Que bolsa?

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    -Com licença?
    - Marie, pode entrar.
    O casamento de Astoria e Draco tinha chegado, eu era uma das madrinhas. A minha barriga, mesmo estando com seis meses, não era quase nada aparente com o vestido. Astoria estava preocupada com alguma coisa, Draco tinha pedido para conversar com ela, ele sabia o que era, mas não havia me contado. Entrei no quarto, indo em direção a futura Malfoy. Sentei-me ao seu lado, segurando sua mão trêmula, estava muito nervosa.
    -Ansiosa?
    - Muito… - Ela me olhou com um sorriso tímido.
    - Mas tem outra coisa também, não?
    - Draco te contou? - Perguntou preocupada.
    - Não, apenas falou que estava preocupada com mais coisas. O que é? Pode contar para mim, quem sabe eu posso ajudar?
    - Ninguém pode me ajudar… - Disse olhando para cima, impedindo lágrimas. - Draco acha que você pode, deve ser por isso que pediu ajuda a você.
    - Talvez eu possa pelo menos tentar, Astoria.
    - Eu sofro uma maldição de sangue… - Entendi sua preocupação, era algo perigoso. - Minha saúde também não é das melhores, um pouco graças a ela. Eu tenho medo de destruir a vida de Draco.
    - Não fala isso, Astoria… nunca vi ele tão feliz. Eu vou estudar sobre, eu estou evitando fazer magia antiga e necromancia agora, por causa da gravidez, mas eu quero te ajudar e vou.
    - Obrigada… - Ela disse quase chorando e eu abracei-a. - Melhor presente de casamento possível. Aliás, quando Régulo irá nascer?
    - Previsão para final de outubro, estou um pouquinho nervosa.
    - Quem sabe daqui a pouco sou eu?
    - Vocês não vai terminar Hogwarts?
    - Eu irei terminar em casa, minha saúde não está boa, como falei.
    - Agora você terá um curandeiro em casa.
    - Nem me fale, tenho muito orgulho de Draco… ele não precisava trabalhar, mas gosta muito do que faz. - Seu rosto brilhava ao falar o nome dele. - Está quase na hora…
    - Respira fundo, vai dar tudo certo. Logo estará na sua lua de mel e depois na sua casa, como senhora Malfoy.
    - Ainda tem o meu sogro, o senhor Malfoy dá medo, às vezes. - Disse rindo nervosa.
    - Concordo totalmente, mas ergue a cabeça, por ser seu sogro, ele tem que te tratar bem. Além disso, você tem Narcisa do seu lado.
    - O que me falavam de sogra está tudo errado, Narcisa é tão maravilhosa, me trata como uma filha. - Sorriu e a porta se abriu com ela. - Senhora Malfoy?
    - Vim chamá-las, o casamento irá começar em poucos minutos. - Piscou para nós e parou atrás de Astoria. - Está maravilhosa, querida.
   
   







    A casa estava toda enfeitada para o Halloween, mesmo que significasse não apenas uma festa, mas também o aniversário de morte dos nossos pais. Gina estava ali com Harry, aproveitando a folga. Remo, Ninfadora, Teddy e Andromeda também tinham vindo antes, afinal a festa seria apenas a noite. Senti um braço me rodear, era Sirius, que passava a mão com todo cuidado na minha barriga. Aliás, ela não tinha crescido muito, parecia mais barriga de álcool do que criança, Sirius brincava comigo.
    -Você é a grávida mais linda que eu já vi, sabia? - Disse me dando um beijo na bochecha.
    - Você que me mima demais, cachorrão… - Beijei-o, mas logo puxei para ir até a sala.
    - ...estamos invictas por enquanto. - Comentava Gina.
    - E é bom permanecer, eu apostei que Harpias de Holyhead iriam vencer nos próximos jogos. - Falei rindo.
    - Sério?
    - Eu também. - Harry riu complementando.
    - Vocês não apostaram muito, não é? - Perguntou Remo e nós fizemos uma careta. - Eu desisto…
    - Eu também apostei. - Sirius riu mexendo no cabelo. - Em minha defesa, eu ganhei nas últimas. Obrigada, Gina.
    - De nada, eu acho..?
    - Sirius… - Eu parei, olhando para o nada, estava sentindo um líquido escorrer. - A bolsa.
    - Que bolsa? - Perguntou confuso e eu encarei-o. - Espera… A bolsa?
    - Sirius, vamos pegar as coisas de Régulo. - Andromeda empurrou ele para subir as escadas e Tonks veio ao meu lado.
    - Vai nascer? - Harry perguntou e levou um tapa de Gina. - Só estou perguntando.
    - É óbvio!?
    - Aqui! - Disse Sirius sorrindo. - Pó de Flu?
    - Pode ser. - Levantei e segurei em sua mão.
    - Vai ficar tudo bem, meu amor. - Ele beijou minha testa, a ponta de meu nariz e nos meus lábios.
    Andamos até a lareira e Sirius gritou o nome do hospital. Logo eu comecei a sentir pequenas contrações, apertando os braços de Sirius toda vez que a dor vinha. Todos vieram atrás, deixando as atendentes bravas. Quando fui a sala onde aconteceria o parto, as contrações estavam muito perto e mais forte.
    -Respira assim, senhora Black. - A mulher me ensinava, mas era difícil com a chegada da dor.
    - Raposinha… - Sirius me olhou nos olhos e eu consegui me acalmar um pouco. - Isso, você está indo muito bem.
    - Senhor Black, irá ficar aqui durante o parto?
    - Vou, claro.
    - Então dê forças a sua esposa, a dor irá só piorar. - Foi só ela falar isso, que aumentou, uma parte de mim queria liberar minha magia, o que não tinha sentido nenhum.
    - Marie, respira, nosso Régulo está quase chegando. - Ele passou a mão no meu cabelo e senti a minha magia se acalmando.
    - Sirius… - Sussurrei seu nome, pendendo a cabeça para a sua mão, pedindo por mais carinho.
    - Está vindo! Senhora Black, coloque isso na boca, irá ajudar.
    - Obrigada… - Disse colocando como ela falou.
    - Agora, faça o máximo de força que puder.
    A dor tinha aumentado, mas não tanto. Fiz o que ela pediu e enquanto fazia muita força, Sirius sussurrava quanto me amava. Entre palavras carinhosas e a dor, escutei um choro alto. Sirius me olhou com um sorriso enorme e me deu um beijo. A parteira se afastou, levando-o, provavelmente para limpá-lo.
    -Você conseguiu, meu amor… - Ele suspirou feliz. - Já vamos poder ir para a casa com o nosso filho.
    - Sirius… eu te amo.
    - Eu também te amo, raposinha.
    - Senhor e senhora Black, seu filho. - Disse entregando em meus braços, Sirius se curvou para vê-lo, estava com lágrimas escorrendo pelo rosto.
    - Seja bem vindo, Régulo Arcturus Black. - Disse chorando.
    - Ele parece com você, cachorrão… - Sorri e dei um selinho rápido nele.
    - A senhora poderá ir hoje, fiz os exames e feitiços rapidamente, está tudo certo. Apenas tomar essa poção e comer direito.
    - Podemos ir, então?
    - Sim, daqui a alguns minutos uma coruja irá entregar a certidão de nascimento.
    Sirius me ajudou a levantar, troquei de roupa e saímos do quarto. Estava uma fila nas cadeiras, todos esperando sentados, conversando nervosos. Assim que nos viram com Régulo em meus braços, se levantaram ansiosos. Vieram na nossa direção, até mesmo Teddy olhando curioso.
    -Conheçam Régulo Arcturus Black. - Eu disse mostrando o bebê com fiapos de cabelo preto.
    - Ele é parecido com você, Sirius. - Remo disse quanto Tonks pegou-o.
    - Marie disse a mesma coisa. - Ele estava enxugando suas lágrimas, todo fofo emocionado. - Eu nem acredito.
    - Quem vai ser o padrinho e a madrinha? - Harry perguntou.
    - Voltou nisso? - Rebati rindo.
    - É você e Gina, Harry. - Sirius sorriu. - Foi difícil para escolher, mas como tinha alguém nos enchendo a meses, não é?
   

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora