Harry tinha me convidado a ficar no vagão com eles, mas eu precisava de um tempo com meus amigos. Na parte mais funda do trem, lá estavam eles. Sentei-me ao lado de Draco, na janela, aparentemente ele e Pansy tinham terminado. Vi o olhar de lado do loiro para mim, provavelmente graças a minha visita na mansão Malfoy.
-Que cara é essa, gente? - Encarei-os.
- Ninguém mais aguenta Hogwarts e o Ministério. - Respondeu Pansy revirando os olhos.
- Sorte que ano que vem não vou vir nessa escola.
- Como assim, Draco? - Blásio o olhou surpreso.
- Vocês vão ver como Voldemort irá mudar isso, quando o velho cair. - Parkinson olhou de Malfoy para mim. - A Potter sabe de tudo, mais até que você.
- É sério? Minha família tenta se aproximar do lorde das trevas, mas é difícil.
- Meu pai é um dos comensais mais próximos dele, normal…
- Normal? É um sonho, eu queria me tornar uma mas não somos de muita confiança.
- Você não me contou sobre isso, Marie.
- Foi dias atrás e não são coisas para se contar em carta, Blásio.
- Na verdade, nem aqui no expresso… ouvi dizer que vamos ter companhia de aurores esse ano.
A conversa mudou de rumo rapidamente e até parou quando uma fumaça estranha apareceu, me cheirava a coisas dos gêmeos Weasley. Saímos do expresso, mas Malfoy ficou, falando que tinha que fazer algo, desconfiamos, mas saímos dali.-Essa escola só está piorando… - Pansy reclamou. - Cadê o Draco?
- Deve ter sido barrado pelos aurores, sabe como eles são.
- Tão idiotas quanto o Ministério?
- Exato. - Blásio riu e a porta foi aberta, nos assustando. - Chegou o Malfoy, finalmente.
- Hum… Marie, podemos conversar?
- Claro.
- A sós…
- Por quê, Malfoy? - Blásio ergueu as sobrancelhas.
- Você não se incomoda, Marie? - Draco me olhou nos olhos.
- Sobre aquilo que aconteceu? - Ele assentiu. - Eles vão saber uma hora ou outra mesmo.
- O que aconteceu? Estamos curiosos.
- Aquele não era seu irmão, mas quem era?
- Um nascido trouxa da Corvinal, estava com poção polissuco, por isso parecia Harry.
- Eu me assustei com você lá e recebendo ordens de Milorde. Você é…?
- Não, Draco. - Ergui minhas mangas, mostrando o meu braço. - Foi só aquele dia, Voldemort queria me conhecer e me comparar com o meu irmão.
- Comparar fazendo tudo aquilo?
- Aquilo o quê? - Blásio arregalou os olhos, estava morrendo de curiosidade.
- Ele pediu para eu matar o garoto, usando o meu dom. Depois, a tia de Draco lançou Cruciatus e a maldição da morte em mim, para testar.
- E não funcionou nenhuma, antes que você surte, Zabini. Tia Bella falou que você quase matou um comensal, também.
- Ele me provocou e tomou.
- Ela gostou de você, mas se conheciam antes?
- Ela foi lá em casa, conversar com meu pai, longa história.
- Espera, você foi convidada pelo lorde das trevas? Garota, eu sou sangue puro e duvido que algum dia consiga algo assim.
- Eu sou a irmã do escolhido… - Subi os ombros, fazendo uma careta. - Além disso, sou um tipo diferente de bruxa.
- Mensageira da morte… foi como Voldemort chamou.
- Imagina o surto do seu irmão quando souber. - Riu Parkinson e eu sorri para ela.
- É melhor deixar quieto, sou um anjo até que se prove ao contrário. - Abracei Zabini, deitando a cabeça sobre seu peitoral.
- Socorro, o casal Blarie voltou com tudo. - Draco revirou os olhos. - Vou vazar, antes que eu veja algo que eu não queira.
- Cala a boca, Malfoy. - Zabini tentou jogar um feitiço, mas o loiro desviou. - Não é porque vocês terminaram que todo mundo vai ficar solteiro.
- Quer companhia, Malfoy? - Pansy ergueu uma sobrancelha, sorrindo, recebendo um de volta.
- Não dispenso. - Piscou para ela e os dois saírem juntos.
- Bem melhor. - Sorri para meu namorado, deixando um beijo em seu pescoço.
- Melhor enfeitiçarmos o quarto antes que o Nott ou qualquer um desses desgraçados nos interrompam.
- Ótima ideia.Achei estranho, eu não iria fazer poções avançadas junto a Harry e Malfoy (meu irmão tinha sido obrigado, mas tudo bem). Pelo que eu tinha escutado, meu irmão tinha se dado bem na aula, devia ser um milagre. A primeira poção ensinada era difícil, aquele livro era horrível para piorar, a sorte que Severo tinha me ensinado a fazê-la.
- Como você está conseguindo? - Blásio me olhou com a roupa suja de fuligem.
- Não segue esse livro, está todo errado.
- Não acredito que me fizeram comprar um livro errado… - Ele desistiu da sua poção destruída e me analisou finalizando-a. - Marie, você vai me dar aulas particulares.
- Você não precisa.
- Perfeito! - Professor Slughorn disse animado, nos interrompendo. - Senhorita?
- Potter, professor.
- Irmã de Harry? - Assenti e ele sorriu. - Fico feliz em poder dar aulas para irmãos tão habilidosos.
- Obrigada, senhor.
- Você passou a receita para seu irmão e não para mim?
- Não, você acha que eu ia dar pontos para grifinória assim?
- Verdade, mas como ele conseguiu? Não que ele não seja capaz, mas… ele não é.
- Deve ter estudado muito, sei lá.
- Vou ter que ter uma conversa com meu cunhadinho.
- Senhorita Potter, o prêmio, um frasco de felix felicis. - Entregou-me e tive a visão da turma um pouco destruída, até mesmo os corvinos.
- Obrigada… - Agradeci e fui arrumar meu material.
- Senhorita Potter, gostaria de conversar. Tem alguma aula agora?
- Ela não tem, professor. - Respondeu Blásio, saindo e piscando para mim.
- Então, por favor, pode me acompanhar até a minha sala?
- Claro. - Eu odiava andar naquele colégio, socorro, por que não usaram magia para facilitar?
- Apenas gostaria de conhecê-la, escutei muito sobre seu irmão, obviamente, mas pouco sobre a senhorita e vejo que é tão habilidosa como sua mãe.
- Não é apenas habilidade, professor, eu estudo desde muito cedo, principalmente poções.
- Então não cresceu com trouxas?
- Não… - Sorri para esconder uma expressão de quase nojo. - Severo quem me criou.
- Então por isso, ele foi um dos meus melhores alunos, sabia? Assim como sua mãe. - Olhei para várias fotos e encontrei uma garota ruiva parecida comigo, minha mãe. - É Lílian…
- Tem vários alunos aqui, não? Minha mãe, Severo… Regulus Black. - Reconheci o irmão de Sirius facilmente.
- São meus alunos mais talentosos, deixo as fotos como uma boa recordação. Mas como a senhorita reconheceu o Black?
- Não escutou mesmo muito sobre mim. - Sorri, tirando a franja que cobria meu olho e ele encarou curioso e assustado. - Já escutou histórias sobre bruxas dos véus?
- Claro, minha avó me contava… Algumas histórias eram assustadoras, a lenda diz que a aparência delas era metade de um cadáver, mas por que está me perguntando isso? São apenas lendas.
- Eu sou uma, professor Slughorn. Por isso eu reconheci o senhor Black, já falei com ele.
- Isso é impressionante, mas como seu rosto está assim? O que você consegue fazer?
- O rosto vai se transformando pelo uso sem equilíbrio, eu tento tomar cuidado. - Ele me olhava impressionado e curioso. - Eu falo com mortos, posso vê-los… Posso deixar alguém quase morrendo, vivo, tanto quanto posso matar uma pessoa saudável apenas manipulando o véu. Consigo trazer pessoas de volta, sinto quando alguém morre, várias outras coisas.
- É muito poder, pode ser até perigoso… principalmente nos tempos em que estamos.
- Eu sei, tive alguns encontros com vários tipos de pessoas por causa dele… até mesmo o Riddle. - Percebi ele engolindo em seco ao escutar o nome, olhou para os meus braços a procura de algo e eu subi as mangas. - Eu não sou comensal, professor… ele matou meus pais.
- É um alívio… quero dizer, não a morte de seus pais, obviamente.
- Eu entendi, senhor. - Sorri para ele. - Era apenas isso?
- Na verdade, eu ia te perguntar sobre você e seu irmão, mas pelo jeito ser especial de algum jeito particular é característica dos dois, não?
- É… mais ou menos. - Disse rindo.
- Eu abro a porta. - Ele abriu, dando de cara com Harry. - Senhor Potter, gostaria de falar comigo? Entre.
- Desculpa, professor, mas eu queria falar com Marie… Blásio avisou que estaria aqui.
- Então vou voltar aos meus afazeres, foi uma honra conhecê-la. - O homem foi se afastando e nós caminhamos lentamente pelo corredor.
- Blásio? - Ergui as sobrancelhas.
- Ué, ele é seu namorado, então perguntei.
- Você sempre chama ele de Zabini. - A expressão dele foi muito engraçado. - Mas o que você quer?
- Marie, seja sincera, o Malfoy é aliado ao Voldemort?
- Pensei que você já soubesse disso há séculos.
- Não é assim, ele é comensal?
- Pergunte a ele, Draco é meu amigo, não posso ficar espalhando coisas sobre ele.
- Marie Lily, eu escutei a conversa de vocês!
- Meu cunhadinho é fofoqueiro, então? - Blásio apareceu lançando um sorriso desafiador a meu irmão.
- Ninguém te chamou aqui, Zabini. E não me chame de cunhadinho!
- O nervosismo é de família mesmo. - Eu revirei os olhos, tinha que provocar, senão não era Zabini. - Eu vim para chamar a minha namorada e melhor artilheira de Hogwarts para treinar.
- Você não está vendo que estamos tendo uma conversa?
- Harry, se for para continuar a perguntar sobre isso, pergunte diretamente ao Malfoy.
- Está querendo ficar com o Draco? - Provocou Blásio. - Ele está solteiro agora.
- Cala a boca! Quero só uma confirmação, Draco é um comensal da morte ou não?
- Ele curte ficar com comensais apenas, então? - Continuou Blásio, deixando Harry mais bravo. - Um pouco masoquista, Harry.
- Marie, eu vou azarar seu namorado se ele continuar com isso. - Meu irmão me encarou com raiva e eu não me aguentei de tanto rir. - É sério, isso?
- Eu estou adorando assistir a isso, melhor que muitas partidas de quadribol.
- Eu desisto! Vê se ao ficar perto desses daí, não se esqueça que vamos estudar DCAT depois da minha detenção com o Snape.
- Claro. - Ele tinha conseguido a façanha de pegar detenção na primeira aula, depois quer que eu o ajude com Severo.
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Diário de uma PP: Potter Perdida
FanfictionMarie Lily Potter, irmã gêmea desconhecida e aparentemente oposta a seu irmão, o famoso Harry Potter. Essa sou eu, uma Potter que cresceu como uma Snape, escondida de todos, pois teoricamente eu estava morta. Até Dumbledore decidir que seria minha h...