Escreva um futuro lindo

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    Desci as escadas ajeitando o colar por cima da blusa preta de gola alta. Hoje seria, finalmente, o julgamento de Sirius para inocentá-lo oficialmente. Foram convocados várias testemunhas, incluindo a mim, pois eu tive contato com Comensais. Harry estava conversando animado com seu padrinho, agora que era auror, talvez confiassem mais ainda nele.
    -Vocês viram minha lente por aí?
    - Não precisa usar Marie.
    - Sirius está certo, por que você usaria?
    - Porque vamos ao ministério, vários bruxos que não me conhecem e se verem isso vão achar que estou exagerando nas artes das trevas?
    - Uma hora ou outra vão ter que entender, não?
    - Sirius, você abotoou tudo errado. - Peguei minha varinha e ajeitei com magia.
    - Obrigado, estou apresentável agora?
    - É um julgamento, não um desfile de moda, Almofadinhas. Estamos atrasados!
    Aparatamos na frente da entrada de visitantes do ministério. A máquina nos levou para o lugar que eu lembrava, porém estava lotado de bruxos para lá e para cá. Pegamos o elevador e fomos até o andar, o julgamento começou rapidamente. O próprio ministro estava do lado de Sirius, afinal ele era da Ordem da Fênix também. Primeiro o Black contou tudo o que tinha acontecido e o porquê de não ter se defendido. Após ele, Remo, Arthur, Molly, Harry, cada um confirmando os fatos. Era a minha vez, fiquei nervosa, mas manto a cabeça erguida e fingi que não.
    -Senhorita Potter, você pode confirmar que o senhor Black não é um comensal, pois você conheceu alguns, correto? Poderia explicar melhor.
    - Eu conheci vários Comensais e até o próprio Voldemort, ouvi bastante principalmente dele e dos Lestrange sobre como Sirius era considerado um traidor de sua família, por não ter seguido e defendido as ideias elitistas de sangue desde jovem. Ouvi da própria Bellatrix, sua prima, que ela queria assassiná-lo por lutar contra os Comensais.
    - Como a senhorita pode ter escutado dela? - Perguntou um homem naquela arquibancada, júri, sei lá.
    - Meu pai… quero dizer, Severo Snape era um agente duplo para a Ordem da Fênix, então tinha contato com eles e eu segui o mesmo caminho para poder ajudar a combater Voldemort.
    Logo as perguntas acabaram e eu saí. Sirius foi chamado novamente na frente e declarado inocente. Saímos do tribunal felizes, todos abraçaram-no, até mesmo o próprio ministro. Comemoravam e conversavam, então percebi os Malfoys e uma garota que era familiar. Então Draco me olhou e deu um oi com a mão, fui até ele.
    -Faz tanto tempo, Potter. - Nos abraçamos rapidamente.
    - Nem me fale… Como vão, senhor e senhora Malfoy?
    - Bem, querida. - Disse Narcisa toda calma.
    - O que você está fazendo aqui, Marie?
    - Eu estou…
    - Lucius, Cissa… - Interrompeu Sirius ao meu lado.
    - Julgamento do Sirius foi hoje.
    - Eu me surpreendo que seu marido não esteja em Askaban, Cissa.
    - Hoje é o nosso julgamento também, Black. - Respondeu Lucius seco.
    - Desculpa, você é familiar…
    - Astoria Greengrass, prazer.
    - Minha namorada. - Disse Draco sorrindo para ela.
    - Ah, eu conheci sua irmã, deve ser isso…
    - Eu não sou igual a Daphne… - Disse ela rindo. - Eu soube do que você fez com o namorado dela.
    - Posso adivinhar, sonserina e sangue puro? - Sirius comentou e eu o belisquei.
    - Sim, mas não ligo para essas coisas de sangue.
    - Nossa, que surpresa! Pelo menos alguém que pensa pela própria cabeça junto aos Malfoys.
    - Sirius! - Olhei para ele, quem revirou os olhos. - Desculpa, ele é um pouco incoveniente. Foi bom te ver, Draco. Espero que dê tudo certo.
    - Obrigado, Marie.
    - Eu ainda te esgano, Sirius Black. - Cochichei puxando seu braço.
    - Estava apenas te protegendo daqueles lá.
    - Protegendo? - Ergui as sobrancelhas e olhei para Harry. - Sabe se ainda está liberado usar as maldições imperdoáveis?
    - Óbvio que não, quem lançou? - Disse preocupado.
    - Ninguém, estava pensando em testar Imperio no Sirius para parar de ser intrometido. - Olhei para o lado e o ministro me olhou surpreso. - Estou brincando, obviamente.
    - É melhor não brincar com essas coisas no ministério.
    - Sim, senhor.
    Remo se aproximou com o casal Weasley e voltamos para casa. Os mais velhos estavam conversando, então aproveitei para voltar ao quarto e fazer o que não tive coragem até agora. Escrevi um rápido bilhete, avisando que eu tinha saído caso alguém entrasse no quarto. Peguei a última carta de Blásio e aparatei em sua antiga casa. Estava como eu lembrava, deu um vazio no peito quando lembrei nossa felicidade nas festas.
    -Senhorita Potter?
    - Olá, Dilli.
    - A senhorita demorou para voltar, Dilli
  pensou que tinha abandonado.
    - Não, eu só precisava de um tempo.
    - Precisa de algo?
    - Agora não.
    Subi as escadas e parei na frente da porta do seu quarto. Respirei fundo e abri, sentei-me na cama e senti o cheiro dele ali ainda. Segurei as lágrimas e peguei novamente a carta, para finalmente lê-la.
    "Meu amor, se estiver lendo isso significa que eu não sobrevivi à guerra, como a vidente contou a minha mãe. Não parece justo, não é? Eu simplesmente sumir do mundo por causa de uma promessa. Porém, sei que você, mais do que todo o mundo, sabe como a morte não funciona assim, eu e nem você poderia mudar o futuro. Nós tivemos nossa história inesquecível, digna de um romance. Nós fomos luz e porto seguro, um para o outro. Não há motivos de choro, tristeza e culpa, tivemos nosso tempo e deve relembrar apenas com alegria. Respire fundo, levante a cabeça, permaneça forte e escreva um futuro lindo. Espero que, quando tiver alguém, essa pessoa te dê tanto amor e alegria quanto eu desejava te dar. Se cuide e não mude por ninguém! Peço para que cuide da ex-futura nossa casa e Dili. Eu te amo e, por isso, desejo a melhor vida a você. Com carinho, Blásio Zabini."
    Sorria e enxugava as lágrimas, como ele pediu. Abri o guarda roupa e vi todas as suas coisas ali. Desci as escadas e chamei Dilli.
    -Sim, minha senhora.
    - Pode me chamar Marie ou Potter, Dilli.
    - Como quiser
    - Eu quero que você separe as coisa de Blásio, roupas em um local, livros, objetos pessoais… Após terminar, sabe onde é a casa dos Black?
    - Sim, senhorita Potter.
    - Acho injusto você ficar aqui, sozinha. É claro, uma vez por semana venha aqui e arrume, garantindo tudo organizado. Mas lá terá mais companhia.
    - Dilli fica muito feliz, a senhorita me deixa usar magia?
    - É claro. - Sorri para ela. - Quanto tempo está nessa família?
    - Desde que eu nasci, há 86 anos, como toda a minha família antes.
    - Irei perguntar, com todo respeito, você gostaria de ser livre? - A elfo arregalou os olhos e fez uma cara feia.
    - Não, isso é horrível para um elfo como Dilli! - Estava totalmente brava, o que eu achei estranho, mas ela era igual a Monstro.
    - Obrigada pela sinceridade, mesmo assim, quero que saiba que terá um canto na casa Black. Eu quero que se sinta bem.
    - Dilli agradece, senhorita Potter é muito gentil.
   







Oi meu povo, espero que tenham comido bastante e se divertido❤️ a música ali é a que eu me inspirei para a carta

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora