É muita coisa para uma noite só!

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    Remo me explicou que iríamos para Toca, recém reformada graças a um ataque de comensais, entre eles Bellatrix quem caçoou sobre a morte de Sirius para Harry. Encontramos o Black na forma de cachorro e decidimos aparatar. A casa dos Weasley logo apareceu na minha frente. Ao entrar, Molly veio me abraçando, seguida por Ninfadora.
    -Finalmente, Marie!
    - Não demorei tanto assim, Ninfi. - Cheguei mais perto dela, para cochichar. - Harry está pronto para surpresa?
    - Não sei, mas eu quero ver… depois do que aconteceu aqui. Depois eu quero sabe- - Ouvi uns gritos de comemoração, vindo da sala. - Descobriram!
    - Como isso é possível, Sirius? - Vi Granger perguntando incrédula. - Nós vimos você morrer.
    - Por que não me contou antes? - Perguntou Harry parecendo meio aborrecido.
    - Raposinha, explica para eles?
    - Você que se vira. - Apareci rindo e abracei meu irmão.
    - Pensei que não viria. - Disse Rony tentando manter a voz neutra.
    - Mas eu vim…
    - Marie, pode começar a contar sobre a viagem! - Ninfadora me puxou para sentar, toda animada.
    - Viagem?
    - Sim, eu, Blásio e a mãe dele. Nós fomos para a Grécia, foi perfeito. Você tinha que ver as praias Ninfi… iria adorar.
    - Espera… Blásio te levou em uma viagem? - Harry estava bravo aparentemente. - É muita coisa para uma noite só!
    - Concordo… Sirius, suas dores melhoraram? Passou todos os sintomas?
    - Passaram, aquela poção que você me deu me fazia sentir mais vivo a cada dia.
    - Frank e Alice?
    - Estão até querendo voltar na ativa, mas ainda nem os vi, estão grudados no filho.
    - Fico feliz, Neville merece. - Sorri, mas vi dúvidas nos olhos do trio.
    - Sua irmã, Harry, além de me trazer de volta a vida, trouxe os pais de Neville à sanidade novamente.
    - Você?
    - Não, Weasley… o bicho papão. - Ri de sua expressão brava.
    - Mas se vários dos mais habilidosos bruxos não conseguiram, como você..?
    - Eu sou mais poderosa que eles, Granger.
    - Nem um pouco convencida, não?
    - Estou dizendo a verdade, apenas. - Meu olho começou a arder muito, me incomodando, então aproveitei e tirei a lente ali mesmo. - Bem melhor, esse negócio incomoda muito.
    - Seu olho! - Rony arregalou os olhos, apontando para mim, Hermione baixou seu braço e sussurrou algo.
    - Longa história, mas se ficar me olhando assim, eu te azaro. - Falei ao notar seu olhar sobre mim.
    - Escutei a voz da Potter? - Desceu George todo alegre. - Por que ainda não visitou a Gemialidades Weasley?
    - Não tive a chance ainda, mas irei ainda. Espera, como vocês tão abertos?
    - Então você soube dos ataques?
    - Óbvio, não sou nenhuma burra, maninho. Sei sobre o Olivaras também e outros desaparecimentos, todos por comensais a mando do coiso.
    - Coiso? - Riu Harry.
    - Eu inventei um monte de apelidos para Voldemort, mas o melhor é Valtinho. O que acham?
    - Ele não é brincadeira, Marie!
    - Vocês precisam descontrair, até meu pai apelida os comensais, é muito engraçado.
    - Severo? Não pensava que ele tinha senso de humor.
    - Não sabe de nada, cachorrão. Aliás, falando no meu pai, ele contou que vai dar defesa contra as artes das trevas esse ano, sabiam?
    - Não combina muito com ele.
    - Black! Sempre foi o sonho dele, finalmente conseguiu o cargo.
    - Tomara que as aulas não sejam tão chatas quanto as deles de poções. - Harry fez uma careta.





    Passei horas conversando com Ninfadora, Sirius e Remo, pelo menos até Molly aparecer e xingar os adultos por não deixarem eu dormir. Ninguém tentou discordar dela, nem mesmo Sirius, ao perceberem a hora. Subi as escadas, mas parei ao escutar uma conversa no quarto.
    -...mas para que ele estaria ali, Rony? Não seria óbvio, Malfoy apoia Voldemort.
    - É diferente de virar um comensal, Harry! - Rebateu Hermione. Fiquei preocupada, pois sabia a verdade.
    - Por que não pergunta a sua irmã? - Era a voz do ruivo agora. - Ou não confia nela também?
    - Confio, eu acho, mas… ainda não tenho certeza, Marie é tão segura perto dos amigos simpatizantes de Voldemort.
    - Se duvidar, ela está passando informações para… - Eles me viram entrar, minha face estava totalmente sem expressão.
    - Marie, demorou. - Disse Harry coçando a cabeça.
    - Não precisa fingir, eu escutei.
    - Desculpa, Marie… não foi o que queria dizer.
    - Foi sim, Harry. - Encarei-o e ele se afastou, sorri para ele. - Se quiser posso ficar na casa de um dos meus amigos simpatizantes de Voldemort, eles são bem mais receptivos. Aliás, até mesmo os comensais parecem ser mais legais, sabe? Eu conheci uma no começo das férias, a Lestrange, pelo menos ela não foi falsa comigo.
    - Ela matou Sirius! - Harry gritou, a casa inteira deve ter ouvido. - Talvez Rony esteja certo, talvez você esteja do lado deles!
    - Eu não tenho que te provar nada, Harry Tiago Potter! - Eu estava me segurando para não liberar minha magia e machucá-lo. - Assim como você não tem que se enfiar na vida dos meus amigos! Se eu descobrir que…
    - O que está acontecendo aqui? - Remo pareceu bravo. - Já estão brigando?
    - Nada, aluado. - Peguei minha bolsa e passei por ele, saindo do quarto.
    Caminhei rápido e silenciosamente entre as escadas e cômodos. Coloquei a minha bolsa nos fundos e pulei para dentro, depois de olhar ao redor. Minha gata estava ali esperando, em cima dos livros. Acariciei-a e ela ronronou, sorri para ela, lutando para as lágrimas não escorrerem. Deitei-me, chamando-a para vir comigo.
    -É isso, Morgana… será apenas nós mesmo. - Ela miou como se me respondesse.




    A primeira visão que tive foi de Ninfadora me encarando, ela tinha descoberto o segredo da minha bolsa a um tempo e tinha lembrado. Levantei-me devagar, bocejando ainda com sono. Ela começou a remexer nos meus livros, com curiosidade.
    -Estavam loucos atrás de você. - Disse subindo na minha cama. - Sabia que você estaria por aqui, mas o que aconteceu? Foi por causa da briga?
    - Mais ou menos, eu preferi vir para cá depois do que Harry falou. - Suspirei e me levantei, pegando um vestido simples estilo indiano.
    - O que ele disse?
    - Os três estavam conversando sobre comensais e Rony perguntou se ele confiava em mim, Harry respondeu que não sabia. O meu próprio irmão! Eu sei que não nos conhecemos a muito tempo, mas pensava…
    - Ele devia estar nervoso, querida. - Ela me abraçou de lado. - Mas como eu te conheço, sei que deve ter dado uma resposta tão doída quanto.
    - Talvez… - Ela levantou uma sobrancelha, sorriu de lado e balançou a cabeça.
    - Então não é só ele quem deve se desculpar, não?
    - Não vou, eu falei a verdade. - Cruzei meus braços.
    - Não tem jeito mesmo? - Ela se levantou e ficou na frente da escada. - Estou subindo, estamos te esperando.
    Assenti com a cabeça e me troquei rapidamente. Deixei meu cabelo solto mesmo, sem prender. Chamei Morgana e ela subiu em meu ombro, então subi até o cômodo. Felizmente ninguém estava ali para ver e descobrir meu segredo, além de Ninfadora. Fui até a cozinha, onde estavam todos reunidos. Sirius foi o primeiro ao me notar, me olhou surpreso.
    -Marie, onde esteve? - Perguntou preocupado.
    - Não precisa se preocupar, cachorrão. - Pisquei para ele e me sentei ao lado de Ninfadora.
    - Difícil quando você some.
    - Deve ter pedido ajuda para os amiguinhos dela e depois desistido.
    - Weasley, não me estressa hoje. - Encarei-o com toda raiva que eu sentia.
    - Marie… - Harry me chamou. - Eu não deveria ter falado aquilo ontem.
    - Deveria, mas não pelas minhas costas, não é?
    - Então isso quer dizer que você não vai pedir desculpas por ter falado bem daquela comensal?
    - Que comensal? - Sirius interferiu.
    - Sua prima Bellatrix. - Harry resmungou.
    - O quê? Marie Lily, pode se explicar?
    - Só falei que ela não é falsa, falou na minha cara como não gostava de mim por ser quem sou, mas depois relevou a questão.
    - Não deveria falar assim, ela me matou.
    - Foi isso que eu falei para ela!
    - Por isso mesmo! Nunca ouviram mantenham seus amigos perto, mas seus inimigos mais ainda?
    - Isso não é certo, como você quer que eu confie em você?
    - Estamos em guerra, Harry. Certo e errado é uma construção social, na guerra essa merda vai por água a baixo.
    - E é assim que as pessoas viram bruxos das trevas…
    - Vocês acreditam nessas baboseiras… - Revirei os olhos. - Eu não me rotulo entre trevas ou luz, eu sou os dois. Isso é o que significa ser uma bruxa dos véus, o equilíbrio, afinal isso é a morte.
    - Então você seria capaz de tudo mesmo? Está parecendo...
    - Alguém que não se limita? Harry, não minta para si mesmo, eu te conheço bem.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora