Crianças

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    Arrumei Blásio e Perséfone, fazendo-os dormir para não dar muito trabalho a Harry, Gina e Molly. A senhora Weasley teve a ideia de "testar" os dois, aproveitando que nós iríamos até a academia de artes com as gêmeas e Reg. Foi muito engraçado, porque ela sugeriu do nada quando descobriu sobre Astérope. Arrumei todas as coisas, se precisassem, bem fáceis para não se perderem. Eu me virei e a Molly me olhava de braços cruzados.
    - Marie, querida, eu vou cuidar bem deles, não se preocupe.
    - Eu estou mais preocupada com Harry. - Falei fazendo uma careta e ele apareceu atrás com Gina.
    - Eu cuidei do Teddy! Não sou eu que Remo não queria deixá-lo para cuidar.
    - Isso é há muito tempo. Não pegue muito Perséfone no colo, porque ela não gosta muito de você.
    - Tem que ser sua filha mesmo…
    - O que você quer dizer com isso, Harry?
    - Nada, temperamental igual apenas… - Revirei os olhos e fui até Régulo que estava animado, só não ganhava de Astérope.
    - Senhora Weasley, qualquer coisa, pode pedir ao Monstro ou à Dili.
    - Claro, querida.
    - Régulo, cadê seu pai?
    - Estou aqui, calma raposinha. Mérope simplesmente não queria pentear o cabelo, nem com magia foi.
    - Não adianta mesmo, já tentei tantas vezes… vamos?
    Eu peguei Mérope no colo para facilitar a rede de Flu. Fui até a lareira, acompanhada de Régulo, quem nem precisou pegar na minha mão para vir junto. Felizmente, tinham feito uma saída para a escola. Ao sair da rede de flú, logo apareceu Sirius com Astérope e desci Mérope para ir com a irmã. A entrada tinha cores pastéis e uma decoração elegante e clássica, lembrava muito a escola francesa de magia. De repente, Fleur e sua irmã apareceram e nos chamaram.
    - Vocês foram os últimos a chegar, combinamos com vários pais esse horário. Estão prontos? - Assentimos e acompanhamos elas até um outro espaço, que parecia ser a primeira sala de aula.
     A primeira era para desenho, o curso passaria por tudo um pouco, levando em conta tanto a história bruxa quanto a trouxa. Explicou também como conciliaram as diversas formas e tipos, de acordo com o aluno. A próxima era uma sala mais ampla ainda, com alguns acessórios no teto, que ativados, o som não passaria do local, sala de música. Havia diversos instrumentos, desde os mais clássicos quanto os mais modernos. Havia também uma sala de teatro, parecida com uma de dança, porém com menos espelhos. Por fim, a mais esperada por Astérope, uma das salas de dança. Fleur tinha explicado que cada modalidade tinha três salas idênticas, caso o horário das aulas sejam o mesmo ou o aluno queira praticar em outro horário. Nos deixaram olhar sozinhos as salas, para os pais poderem conhecer melhor, mas não saímos.
    - Mamãe, eu quero ballet.
    - Eu sei, Asterope. - Agachei, ficando frente a frente. - Nós vamos colocá-la, não prometemos?
    - Mamãe, eu quero dançar também.
    - Que tal, vocês duas fazendo juntas então? Pelo menos, por enquanto.
    - A Andie vai fazer também?
    - Não sei, podemos perguntar depois, não?
    - Mamãe… - Régulo colocou a mão no meu ombro e eu me levantei. - Posso também?
    - Claro.
    - Vão querer só aprender a dançar? - Sirius perguntou sorrindo.
    - Quantos nós podemos fazer? - Perguntou com um sorriso tímido.
    - Ué, meu filho, quantos você quiser.
    - Então posso fazer… todos, papai? - Sirius arregalou os olhos, surpreso.
    - Tem certeza? Você é muito novo para tudo isso.
    - Tenho.
    - Então pode, garotão. Vamos conversar com a tia Fleur e logo vocês começam, está bem?
    - Cuidado! - Disse quando as duas saíram correndo, pareciam ter formiga no corpo, e Reg tentava acompanhá-las. - Socorro, pensei que ele não estava tão animado assim…
    - Nem eu, Reg não pode ver nada para aprender… Eu já falei isso, mas ele não me puxou em nada quase mesmo.
    - Ainda não deu tempo para ver toda a personalidade dele, cachorrão.
    - Não acho. Ele combinou com o nome, é bem parecido com meu irmão. - Sorriu com um olhar triste. - Vamos, antes que as crianças façam alguma coisa.





    Estávamos na casa de Harry, quem finalmente nos convidou sem ser obrigado. Gina estava para dar a luz em alguns dias, deixando todos ansiosos. Estavam sendo visitados quase todos os dias, na espera de chegar com o pequeno Tiago Sirius ali.
    - Então, como estão as gêmeas e Reg? Eles sumiram.
    - Não querem sair da academia, qualquer tempo que sobre, estão lá.
    - Pior é o Régulo, convenceu o Severo a levá-lo na biblioteca bruxa de Londres quando a Marie não podia levar. - Sirius me complementou.
    - Resumindo, perdemos nossos filhos mais velhos por aulas. - Falei sorrindo de lado.
    - Tomara que eles influenciem Tiago, porque se depender do nosso histórico… - Harry falou e Gina chamou sua atenção. - Não vem, só íamos para hogwarts para ficar com amigos, comer e jogar quadribol.
    - Mas não é para isso que serve? - Bati na minha testa, com o comentário de sirius.
    Eu comecei a sentir algo, uma formigação estranha vinda do nada. Fechei os olhos, me concentrei nela e tive rápidos vislumbres de um bebê. Abri os olhos e todos ainda estavam conversando tranquilamente, como se não tivessem sentindo nada, o que era bem provável. Olhei para Gina, conferindo não ser Tiago quem iria nascer, não era.
 
    - Hum… vou ter que sair, eu acho.
    - O que aconteceu?
    - Só preciso conferir algo, mas… Harry pode vir, se quiser.
    - Óbvio que eu quero, se é algo importante.
    - Não vai demorar nem três minutos, eu juro.
    Levantei-me e ofereci o braço para meu irmão, quem segurou, e aparatamos. Era um campo aberto, lá estava aquele objeto de metal, mas estava diferente. Aproximei-me e toquei, não era mais protegido com a magia, então atravessei. Percebi como Harry estava hesitante atrás de mim, mas me seguiu mesmo assim. Fomos parar em um lugar totalmente diferente, uma casa bem antiga e sombria. Escutei umas reclamações de Harry, mas apenas ignorei, continuando a seguir meu instinto. Abri uma porta, dando de cara para um quarto que não recebia visita a anos e vi uma mulher de cabelos cacheados sumir na minha frente. Fui até o lugar que ela olhava e lá estava: uma bebezinha de cabelos loiros e, estranhamente, azuis. Peguei-a no colo, a garotinha abriu os olhos azuis escuros, curiosa, olhando ao redor.
    -js
    - Essa é a filha de Voldemort?
    - E Bellatrix, sim.
    - Ela não se parece nada com ele.
    - Você está querendo uma bebê sem nariz com olho de cobra, Harry?
    - Não é isso que eu quis dizer…
    - Eu sei, só estou brincando com você. Melhor eu levá-la até Narcisa.
    - Você está louca? Temos que levar até o ministério.
    - Não, Delphini merece uma vida digna. Além disso, eu prometi ao Lestrange.
    - Não acredito…
    - Eu cumpro a minha palavra, estou indo.
    Aparatei sem ele para a mansão Malfoy, não me importando muito com o meu irmão. A entrada estava vazia, então me concentrei para encontrar Narcisa com a minha magia. Segui o caminho até um elfo sair gritando, fazendo aparecer Lucius com a esposa ao lado.
    - Desculpa por aparecer de repente, mas… trouxe sua sobrinha, como combinamos.
    - Sobrinha?
    - Delphini, Lucius. - Pegou a no colo, sorrindo, lágrimas escorriam pelo seu rosto. - Obrigada, Marie.
    - Foi uma promessa, lembra?
    - Nós vamos ter problemas com o ministério?
    - Não precisa se preocupar, senhor Malfoy, eu resolvo tudo. Eu me comprometo em protegê-la, tanto do ministério, quanto de possíveis pessoas que queiram mal. É apenas uma criança, não tem culpa de nada.
    - Espero…

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora