Essa escola só tem maluco

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    Decidi escrever uma carta para Remo, contando sobre Blásio. Se ele contou para a mãe dele, por que eu não poderia contar para meu padrinho? Eu só tinha medo da reação de Sirius, pelo que Lupin tinha me contado, era um bruxo difícil de lidar.
    "Olá Lupin, como está? Lembra do que eu te contei sobre um amigo? Primeiro, peço para que guarde em segredo, principalmente para o almofadinhas, depois irei contar pessoalmente. Eu tinha "brigado" com Blásio Zabini, lembra dele? Eu e ele estávamos nos aproximando, até o Malfoy comentar sobre como vai ser a reação da família quando souber sobre mim, por eu ser mestiça. Nós ficamos sem falar por causa disso, ele se afastou de mim, mas durou pouco tempo… Nós estamos, em segredo, tentando um relacionamento aberto, para ninguém desconfiar. Tivemos o baile de inverno, fomos juntos (aliás, ele até me deu um vestido lindo), onde me contou que tinha contado para a mãe sobre mim. Ela disse que quer me conhecer primeiro, tanto por causa da importância do sangue puro para eles, quanto por Blásio não ser o tipo de relacionamentos/gostar de alguém. Não precisa se preocupar com nada, aliás, Severo vive ameaçando o coitado.
    Obs.: Quero conhecer Tonks logo, ela parece ser muito legal. E se casem, para de tentar esconder seus sentimentos, não importa você ser um lobisomem se você a ama.".



    O lago estava cercado por uma arquibancada improvisada para a segunda prova do torneio Tribruxo. Dumbledore começou a falar sobre a prova, eles tinham amarrado estudantes embaixo d'água para os outros salvarem… Quem teve essa ideia perfeita? “Hum… Qual será a próxima ideia?” “E se a gente colocasse a vida de alguns estudantes em risco mais do que o normal?” “Amei!”. Hogwarts tinha um problema enorme para deixar os alunos ficarem seguros ou eles queriam ter no mínimo um aluno morto por ano, não é possível. Todos, obviamente, eram pessoas de quem os campeões se importavam, graças a Merlin que só conheci Harry agora e ele tinha um laço maior com outros, sou muito jovem para morrer.
    Começou a prova, um se transformou num homem-tubarão (a criatividade), outros dois fizeram bolha para poder respirar e tinha o Harry. Meu irmão estava se debatendo estranho até cair no lago, parecia um peixe morrendo. A prova demorou séculos, tinha tido até desistência. Eu estava começando a me preocupar com Harry, até ele surgir com a irmã de Fleur, além do Rony. A cara dele, por em risco a própria vida sem mesmo conhecer a pessoa. Graças a isso, ele ficou em segundo lugar, só perdendo para Diggory.
    - Não é hoje que você ficou sem irmão, Potter. - Disse Nott.
    - Se eu tiver irmão até o final do quarto ano, vai ser um milagre. - Respondi rindo de nervoso, porque era verdade.
    - Vamos embora antes que o drama comece, principalmente com o ministro aqui. - Draco revirou os olhos e se levantou.
    - Eu vou falar com o Harry. - Passei na frente do Malfoy, em direção a meu irmão, o que foi impossível.
    Afastei-me dali, para poder encontrar Harry com mais facilidade do que no meio da multidão. Era um saco esse torneio, só servia se você não tem parafusos a menos. Avistei de longe o ministro, ele estava perturbado, parecia que seu filho tinha morrido em Askaban. Como alguém morreria em Askaban tão novo, sendo um bruxo habilidoso? Isso estava me cheirando a armação do Crouch, algum dos dois.
    - É feio ficar encarando as pessoas, assim. - Disse Moody parando ao meu lado, com um tique estranho.
    - Tão quanto esconder as coisas...
    - Como? - Ele se exaltou um pouco, ele estava mais estranho que o normal.
    - O ministro está escondendo alguma coisa sobre seu filho, tenho certeza.
    - Por quê? Ele era um comensal e morreu, acabou.
    - A maioria dos comensais são bem habilidosos, duvido que tenha morrido do nada, sem razão. Ou o filho dele não era tão poderoso assim.
    - Uma Potter elogiando comensal? - Disse ele me olhando estranho.
    - Cresci com um, eu sei do que eu estou falando.
    - Talvez você tenha razão, mas não é algo muito bom de se suspeitar.
    - Você não é auror? Devia me incentivar, não? - Rebati.
    - Hum… Todos me acham louco, pelo que eu andei escutando.
    - Verdade. - Respondi e ele se impressionou.
    - Você também é imune a outras maldições? - Perguntou me aleatoriamente.
    - Não sei, mas eu não sou imune a imperio. Porém eu tenho um bom controle e treino, também uma boa resistência dor, talvez cruciatus não me atinja tão forte, também.
    - Isso seria estranho, a única pessoa que eu conheci… quero dizer, soube, ter resistência a maldição cruciatus é Bellatrix Lestrange.
    - Ela é uma bruxa poderosa, não é de espantar. Agora fiquei curiosa, será que consigo mesmo?
    - Eu que estou agora, a senhorita não me parecia ser assim. Se quiser, posso ajudá-la, mas que fique em segredo, afinal ainda seria artes das trevas.
    - Isso é só um nome que colocaram, não existe essa divisão da magia. - Disse quase esquecendo com quem eu estava falando. - Não que eu vá sair por aí lançando uma maldição, longe de mim.
    - Espero. - Harry se aproximou com os amigos. - Tenho que ir. Boa tarde, senhorita Potter.
    - O que o Moody estava falando com você, Marie? - Perguntou Rony, enrolado num cobertor, estranhamente preocupado.
    - Sobre o ministro Crouch, ele está muito estranho.
    - Ele é estranho.
    - Marie… - Chamou Hermione. - Você gostaria de apoiar a Frente de Liberação aos Elfos Domésticos? É um projeto meu, como o nome fala…
    - Mione, depois você fala sobre isso. - Interrompeu Harry.
    - Você está bem, Harry? Pensei que ia morrer hoje.
    - Estou vivíssimo, pode avisar aos seus amigos.
    - Não é sobre eles, você sabe, eu estou preocupada de verdade. Você não deveria estar nesse torneio maluco.
    - Fala isso para o Professor Snape.
    - Não foi ele, já falamos sobre isso.
    - Existe algum outro comensal nessa escola?
    - Existe e você descobriria isso se, ao invés de ficar acusando quem não gosta, usasse a cabeça. E Granger, desculpa, mas esse negócio sobre os Elfos pode te meter em encrenca.
    - Já está… - Sussurrou o Weasley.
    - Se você sabe quem, então me fale.
    - Eu não posso acusar ninguém de nada. Aliás, agora tanto faz, você foi escolhido, não?



    - O que você acha, Marie? - Disse após me contar sobre o sonho com Voldemort.
    - Primeiro, você não deveria estar dormindo na sala de aula. Segundo, vai falar com Dumbledore. - Era algo óbvio a se responder. Eu caminhava rapidamente até a aula de defesa contra as artes das trevas, estava atrasada graças ao Harry.
    - Muito esclarecedor. - Revirou os olhos. - Você soube sobre a morte do filho do ministro?
    - Sim, faz um tempinho.
    - Espera, quê? E você não me contou.
    - Você não me perguntou e não sabia que era do seu interesse.
    - O que devia ser do interesse dos Potter, é não chegar atrasados a minha aula! - Moody falou alto para todos perceberem nós entrando atrasados.
    - Desculpa, professor… - Sentei-me na mesa que sobrou, Harry ao meu lado.
    - Menos dez pontos para a Grifinório e para Sonserina. Agora vamos retornar…
    - Próxima vez você me conta. - Harry cochichava para continuar a conversa.
    - As pessoas só morrem uma vez, pelo que eu saiba Harry.
    - Engraçadinha, estou dizendo se souber de qualquer coisa.
    - Eu sei que você quer ser auror, mas depois conversamos sobre comensais.
    - Espera, ele era comensal? - Ele falou surpreso, um pouco alto e o olho mágico de Moody nos encarou.
    - Fecha a sua boca, Harry, antes que eu use magia para isso.
    - Para que essa violência? Você sabe mais alguma coisa?
    - Silencio. - Apontei a varinha e não saiu mais nada da boca de Harry. - Muito melhor, agora presta atenção na aula.
    O olho do professor ainda nos encarava durante a explicação. Aquilo só não era mais sinistro do que o tique dele de colocar a língua para o lado e ficar bebendo sei lá o que na sala de aula. Sinceramente, Hogwarts não era como contavam, não sei como não tem grande desistência esse lugar de loucos.
    - Estão dispensados. - Disse o professor e todos guardaram o material rapidamente. - Menos a senhorita Potter.
    - Boa sorte… - Disse Malfoy passando por mim, para me zoar.
    - Só a Marie, professor? - Perguntou Harry que estava ainda ao meu lado.
    - Foi o que eu falei, senhor Potter. - Ele engoliu em seco e saiu, fechando a porta. - A senhorita não deveria usar magia no seu irmão.
    - Era isso? - Perguntei aliviada, estava revisando tudo o que eu tinha feito em Hogwarts para arranjar um jeito de me explicar. - Ele não calava a boca, Harry é meio insistente.
    - Deu para perceber, mas aparentemente a senhorita também é. Eu não te falei que era arriscado falar sobre aquele assunto?
    - Ele que veio me contar sobre a morte… espera o senhor escutou?
    - Um pouco, estavam atrapalhando a minha aula.
    - Desculpa, novamente… - Ele pegou um frasco e virou, estava vazio. Andou até a parte mais de trás, pegando outro, enquanto eu fingi me abaixar para sentir o cheiro, era  uma poção… Não vinha na memória de qual…
    - A senhorita está preparada para o teste? - Perguntou ao se virar.
    - Teste?
    - Sobre as maldições imperdoáveis, se ainda quiser. - Eu abri a boca de surpresa, ele estava falando sério. - Eu pensei em, primeiro, fazer você usar a maldição cruciatus nessas aranhas. Se ele for forte o suficiente, eu lanço na senhorita.
    - Por que eu tenho que lançar?
    - Quem tem uma boa resistência a ela, também tem um cruciatus poderoso. Primeiro, eu tenho que explicá-la como lançá-la, não é simplesmente…
    - Você tem que concentrar todo o ódio, a sua ira mais pura e profunda, eu sei.
    - Continua me supreendendo… - Segurou a tampa. - Está pronta?
    - Crucius! - Executei concentrando todos os meus sentimentos “ruins”, encarava o animal enquanto ele agonizava.
    - Ótimo… - Disse me interrompendo. - Foi um pouquinho forte, mesmo. Podemos testar agora, se quiser ainda.
    - Sim. - Engoli em seco, me sentei, para facilitar.
    - Três, dois, - Eu respirei e relaxei, sentia a magia com adrenalina no meu corpo. - Crucius!
    Eu sentia como se fosse queimadura pelo corpo, mas era suportável. Meu corpo parecia responder contra a maldição, o que seria uma dor insuportável virava cada vez formigamentos. Abri os olhos e o professor me encarava, incrédulo.
    - Isso é impossível! Sentiu alguma coisa?
    - No começo, um pouco… Depois, nada de dor.
    - A senhorita é uma bruxa muito diferente, assim como seu irmão… Só gostaria de saber como.
    - Hum… Obrigada?
    - Alastor? - A voz de Snape entrou na sala. - O que você está fazendo aqui, Marie Lily?
    - O professor Moody estava me ajudando.
    - E por quê sinto cheiro de artes das trevas? - Ele encarou Moody. - Marie, melhor você ir, seus amigos devem estar te procurando.

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora