Askaban! Vou matar aquele cachorro sarnento! Ah, mas o Black vai ver, vou fazer picadinho dele, colocar veneno na comida dele até vomitar todos os órgãos! - Ele virava, procurando sua varinha.
    - Pai, se acalme, por favor.
    - Acalmar, Marie Lily? Como vou me acalmar? Tinha tantos bruxos, você foi escolher justo um dos que mais eu odeio? Por Merlin, vou dar um murro naquele desgraçado.
    - Pai, eu não exatamente o escolhi, foi acontecendo… quando vi, tínhamos marcado o casamento.
    - Onde foi parar seu juízo, Marie Lily Potter? Tem como me fazer voltar a dormir por uns meses de novo, senhora Smith?
    - Não, senhor Snape. - A curandeira ria baixinho com os comentários do meu pai.
    - Onde você está morando, filha?
    - Na casa dos Black.
    - Agora eu mato!
    - Pai! Remo, Tonks e Teddy estavam morando também. Agora sou só eu, Sirius e Harry.
    - E o Harry trabalha, significa que vocês passam a tarde inteira juntos. Eu vou matar o Black! Quando eu tenho minha alta? Preciso resolver assuntos.
    - Hoje, mas tem que continuar em repouso.
    - Eu irei tomar conta dele, podemos aparatar?
    - Claro, senhorita. Por favor, venham a cada três dias, só para me assegurar e depois de um tempo serão liberados totalmente.
    - Obrigada, senhora Smith.
    Acabamos de agradecer e assinar a alta, então decidi aparatar na casa dos Black. Porém foi uma péssima escolha minha. Sirius estava vindo na nossa direção e Severo deu um soco bem forte na cara dele. Antes que virasse uma briga, entre no meio dos dois, com a varinha em mãos.
    -Sai da minha frente, filha, tenho que matar esse daí!
    - Então vem, Ranhoso, mas cuidado para não escorregar no seu cabelo.
    - Ah, cala a boca seu cachorro sarnento!
    - Cala a boca vocês dois! - Gritei, ainda colocando a varinha na garganta para ampliar o som. - Sirius pede desculpas, pai você também.
    - Eu não vou pedir desculpas para esse cabelo oleoso não.
    - Nem eu para esse…
    - Chega! Ninguém vai matar ninguém aqui, ouviram? Sem insultos também ou vou azarar os dois!
    - O que está acontecendo aqui? - Remo entrou na sala. - Ah, entendi… Tonks vamos embora
    - Volta aqui, Aluado! Ou eu vou acabar na porrada com esses dois.
    - Briga onde? - Tonks surgiu também, rindo ao perceber a situação. - É, Marie… estou com pena de você.
    - Sirius e Severo, por favor, sentem-se. - Remo pediu, sentando entre os dois.
    - Agora peçam desculpas um para o outro.
    - E-eu…
    - Peça desculpas, Sirius!
    - Hum… desculpa..?
    - Desculpa, mesmo eu ainda querer socar mais sua cara.
    - Viram? Vocês só precisam aceitar agora e pararem de briguinha infantil.
    - Eu não estou sendo infantil, minha filha…
    - Eu estou sendo sim, não ligo, blá blá blá. - Disse Sirius fazendo careta para ele. Eu bati a palma da mão em meu rosto, incrédula com a situação.
    - Como você quer casar com isso, Marie?
    - Às vezes, eu me pergunto também… - Sirius me encarou. - Por favor, só se resolvam. Severo é meu pai de criação, logo seu sogro, então vai ter que conviver com esse fato. Pai, logo eu estarei casada com Sirius, eu já saí de casa, agora preciso que aceite com quem eu estou.
    - Só se ele parar de agir como um idiota.
    - Só se ele parar… - Olhei para Sirius que o imitava, debochando. - Está bem, mas só por sua causa.
    - Marie, prefiro ficar em casa do que ter que conviver com ele. Permanecerei em repouso, não se preocupa.
    - Tem certeza?
    - Absoluta.
    - Então vou te visitar todos os dias, para conferir, está bem?
    - Obrigado, minha filha. - Ele me abraçou e puxou a varinha. - Se você fizer alguma coisa a Marie Lily, eu arranco seus braços, Black!
    Assim que ele desaparatou, eu me joguei no sofá, cansada. Tonks ria no fundo, comentando como o Almofadinhas parecia uma criança birrenta. Eu suspirei e olhei Sirius que estava de braços cruzados e bico. Como Remo sempre falava, Sirius não tinha chegado na fase adulta, mentalmente falando, por causa de Askaban provavelmente. Eu me aproximei dele e dei um beijo, fazendo-o tirar sua expressão aborrecida do rosto para um sorriso.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora