A "conversa"

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    A casa de Blásio era gigante, claro que não era igual ao de Draco, mas estava quase. Zabini foi mostrando a casa antes de voltar a sala principal.
    -Gostou? - Ele deu uma breve risada olhando para a minha expressão.
    - Tem como não? Mas eu ainda prefiro um certo morador dela.
    - Você tem um ótimo gosto. - Passou o outro braço, nos deixando frente a frente.
    - Queridos, eu só vou sair rápido, já volto. - Disse a mãe dele, mas depois voltou e olhou para ele.
    - A casa é só nossa agora. - Piscou para mim.
    - Blásio, conheço esse olhar. - Ele segurou a minha mão e me puxou.
    Puxei-o para mais perto, enquanto puxou a minha cintura. Eu fui andando de costas até chegar na parede e beijei-o. Suas mãos passeavam pelas minhas costas, até descer um pouco.
    -Não temos ninguém para nos interromper agora. - Ergueu as sobrancelhas me olhando.
    - Então… - Coloquei um dedo em sinal de silêncio sobre seus lábios.


    A senhora Zabini tinha conversado comigo no almoço, perguntando sobre minha infância e Hogwarts. Tinha sido praticamente um interrogatório, mas ela sabia como disfarçar. Era uma bruxa muito elegante e, apesar dos rumores, doce. Antes de eu pegar o pó de flú, me convidou a retornar quando eu quisesse e Blásio contou para mim que ela realmente tinha gostado de mim. Menos uma coisa para se preocupar, ele não ficaria mais com o medo da reação dela.
    Acho que talvez eu tenha ficado um pouco de tempo demais lá, ao chegar todos estavam jantando. Eu fui silenciosamente me juntar a eles, sentando entre Harry e George. Os gêmeos ficaram com uma expressão travessa quando me viram chegar de fininho, enquanto Remo e Sirius me encaravam sérios.
    - Pensei que iria dormir na casa do seu namorado, some e demora para voltar.
    - Desculpa, Sirius, mas a Tonks falou que eu podia…
    - E pode mesmo, esses dois estão surtando por nada.
    - Tonks, ela é a minha afilhada. Deveria ter no mínimo me chamado para deixar.
    - Eu estou escolhendo ela como minha madrinha, então.
    - Pelo menos se divertiu? - Sirius tentou quebrar o clima.
    - Sim, eu…
    - Está óbvio! - Interrompendo George rindo e apontando para o meu pescoço. - Olha essa marquinha aqui.
    - George, cala a boca! - Dei um tapa em sua cabeça de brincadeira.
    - Precisamos ter uma conversa, depois, Marie.
    - Claro, aluado. Alguém vai querer saber as coisas que eu fiquei sabendo, não? Harry, Draco falou para você tomar cuidado esse ano.
    - Por que ele falaria isso? O que ele vai fazer?
    - Não sei, ele só pediu para passar a mensagem. - Voltei o olhar para Sirius. - E adivinha quem estava certa sobre os planos de Voldemort? Isso mesmo, euzinha.
    - Sobre o quê?
    - Comensais que estão em Azkaban, ano que vem estarão correndo por aí.
    - Quem te contou?
    - Draco.
    - Ele pode estar mentindo, querida. - Remo tentou chamar a minha atenção.
    - Acredite, ele não está. O Malfoy tem um tique quando está mentindo, além disso ele está surtando com a possibilidade da Lestrange na casa dele, ainda tem alguns outros que provavelmente vão ficar lá.
    - Se Bellatrix ficar livre, vai ser pior do que imaginávamos. Minha prima é totalmente maluca e sádica.
    - Poderosa e a mais leal ao lorde das trevas, não se esqueça. Se isso acontecer, vou ter que me afastar de todos vocês, para o nosso bem.
    - A gente tem que lutar juntos, Marie.
    - Se eu quiser continuar a ficar viva, não. Eu não sou como você, não tenho síndrome de herói, Harry.
    - Essa é uma característica de grifinórios, Harry, não liga. - Disse Hermione me encarando. - Nós lutamos pelas pessoas não morrerem, ao contrário de alguns.
    - Está certa, sonserinos não gostam muito disso… Preferimos matar pelas pessoas que amamos, assim o problema acaba definitivamente.
    - Não duvido nada, vindo de você.
    - Hermione e Marie! - Sirius se assustou com o tom de voz de Remo. - Ninguém vai matar ou morrer aqui. O que acontece com vocês duas?
    - Elas estão assim desde a briga perto do lado. - Harry suspirou.
    - Óbvio! - Rony disse para defender. - As coisas que sua irmã disse são dignas do professor Snape.
    - Obrigada, Weasley. - Pisquei para ele. - Depois desse elogio, estou mais ansiosa para voltar a Hogwarts.
    - Nem me fale, os anos estão passando muito rápido e eu só penso em como vou… - Harry engoliu em seco.
    - Acabar com o lorde das trevas? Se quiser ajudinha, posso, sei lá, fazer uma visita e de repente puf, sumiu.
    - Não é brincadeira, Marie. Ele é muito poderoso e perigoso.
    - Eu sou também. - Harry revirou os olhos e soltou um riso. - Calma, maninho, você não conhece nem metade das minhas habilidades.
    - Ui, então por que estuda em Hogwarts? Se já sabe tudo.
    - Eu não sei de tudo, seu bobo, é impossível. Porém… eu sei legilimência, oclumência, duelo muito bem e conheço várias maldições tanto conhecidas quanto desconhecidas.
    - Então o Ranhoso te ensinou Artes das trevas, mesmo? - Sirius perguntou bravo.
    - Claro, eu queria aprender e sou bem insistente. Arte das trevas e magia antiga são partes muito mais profundas do que falam, todos bruxos deveriam aprender.
    - Agora você falou como a minha mãe, credo. - Sirius fez uma careta engraçada.
    Aos poucos a conversa saiu para outro assunto e todos terminaram o almoço. Sirius e Lupin me seguraram ali, além de pedirem para Ninfadora ficar ali. Harry tentou ficar também, mas no final não deixaram. Eles estavam estranhamente evitando olhar diretamente para mim. Enquanto eu me segurava para não rir da cara deles e a Tonks mudando de forma atrás deles para zoar.
    -Vocês não vão falar nada..? - Perguntei e ela caiu na risada atrás.
    - Só estávamos nos preparando… É melhor você falar, Remo.
    - Hum… Marie você está namorando.
    - Isso eu sei..?
    - É claro…
    - O que estamos querendo falar é para tomar cuidado.
    - Isso, almofadinhas!
    - O que eles estão querendo falar, Tonks? - Olhei para ela que não parava de rir.
    - Eles estão querendo, ou tentando pelo que está parecendo, ter aquela conversa com você.
    - É sério isso? - Comecei a rir junto. - Por que vocês estão enrolando tanto?
    - Você é uma garota, tinha que ser a Lílian a falar essas coisas. - Remo estava vermelho.
    - Então não falem, eu sei já.
    - É o quê? - Sirius arregalou os olhos. - Você é uma criança praticamente, acho que não entendeu o que estamos querendo falar.
    - Ela sabe, Black. - Ninfadora sentou-se ao meu lado. - Marie não é uma criança como vocês imaginam, me contou várias coisas.
    - Espera, por que você não conta as coisas para nós?
    - Tonks é mais divertida e não fica me enchendo. Mas era só isso?
    - Ainda não falamos sobre o assunto.
    - Até porque como você está namorando, logo vocês vão… - Remo engoliu em seco.
    - Nós já dormimos juntos. - Fiz aspas com as mãos para eles entenderem.
    - É O QUÊ? - Sirius quase gritou e Ninfadora riu mais. - O Zabini não te pressionou para isso, né? Por que senão eu vou matar ele.
    - Almofadinhas, acredite, se dependesse apenas do Blásio ia demorar mais. - Os dois arregalaram os olhos e Sirius deu uma risada silenciosa.
    - Marie puxou o Pontas nisso.
    - Sirius! Temos que falar dos cuidados ainda…
    - Eu sei me cuidar, aluado, não se preocupem. Aproveitem e conversem com o Harry, assim vão ter a chance de explicar para alguém antes.
    - Espera, o Harry…
    - Nem beijar eu acho, Sirius.
   

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora