Eu tinha enviado algumas cartas para meus amigos, Severo e Blásio. Para a minha surpresa, recebi cartas de todos antes da possibilidade da coruja chegar até eles. Infelizmente não tinha muito o que dar de presente, então apenas para Zabini enviei um desenho dele com Morgana dormindo, em uma das tardes no dormitório. Junto a sua carta totalmente fofa e preocupada, que me deu vontade de simplesmente aparatar na casa dele, um presente: um bracelete de fios pratas entrelaçados com uma pedra de tom verde, parecia algo antigo, coloquei em meu braço sem pensar duas vezes. Malfoy tinha me convidado a passar o natal lá, e em outra nota, reclamava sobre a casa estar estranhamente cheia e estar surtando com isso, a poção de paciência que eu enviei iria ajudá-lo muito. Pansy comentou sobre a festa na casa do namorado, falando que só iria pelo Draco e que queria voltar logo para Hogwarts. Severo apenas enviou uma mensagem curta, avisando que iria me visitar no dia 25, vulgo amanhã.
Coloquei um cardigã verde, calça jeans larga e uma blusa branca. Acabei puxando um pouco as mangas, deixando o bracelete a mostra. Arrumei meu cabelo em um coque, colocando um daqueles palitos de cabelo, que tinha uma pena de fênix pendurada. Desci as escadas, a família Weasley estava animada, Arthur tinha chego na noite anterior, mas Molly deixou a comemoração para hoje.
-Bom dia! - Acenei com a cabeça.
- Bom dia, raposinha ladra. - Sirius respondeu.
- Bom dia, cachorrão. Bom dia senhor Weasley, está melhor?
- Sim, obrigada Marie. - O ruivo me respondeu sorrindo.
- O que é isso no seu braço? - Perguntou Harry curioso.
- Presente do Blásio. - Ele pegou minha mão quando eu sentei, para ver melhor.
- Hum… bonito.
- Falando em presente de natal…
- Amanhã é natal, Sirius. Posso abrir exceção, já que não para de me encher, não é?
- Finalmente! Onde está? - Disse animado.
- Deixa a Marie comer, Sirius! - Xingou Molly.
- Não faz mal, senhora Weasley, ele é chatinho assim mesmo.
- Eu ouvi, Marie Lily! - Escutei enquanto subia as escadas. Peguei um envelope de pano com laço.
- Pronto, cachorrão! - Entreguei o embrulho a ele, quem abriu todo animado.
- É mais de um? - Disse surpreso, vendo cada desenho: meus pais com ele, meu pai Tiago com Sirius e Remo, uma dele com seu irmão. - Isso… está perfeito, Marie. Parece até mesmo que são fotos… muito obrigado.
- Não foi nada, Sirius.
- Nada? Acho que roubar esse daqui, almofadinhas. - Remo pegou o desenho da mão dele. - Você tem talento, Marie, parece uma foto mesmo.
- Obrigada. Eu ia fazer outros desenhos, mas não tive muito tempo.
- Quem é esse? - Perguntou Harry tentando ver as fotos.
- Meu irmão, Regulus.
- Nossa… ele parece tanto com você e ao mesmo tempo não.
- Era mais ou menos assim mesmo, até na personalidade. Marie, quantos galeões valeria um desenho desses?
- Como assim? Não tenho menor ideia.
- Você deveria fazer algumas para vender, por encomenda, principalmente para quem tem entes queridos que se foram…
- Talvez seja uma boa ideia. - Sorri de lado.A ceia de natal estava cheia e a maioria de suéter feito pela senhora Weasley. Eu tinha feito um desenho rápido a tarde do senhor e da senhora Weasley inspirado em uma foto da primeira Ordem da Fênix. Iria entregar após a comida. Sirius e Remo tinham comprado um caderno com capa de couro, mais um diário, com meu nome. Junto, uma pena que apenas o dono (ou quem deixasse) poderia enxergar o que estava escrito, seria muito útil, anti curioso. Apesar da tensão após o ataque ao senhor Weasley, a volta de Voldemort e o ministério se fazendo de sonso, aquela mesa estava totalmente animada com alguns visitantes também.
-Senhora Weasley?
- Sim, minha querida.
- Não é muito, mas fiz esse desenho de você com seu marido durante a primeira guerra bruxa. - Entreguei com vergonha, afinal ela tinha ajudado tanto e eu só poderia dar algo feito às pressas.
- Não precisava… mas muito obrigada Marie. - Disse sorrindo com os olhos brilhantes. - Nossa, faz tanto tempo…
- E parece que foi ontem. - Comentou Remo.
- Para vocês, porque em Askaban pareceu uma eternidade.
- Se você não tivesse sido preso, você me criaria, Sirius? - Perguntou Harry.
- Você e talvez Marie, teria sido tão bom. Imagina aluado, duas crianças correndo por aí?
- Uma criança cuidando de outras duas? O trabalho seria meu, não? Mas seria maravilhoso.
- O Remo que é muito certinho, eu poderia ter ensinados os dois tantas coisas.
- Começar um incêndio acidental depois de uma brincadeira?
- Você não esquece de nada mesmo, né?
- Difícil, eu quase peguei detenção.
- Mas não pegou, é o que interessa.
- Pelo menos vocês não pegaram detenção com a Umbridge. - Riu Fred. - Aquela professora é uma torturadora medieval. Não conheço ninguém que não levou detenção dela.
- Eu não levei.
- Você não conta, Marie. - George riu. - Até porque seus amigos e seu namorado são ajudantes da alta inquisidora.
- Estratégia, o nome. Eu posso odiar aquela mulher, mas ser falsa perto dela salva a minha pele.
- Ela chegou a fazer aquilo com crianças do primeiro ano, foi horrível, a gente não podia fazer nada.
- Na verdade… tem algo que seria muito útil, além de poções cicatrizantes.
- As poções não funcionam, o Harry tentou. - Disse Rony confuso.
- As que eu ofereci a alguns primeiranistas funcionou, passou a dor rapidamente também.
- Por que não contou antes?
- Eu não sabia que vocês usavam poção errada. Mas tem um feitiço que seria adorável jogar naquela vaca cor de rosa.
- Existem vários na verdade. - Retrucou Fred. - Qual exatamente?
- Feitiço espelho, é um pouco complicado se você usar por meio de amuletos, mas são muito úteis.
- Então é melhor você passar as instruções. - George olhou travesso.
- Não posso, é… muito difícil. Eu poderia fazer amuletos espelhos simples para vocês, no máximo. Mesmo assim teria uma validade curta, porque ele se alimenta do próprio bruxo que usar.
- Artes das Trevas? - Perguntou Sirius.
- Não exatamente, é mais antigo que isso, dizem ser magia de Nêmesis. Ele se alimenta pelo ódio, raiva e desejo de vingança do bruxo que o usa, assim quando ele quiser e ativa-lo, o feitiço pode virar contra o oponente.
- Para mim, parece artes das trevas. - Resmungou Rony.
- Não é, senhor Weasley. - Uma voz soou entrando na cozinha e saí correndo indo abraçá-lo.
- Pai, você não ia vir só amanhã?
- Infelizmente terei um dia ocupado amanhã, então tirei um tempo hoje. - Sorriu, mexendo no meu cabelo. - Isso é para você.
- É aquele livro? - Olhei-o com surpresa, Severo nunca tinha deixado eu encostar no livro.
- Sim, não faça nenhuma bobagem, está bem? - Arqueoou as sobrancelhas.
- Eu não faço.
- Não é o que me pareceu quando eu ouvi você explicando magia de Nêmesis para eles. Aliás, bom natal para vocês. - Sua expressão mudou totalmente quando os olhou.
- Obrigado, Severo, para você também. - Remo disse com um pequeno sorriso.
- Marie…
- Com licença, pai vem por aqui. - Chamei-o para sala, tentar um pouco de privacidade.
- Obrigado, não aguentava todos me olhando daquele jeito.
- Normal, digamos que não são seus maiores fãs.
- Voltando ao assunto, não fique ensinando qualquer tipo de magia para eles.
- Eu apenas citei, não se preocupe. - Disse ficando nas pontas dos pés e voltando.
- Como você pode ter 15 anos já? Parece que foi ontem que sua mãe te entregou a mim… - Sentamos no sofá e eu deitei a cabeça na sua perna.
- Sou quase uma adulta.
- Não, ainda é uma criança… - Passava as mãos em meu cabelo. - Sinceramente, nem sei porque te deixo se envolver em tudo.
- Porque é o melhor jeito de me proteger, você sabe disso.
- E só vai piorar… não saía dessa casa até o dia de voltar para Hogwarts, promete?
- Vai acontecer aquilo?
- Sim, além disso… parece que seu nome está conhecido entre alguns comensais, logo chega no lorde das trevas, se já não chegou.
- Como assim?
- Como? Pelo que eu escutei, você quase matou um comensal… Os rumores sobre uma nova bruxa necromante está entre vários bruxos das trevas. Outros dizem que a irmã da menino que sobreviveu seria uma aliada de Voldemort.
- Eu tenho que controlar meu impulso, então.
- Evitar matar qualquer um já seria ótimo. - Disse rindo de canto. - Eu tenho medo que… ele queira te conhecer e te matar.
- Ele não conseguiria, pode ficar tranquilo, pai.
- Não duvide dele, não é por nada que é o lorde das trevas.
- Quem não conseguiu derrotar um bebê? E tem vários segredos? Aliás, tenho quase certeza que a maldição da morte não funciona em mim.
- Cuidado com o que fala, Marie Lily. Você não o conhece.
- Mas eu conheço os pais dele.
- Não adianta falar com você, não é? - Sorriu, revirando os olhos. - Teimosa como sempre.
- Eu prefiro determinada.
- Onde você aprendeu ser assim, ein? - Disse me cutucando fazendo cócegas.
- Hum… alguém chamado Severo Snape, conhece?
- Dizem que é um bruxo muito inteligente. - Levantou as sobrancelhas e rimos. - Só você mesmo, Marie Lily… Assim eu vou perder a minha fama perto dos Weasley e do Potter.
- Ui, tem que manter a pose de professor vilão.
- Nem assim esses moleques me respeitam. Infelizmente terei que ir agora, minha filha.
- Mas já? Fica só mais um pouquinho. - Fiz biquinho.
- Não adianta fazer essa cara, Marie. Por mim, eu te levava e voltaríamos para casa.
- Eu sei… - Voldemort provavelmente estava o esperando. - Só se cuida, pai.
- Digo o mesmo. - Piscou para mim e desaparatou. Caminhei de volta para a cozinha onde todos me olharam.
- O Severo tem a capacidade de rir? - Sirius disse aparentemente impressionado. - Ou eu estou alucinando?
- Sirius!
- Só achei estranho.
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Diário de uma PP: Potter Perdida
FanfictionMarie Lily Potter, irmã gêmea desconhecida e aparentemente oposta a seu irmão, o famoso Harry Potter. Essa sou eu, uma Potter que cresceu como uma Snape, escondida de todos, pois teoricamente eu estava morta. Até Dumbledore decidir que seria minha h...