Descobri o lado positivo de não crescer com Harry

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    A primeira aula era poções, felizmente, eu tinha aprendido e feito a maioria das que seriam ensinadas naquele ano. Cheguei junto de Pansy e logo vi Malfoy, Zabini, Crabbe e Goyle.
    -Vocês duas estão sempre adiantadas, que saco, como?
    - Uma coisa mágica chamada relógio. - Respondi sorrindo para ele que revirou os olhos.
    - Por Merlin, grifinórios de novo… Por quê? Não poderia ser lufanos? - Reclamou Blasio.
    - Acredite, pelo meu pai eles não teriam aula poções. - Ri, lembrando das histórias que contava sobre os alunos.
    - A maioria nem deveria frequentar essa escola… - Sussurrou Pansy olhando com ódio a garota com quem falamos mais cedo.
    A aula tinha sido perfeita, eu tinha acabado a poção antes de todos, rendendo 10 pontos para a sonserina. Enquanto fazia a tarefa, recebia olhares, principalmente do trio. Sério? Eles pareciam estar me analisando, porém ao invés de serem discretos, me encaravam de olhos arregalados. A aula logo acabou e teríamos um intervalo grande, antes de Defesa Contra as Artes das Trevas. Não precisávamos correr até a próxima sala, senti uma mão em meu ombro, virei com vontade de socar a pessoa, mas percebi ser meu irmão.
    -Podemos conversar agora?
    - Claro.
    - Sozinhos. - Revirei os olhos e dei uma risada de lado. - Vamos.
    Fomos até um canto, entre os corredores, onde tinha menos pessoas. Eu podia sentir os sonserinos e os dois grifinórios encarando nós dois.
    -Primeiro, por que você está andando com eles? - Perguntou meio bravo.
    - Ué, porque eu quero.
    - Eles são um bando de idiotas, apoiam Voldemort.
    - Eu não vou casar com ninguém, só estou mantendo um laço de amizade. Você só me chamou para falar disso?
    - Não, desculpa. É que estou tentando fazer meu papel de irmão, mas eu nem sabia que tinha uma…
    - Eu também não. Provavelmente nunca te contaram porque eu, teoricamente, estava morta.
    - O Snape tem dedo nisso, não é?
    - Não muito, era para proteger eu e os nossos pais, então meu pai me criou como promessa a Lílian, quando forjou minha morte.
    - Você chama o Snape de pai? Ele é uma das piores pessoa que eu conheço, provavelmente te sequestrou.
    - Acredite no que você quiser, não me importo. Ele falou um pouco sobre você, não muitas coisas boas. Apesar de seu padrasto, Sirius, ter repreendido ele.
    - Você conhece o Sirius?
    - Mais ou menos, vi ele e Lupin uma vez, acabei descobrindo que tenho um padrinho também…
    - Sirius também é o seu padrinho? - Ele sorria.
    - Não, é Remo. Pelo jeito nossos pais escolheram um para cada, para não dar briga. - Lembrei dos dois, um totalmente calmo, paciente e o outro parecia querer brigar a todo momento.
    - Que pena não ter entrado ano passado, ele foi nosso professor.
    - Ele parece perfeito para o cargo, exceto sobre ser lobisomem.
    - Mas isso não muda em nada!
    - Eu sei, porém é difícil para os pais, ter um professor que pode virar uma besta sem controle… E pior para ele mesmo, imagina acabar machucando alguém sem a intenção?
    - Seria um fardo para carregar… Eu sei que está quase na hora da próxima aula e o idiota do Malfoy junto com os capangas devem estar fazendo piadinhas com meus amigos, então melhor combinarmos um local para falar de tudo.
    - Claro, mas não nos chame assim… - Ele me olhou confuso. - Ali, só Crabbe e Goyle estão sobre influência direta do Malfoy, Pansy e Blasio são amigos e aliados.
    - Que jeito horrível de se referir com quem convive.
    - É coisa de sonserinos, você não entenderia mesmo. E qual o nome dos seus amigos.
    - Hermione Granger e Ronald ou Rony Weasley, por quê?
    - Queria saber o nome, sem ser os apelidos dados pela Pansy ou pelo Draco.
   

    A aula de defesa contra as artes das trevas tinha sido muito engraçada, apesar da irresponsabilidade do professor. Ele mostrou as maldições imperdoáveis, assustando vários alunos. Depois tive aritmancia, que eu tinha gostado muito, apesar de não ter tido nenhuma confusão. Logo após o almoço, me separei do grupo para ir estudar na parte exterior do castelo e, com sorte, achar o Harry.
    -Eu estava te procurando. - Harry estava correndo acompanhado dos seus amigos.
    - Eu também.
    - Ué, cadê o seu grupinho? - Disse Weasley com total desgosto.
    - Eu não nasci grudada a eles, Weasley. - Harry me levou para um lugar mais distante, antes que acontecesse uma briga ali.
    - O Rony odeia eles, a Hermione também e eu, nem te digo… - Sentamos sob uma árvore de frente um ao outro.
    - Acho que sei o porquê, eles falaram mal dos dois bastante. E o Blásio falou que você é um asno com prestígio por causa de uma cicatriz.
    - Nossa, que boa impressão você deveria ter de mim, então. - Balançou a cabeça triste.
    - Então, vamos parar de falar sobre eles. - Peguei sua mão e olhei em seus olhos. - Onde você mora? Com quem cresceu?
    - Nós temos uma tia, chamada Petúnia, cresci com o marido e filho dela me perturbando. Eles são trouxas e sempre fizeram questão de me esconder, falando que eu sou uma aberração, sem me contarem o que eu realmente sou. Eu até te apresentaria, mas tenho medo.
    - Eu adoraria e aproveitar fazer crescer um rabo em cada um. - Sorri, pensando na cena. - Então, você cresceu como um trouxa? Tenho pena, eles são muito idiotas.
    - Nem todos. - Parecia que ia fazer uma argumentação completa mas desistiu. - E você? Como foi tudo antes de vir a Hogwarts?
    - Foi muito bom, fui criada pelo Severo, como já sabe, então o considero um pai, pois foi isso que ele foi e é para mim. Ele é meio rigoroso, não deixava eu sair muito de casa, mas era para minha proteção. Eu tinha aulas com tutores desde pequena, então aprendi magia em casa mesmo. Snape sempre prezava meus estudos, comprava vários livros para mim como recompensa. Apesar de eu não sair muito, ele me levava para voar, às vezes. Só fui na parte dos trouxas uma vez e não tenho lembranças boas…
    - Soa nada divertido ter ele como pai. - Fez uma careta.
    - Ao contrário, ele é muito protetivo e carinhoso, do jeito dele.
    - Carinhoso? Nunca vi ele nem sorrir, só xingar.
    - É raro em público mesmo, mas ele sorri sim, quando ele tem motivo verdadeiro.
    - Parece que estamos falando de outra pessoas… Ele te ensinou sobre o elitismo de sangue?
    - Mais ou menos, ele contou sobre e não quis me influenciar no que eu achava sobre.
    - E o que você acha?
    - Eu já falei que não gosto de trouxas…
    - Nossa mãe é uma nascida trouxa, você sabe disso, não? - Ele estava claramente com raiva.
    - Sei, é claro. Eu não gosto dos trouxas, os nascidos trouxas são relativos, depende da pessoa, se ela acrescenta algo positivo ao mundo bruxo. Não deveria ser como Hogwarts faz, só aceitar sem ter um prévio conhecimento do estudante.
    - Pelo menos não é tão preconceituosa quanto imaginei. Agora, o que você gosta mais de fazer? Eu adoro voar, sou apanhador da Grifinória.
    - Estudar e voar também, me sinto como parte do ar quando vôo.
    - Precisamos combinar um dia, então, para voarmos juntos. - Sorriu.
    - 'To precisando mesmo, não pode ser agora?
    - Vou buscar minha vassoura, você tem alguma?
    - Tenho sim.
    E fomos correndo cada uma para seu dormitório, pegar as respectivas vassouras. Na sala comunal, perguntaram onde eu estava indo e respondi, os curiosos já vieram atrás para ver. Assim que cheguei, Harry estava esperando com um pino na mão. Alguns grifinórios também apareceram.
   -Pensei em uma competição de apanhadores, já que nosso pai era um… Uau, você tem uma Firebolt também! Vai ser mais justo então.
   - Acho que sim… Se prepara para comer poeira, maninho. - Ele não devia estar esperando eu falar isso, soltou o pomo e teve um pequeno delay para ir atrás.
    Eu já estava perseguindo o pomo de ouro na frente de Harry. Eu tinha uma leve impressão que os estudantes de diferentes casos estavam apostando qual dos gêmeos iria ganhar. Vi ele de relance, alcançando minha posição, fiz uma manobra que o desequilibrou e me manteve na frente. Depois de várias curvas e manobras, consegui alcançar e acabar o jogo. Descemos e tinha vários estudantes, entre eles, alguns sonserinos comemorando e zoando os grifinórios.
    -Você é muito boa, Marie.
    - Você também, Harry, foi divertido.
    - Acho que algumas pessoas estão ganhando dinheiro a nossa custa.
    - E aí, Harry? Nem apresenta sua irmã? - Disseram dois ruivos, deveriam ser os famosos gêmeos Weasley.
    - Marie, prazer em conhecê-los.
    - Eu sou o Fred e ele é o George.
    - Você fez o Harry comer poeira, ein? Se fosse da grifinória, íamos gentilmente pedir para ceder o lugar dele de apanhador.
    - Obrigada, eu falei para ele que iria perder.
    - É claro, nós temos a melhor Potter conosco. - Sorriu Zabini colocando seus braços sobre meus ombros.
    - O único lado ruim é não poder usar Potter como xingamento mais. - Riu Pansy.
    - Nos vemos por aí, Marie! - Os gêmeos se afastaram, mas antes Fred virou e falou. - Obrigado pelo 5 galeões, apostei em você.
    - Eu também, ganhei no total 15 galeões. - Blásio riu apontando para alguns estudantes.
    - Divide comigo então.
    - Compro uma cerveja amanteigada no Três vassoura, pode ser?
    - Combinado.
    - Parabéns, Marie. - Parabenizou Hermione e Rony apenas deu uma murmurada. - O Harry é um dos nossos melhores jogadores.
    - Obrigada, talvez quadribol esteja no nosso sangue. - A garota parecia meio desconfortável. - Tenho que ir Harry, preciso…
    - Sem estudar, comemoração na sala comunal agora.
   

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora