Eu estava certa, não falei?

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    -A gente falou do maluco e a primeira aula é dele. - Parkinson disse ao ver o horário.
    - Nem me fale, mas pelo menos é melhor que o lobisomem. - Retrucou Draco.
    - Remo Lupin? - Perguntei.
    - Conhece?
    - Ele é meu padrinho… - Mordi o lábio inferior.
    - Vamos logo, antes que a gente se atrase. - Interrompeu Pansy. - A gente já perdeu o café da manhã, eu estou com fome e com ódio.
    Eu e a garota fomos na frente, já que os garotos queriam ficar discutindo. Ao chegarmos na sala, tinha apenas alguns alunos de pé mesmo e o Moddy. Felizmente a aula não tinha começado, coloquei o material no canto. O professor andava impaciente enquanto os alunos entravam e quando entraram, fechou a porta. Ele começou a explicar o que iríamos fazer e a sala estava uma confusão.
   -Confirmado que esse professor é louco, Imperio nos alunos? O próximo é cruciatus? - Draco estava totalmente bravo.
    - O pior é ele ficar testando se a gente consegue resistir? É burro, pelo jei… - Pansy ficou quieta ao ver Harry resistindo. Aquilo era raro, resistir a uma magia tão poderosa sem treino algum.
    - Marie, fala que você consegue também! - Zabini me cutucou.
    - Não tenho certeza, mas vou tentar.
    - Por favor, eu sei que você tem capacidade. - Colocou a mão em meu ombro, me empurrando, pois já era a minha vez
    - Preparada, senhorita Potter? - Assenti e pude sentir a magia querendo me forçar. Respirei calmamente e me concentrei, encarando Moody, lembrando de todas as lições extras de meu pai. - Muito bem… Parece que é de família.
    Olhei ao redor e percebi que eu tinha conseguido também. Caminhei aliviada para o lado, saindo daquela fila. Senti uma mão em meus braços, me puxando, e dei de cara com meu irmão.
    -Você está bem?
    - Sim, mas foi difícil… e você, Harry?
    - Foi estranho, todos estavam me perguntando como eu tinha conseguido. Pelo menos você conseguiu.
    - É diferente… Eu sou muito bem instruída desde criança, não tinha como você saber como controlar tão bem.
    - Snape já lançou Imperio em você? - Ele estava horrorizado, mas como eu iria responder que tinha pedido para aprender a ter resistência, se fosse possível.
    - Uma longa história, mas não precisa se preocupar.
    - Difícil… Seus amiguinhos estão nos olhando, acho que estão te chamando Marie.
    - Nos encontramos mais tarde, está bem? - Ele concordou e fui até eles.
    - Eu falei que você conseguiria, Potter! - Blásio bateu nas minhas costas, me parabenizando. - Agora tem que passar a fórmula de como fazer isso.
    - Como você e seu irmão conseguiram, Potter? - Malfoy estava bravo depois de ter sido feito de bobo com a maldição.
    - O Harry, não sei, o meu foi muito treino. Talvez por ele ter sobrevivido por outra maldição imperdoável, seja mais resistente, sei lá.
    - Maldito, Potter. - Resmungou Malfoy. - Mas você vai ensinar, não é?
    - Acho mais fácil pedir para o Moody ou para o meu pai, quero dizer, Professor Snape.
    Senti o olhar do professor em mim e o encarei de volta, seu outro olho estava em meu irmão. Apesar de apenas nos conhecemos a alguns dias, queria protegê-lo desse bruxo. Obviamente, não poderia falar isso em voz alta.

    Eu tinha uma pequena habilidade em não fazer barulho quando andava, assim, quando Pansy adormeceu enquanto estudava, saí do nosso dormitório. Queria ver os gêmeos Weasley tentando, provavelmente sem sucesso, colocar os seus nomes no cálice. Pelo jeito, a maioria dos alunos da grifinória também queriam, quando eu cheguei na porta estava lotado deles e os dois se mostrando antes de fazê-lo. Ao entrarem no círculo de idade, todos comemoraram, estava muito fácil e ainda acreditavam que daria certo. Um pouco de mistério e colocaram os papéis, engolido pela chama, os gritos de felicidade e surpresa era enorme, porém não durou muito. O "fogo" começou se agitar, cuspiu os papéis e os gêmeos se transformaram em idosos com barbas brancas, fazendo todos rirem. Começaram a brigar e só pararam quando viram a vergonha, passando por mim reclamando.
    -Fred, George! - Corri atrás dos dois, tirando dois vidros pequenos com poções. - Aqui, tomem isso.
    - E como vamos saber que não está pregando alguma peça?
    - Só vão saber tomando, mas podem ficar com assim se quiserem, a barba combinou. - Pisquei e ri, logo pegaram e viraram o líquido.
    - Hum… Obrigada, Marie. - Seus rostos voltaram ao normal e já colocaram um sorriso travesso no rosto. - Desculpa por não confiar…
    - Eu entendo, sou uma estranha ainda… E boa sorte com a McGonnal. - Eles se viraram, dando de cara com a professora.
    - Por que você fez isso? - Perguntou o Rony, acompanhado com os dois.
    - Porque eu quis, Weasley. Por que você pega tanto no meu pé?
    - Quem anda com o Malfoy não é confiável.
    - Rony! - Hermione o repreendeu. - Ela é irmã do Harry, esqueceu?
    - Eu não ligo, Granger, só faço isso para irrita-lo, é engraçado.
    - Marie, você quer estudar com a gente? Nós estamos indo agora mesmo, seria bom passar um tempo com a gente. - Harry estava hesitante.
    - Claro, eu ia também.
    Estava caminhando atrás dos três, porém Harry me chamou para ficar ao seu lado. Ele me olhava às vezes, como se quisesse conferir se eu estava confortável. Nos aproximamos do lado e sentamos em baixo da rima árvore, um garoto meio desengonçado foi até nós também.
    -Oi, Neville. - Hermione o comprimentou. - Chegou bem na hora, vamos estudar herbologia.
    - Oi, Hermione, Harry, Rony e…
    - Marie Lily Potter, prazer. Neville Longbottom, estou certa?
    - Sim… - Parecia meio desconfiado.
    - Vocês já fizeram os trabalhos e tarefas?
    - Mione, ninguém faz sem ser um dia antes, você é a exceção. - Respondeu o ruivo.
    - Eu já fiz tudo… - Retruquei. - Até adiantei a matéria da próxima semana.
    - Você deveria ensinar isso para o Harry, para ele parar de copiar dos outros!
    - Harry!
    - E-eu… Fico ocupado, sabe como é.
    - Fiquei sabendo que quer ser auror, como você vai ser se não tiver nota no N.I.E.M?
    - A gente ainda tem 14 anos, tem tempo.
    - Por isso mesmo, melhor garantir seu lugar no futuro do que deixar para depois, Harry.
    - Alguém com juízo!
    - Mas não adianta nada estudar com os seguidores de você-sabe-quem lá fora.
    - Ao contrário, você teria que saber duelar muito bem, não? - Rebati.
    - Então, defesa contra as artes das trevas e duelos deveriam ser nossa prioridade.
    - Não! Quanto mais você saber e ter domínio, melhor. Olha que não aprendemos tudo aqui em Hogwarts, pelo que eu estou vendo.
    - Hogwarts leciona aos poucos, nem todos aqui estão preparados, pois nem todos crescemos no meio bruxo.
    - Um dos principais problemas… - Revirei os olhos, estávamos nos atrasando por causa de alguns.
    - É sério? - Granger alterou a voz. - Sabia que se metendo com aqueles…
    - Não é isso que ela quer dizer, Mione. - Respondeu Harry. - Nós já conversamos sobre isso, ela não tem esse tipo de preconceito.
    - Eu não gosto da maioria dos trouxas, é diferente de querer uma supremacia sangue puro, até porque eu sou mestiça, Granger. Eu acho que deveríamos ter aulas de níveis diferentes desde cedo para cada tipo de aluno. Um exemplo, o Neville é ótimo em Herbologia, só ver as anotações no livro dele. - Apontei para a página. - Ele não deveria estar na mesma sala que o Rony.
     - Pensando nesse lado, faz até um pouco de sentido, mas… você não deveria falar assim dos trouxas.
     - Por quê? A maioria dos que eu conheci foram uns idiotas totais, além de acreditarem que somos amaldiçoados por sermos bruxos. Nos mataram e perseguiram, você acha que eu tenho como gostar de seres assim?
    - Está a um passo para se juntar aos comensais como seus amigos! - A garota saiu batendo os pés.
    - Marie, você não deveria falar essas coisas! - Harry gritou comigo. - Principalmente para a Hermione.
    - Se ela não aguenta a verdade e quer achar que participa de um conto de fadas, eu quero é ma-
    - Senhor Potter, Weasley, Longbottom… Marie Lily. - Snape apareceu do nada. Se virou para mim - O que está acontecendo aqui? Eles estão te incomodando?
    - Não, pai… só uma discussão saudável sobre história da bruxaria.
    - Espero que seja isso mesmo… O senhor Zabini, por algum motivo, estava me perguntando sobre você. E além disso, lembra daquelas aulas que combinamos? - Perguntou, sem expor para os outros o assunto. - Podemos agora, estou livre.
    - Obrigada, quero sim. - Ele deu um leve sorriso, mas logo voltou a sua cara normal.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora