Dramático

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    Astérope e Mérope tentavam dar os primeiros passos, segurando uma na outra, uma cena fofíssima. Sirius se transformou em cão, deixando as pequenas apoiarem nele para não cair. Observa tudo isso enquanto terminava as anotações do meu trabalho, a maioria da tarde era assim (quando eu não ia para o ministério). As horas se passavam rápido, logo as duas crianças estavam deitadas no chão, dormindo com as cabecinhas em cima de Morgana. Sirius acabou cochilando sentado no chão. Eu dei um beijo no topo da sua cabeça, afagando-o, e tentava acordá-lo. Seus olhos cerraram e me olhou perdido, ainda com o sono.

    Levantei-me, indo guardar as minhas coisas. Ao passar na volta, pelo quarto de Régulo, percebi ele conversando com seu tio, com um livro na mão. Olhei pela fresta da porta, ele estava lendo? Ele tinha apenas 3 anos... eu tinha ensinado uma coisa ou outra, é claro, mas ele parecia ler o livro como uma criança de 6 anos. Abri a porta, sentando ao seu lado.

    -Você está lendo muito bem, Régulo.

    - Obrigado, mamãe. Titio me ensinou. - Seu sorriso para o seu outro lado.

    - Ele aprende muito rápido, será um grande bruxo. - Sorriu para o garoto, gesticulando como se fosse passar a mão em seu cabelo.

    - Obrigada por cuidar de Reg, sempre.

    - Ele é o meu sobrinho, não? Além disso, o único que consegue me ver… irei fazer o máximo para ele ter um bom futuro.

    Os dois voltaram a ler o livro, conto dos três irmãos e as relíquias da morte. Eu me afastei aos poucos, querendo observá-los. Voltei à sala e Sirius estava arrumando a bagunça que fizeram. Ele me olhou, lançando um sorriso, e parou o que estava fazendo. Eu abracei-o de surpresa.

    - O que aconteceu, raposinha?

    - Nada… Eu só quero um abraço. - Ele me apertou mais ainda, acariciando meus cabelos. Depois de um tempo, afastei-me, segurando suas mãos.

    - Amo seus momentos de carência, me lembra que você não é a Marie Lily ácida de verdade.

    - Ácida?

    - Você vive na defensiva com as pessoas, mesmo seus amigos… É o seu jeito, mas você não demonstra muito seu carinho para eles.

    - Eu estou tentando melhorar nisso. - Mordi meus lábios, nervosa.

    - Não precisa, você é perfeita assim. Deixa comigo o papel de dramático, babão e grudento, eu adoro. - Piscou para mim e deu um selar rápido.

    - Falando em dramático.

    - O que eu fiz agora? - Fez uma careta e eu comecei a rir. - Eu juro que eu não quebrei mais nada.

    - Não fez nada, cachorrão.

    - Ufa!

    - Na verdade, lembra daquele show trouxa que você estava querendo ir?

    - Quais deles?

    - O que você ficou chorando porque não conseguiu ingresso.

    - Eu não chorei, só estava suando pelos olhos. - Falou fazendo um beicinho. - Onde você quer chegar?

    - Digamos que eu sou ótima em conseguir as coisas. - Pisquei para ele, tirando os ingressos do bolso. - Vai querer ir?

    - Óbvio, puta merda! Marie estava tudo esgotado! - Seus olhos estavam tão arregalados que pareciam saltar a qualquer momento.

    - Eu consegui mexer uns pauzinhos aqui e ali, consegui com um conhecido que tinha um amigo trouxa que conseguiu eles.

    - Eu nem vou discutir se foi de modo legal… foi né?

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora