Piromaníaca

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P.O.V. Marie

A cidade continuava a mesma de alguns anos atrás, sua arquitetura era inconfundível. Era uma mistura de séculos, desde o estilo mais francês quanto aos modernos prédios trouxas cheios de luzes. Isso era uma coisa que eu não admitia muito, adorava estudar sobre as diferentes arquiteturas, principalmente as antigas, essas tinham paredes que contavam histórias. Ao caminhar pelas ruas, achei um estabelecimento antigo e entrei usando magia, pois aparentemente estava trancado. Não seria considerado invasão, né? Várias cabeças se viraram quando eu adentrei sem me importar, até vi um homem bravo levantar pelos cantos dos olhos.

- Marie Lily Potter Black... - Uma mulher loira com cabelos no estilo anos 60, não com uma boa expressão.

- Cécile Deshayes Monvoisin. - Encarei-a na mesma expressão séria.

- Quanto tempo, chérri! - Ela veio me abraçar, segurando seu típico charuto. - Pensei que tinha esquecido do meu modesto bar. Venha, o que você vai querer?

- Nada forte, por favor. - Sorri de lado para ela, ignorando todos a volta prestando atenção na nossa conversa.

- Não parece a Marie que eu conheço...

- Ontem eu bebi demais, por isso.

- O que veio procurar em Nova Orleans?

- Sua ajuda, o que acha? O ministério inglês não serve nem para desvendar uma charada infantil dos trouxas.

- Ora ora, nem apresenta as amigas, Monvoisin? - Um homem de 25 anos (mais ou menos) sentou ao meu lado todo confiante, me fazendo revirar os olhos. - Uma garotinha não deveria estar bebendo, sabia que é contra a lei?

- Quem liga para a lei? - Virei a batida de uma vez. - Quantos anos você acha que eu tenho?

- Hum... No máximo vinte e dois anos, aliás sou Alan.

- Eu tenho trinta e cinco, garoto. - Ele arregalou os olhos, surpreso, enquanto a loira ria.

- Se eu fosse você, Alan, manteria distância de Marie. Não quer morrer no auge dos seus vinte e um anos, né?

- É solteira? - Perguntou ignorando o aviso.

- Felizmente, sou casada. - Sorri cínica para ele, que tentou pegar na minha mão. Ódio de homens assim, socorro.

- Aliás, como vai seu marido? Seus filhos?

- Estão todos tão crescidos, Céci... tenho fotos aqui, um mais lindo que o outro. Sirius vai bem, tirando o fato que ficou todo triste quando falei sobre viajar... - Fiz um biquinho, lembrando da cena antes de eu ir. - Quase que eu não vim, porque eu não resisto aquela cara de cachorro que caiu da mudança dele.

Peguei meu celular e comecei a mostrar as fotos em ordem de idade dos meus filhos. Cécile sempre comentou como eles iam dar trabalho no futuro, pela sua experiência com a filha, mas não tive muito até agora. O tal de Alan, curioso, ficou olhando junto as fotos, quem era ele? Quem convidou esse ser?

- Nossa, estão todos bonitos mesmo. - Sorriu, seus olhos estavam saudosos. - Quero conhecê-los um dia, ein?

- Talvez eu os traga nas próximas férias do colégio, mas não posso prometer nada.

- Estou de olho, Black. Seu lobisomem enxerido, está querendo virar lobisomem em lata? Saí, isso é conversa particular.

- Nossa, calma Cécile... Para que toda essa violência?

- Melhor nós irmos para o fundo... esses seres não vão nos incomodar lá.

Segui-a, pelo o que parecia uma sala de casa normal, se não fosse pela penumbra e as variadas plantas e livros antigos ali. Ela me mostrou um sofá e pediu para sentar, foi o que fiz. Cécile começou a procurar algo na estante, até que me veio com uma caixa de madeira, sentando em minha frente.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora