Virei-me para o lado e percebi que Sirius não estava na cama mais, deveria estar cuidando de Régulo. Provavelmente também está enviando carta para tudo quanto é amigo contando, do jeito que é vai querer festa. Troquei o pijama para um vestido, meu rosto estava meio cansado ainda. Ao descer as escadas, vi uma cena surpreendente: Sirius e Severo sem brigar, conversando com o bebê todos carinhosos. Parei ali, observando-os, parecia até um milagre.
-Bisbilhotar é feio. - Disse Severo se virando.
- O que aconteceu aqui? - Perguntei chegando próximo a Régulo.
- Nada, eu apenas vim conhecer meu netinho… - Sorria para a criança todo bobo.
- Ainda nasceu no dia das bruxas, uma coisa tão boa para esse dia…
- Talvez ele tenha vindo nesse dia justamente por isso. Hum, Marie Lily, lembra do que você fez no seu último ano?
- Depende, fiz tantas coisas.
- Cruciatus.
- Ah isso, o que tem?
- Nott está ameaçando contar, tem várias testemunhas que podem te mandar para Askaban.
- Mas era guerra!
- O Ministério não liga, você não é auror.
- Marie, você lançou Cruciatus em outro aluno?
- Óbvio, ele lançou Menti Mortis em um garoto mais novo.
- Então é melhor usar isso em sua defesa.
- Aliás, ele usou cruciatus em alunos a mando dos Carrow.
- Eu tinha me esquecido disso… ele não irá te denunciar, se houver risco a ele.
- Por que ele quer reviver isso agora?
- Vingança, você o humilhou, esqueceu? - Revirei os olhos, não queria parecer preocupada. - Mas não vamos falar disso agora, não faz bem para o bebê.
- Marie…
- Depois eu te conto, Sirius, é uma longa história. - Dei um selinho rápido, antes que Severo reclamasse. - Você chamou quem?
- Os Longbottom e os Weasley, por enquanto.
- Só os Weasleys já enche a casa. - Meu pai ergueu as sobrancelhas. Uma tosse seca saiu da sua boca, junto com um pouco de sangue.
- Pai, está tudo bem?
- Efeito do veneno daquela Maledictus desgraçada. É melhor eu ir, volto para te ver e ao Régulo quando a casa estiver tranquila. Cuide bem dos dois, Black.
- Nem precisa pedir. - Meu pai sumiu dali e batidas na porta surgiram. - Será que chegaram?
- Devem ser… Régulo está tão tranquilo, dormindo como um anjo.
- Senhora Black, visitas. - Monstro disse e saiu rapidamente.
- Ele continua te tratando melhor. - Murmurou e eu ri silenciosamente. - Molly, Arthur, bom dia.
- Bom dia… esse é o pequenino? Posso pegá-lo?
- Claro, senhora Weasley. - Não tinha como não sorrir no seu jeito alegre.
- Que coisinha mais fofa… - Pegou-o no colo e sentou-se no sofá com Arthur ao seu lado.
- Nossa, tão diferente dos nossos, tão tranquilo. - Arthur riu, enquanto fazia graça para o meu filho.
Sirius me abraçou por trás, balançando de um lado para o outro. Ele não parava de olhar para Régulo, estava todo bobo. O casal nos deu algumas dicas, afinal tinham muita experiência com crianças. Falou como o natal seria mais animado, com mais uma criança. Era fofa a maneira que nos tratava como parte de sua família.
-Vocês planejam mais filhos? - Perguntou Molly com os olhos brilhando.
- Sim… só não sabemos quantos.
- Um time de quadribol inteiro? - Perguntou, me olhando.
- Socorro… - Ri da sua reação. - Sete crianças?
- Ainda tem os jogadores reservas.
- Se preparem, dá trabalho, mas é uma delícia vê-los crescer pouco a pouco. - Uma lágrima escorreu do seu rosto. - Falando nisso, convença seu irmão para pedir minha Gina em casamento.
- Acho que ele quer esperar um pouco, os dois querem estabilizar no emprego primeiro.
- Então que não demorem… quero tanto vê-la de noiva. - A porta se abriu com Harry e Rony ofegantes, tinha acontecido alguma coisa. - Harry, o que aconteceu?
- Oi mãe, eu estou aqui também.
- Ronald, o que aconteceu?
- Aquele objeto está atacando de novo, teve uma quase fuga em Askaban e boatos dos Comensais estarem planejando uma volta, não sei como.
- Eles perderam, Voldemort morreu, mas continuam insistindo.
- É uma ideia partilhada por vários bruxos, é óbvio que não ia acabar assim.
- Precisamos da sua ajuda, maninha.
- Ah não, Marie acabou de ter o Régulo!
- Molly está certa, ela tem que se recuperar ainda.
- Eu acho que eu sei… eu só preciso dar uma visitada em um lugar para confirmar. - Olhei para Sirius rapidamente, ele estava nervoso. - Eu volto rápido, em minutos.
Antes dele fazer alguma objeção, aparatei em um lugar distante da onde estava. Uma casa era protegida por feitiços, poucas pessoas sabiam a "senha", na verdade nem sabiam da existência. Assim que apareceu a porta, entrei e dei de cara com um senhor sentado em uma poltrona.
-Sabia que viria, senhora Black. - Disse com um copo de vinho na mão.
- Então sabe o assunto.
- Duvida das minhas habilidades de vidência? - Suspirou e jogou a cabeça de um forma teatral. - A criança herdeira de Salazar… não está por aqui, o feitiço sobre ela ainda funciona.
- Então por que essa exaltação dos Comensais?
- Raiva, orgulho ferido… Sabe como são cegos, sem motivação sem o líder deles. O idiota se auto denominava lorde das trevas, sinceramente…
- É apenas isso?
- Você acha que sou eu, não é? Gostaria, mas eu iria ser preso novamente.
- Isso é óbvio, senhor Grindewald.
- A fuga..?
- Acredito que seja os irmãos que você salvou, péssima escolha aliás.
- Então os Lestranges sabem da criança?
- Sim, esperam achá-la.
- Ela está se alimentando muito… quero dizer a magia que a envolve.
- Começou a matar bruxos, não é? - Assenti e ele revirou os olhos. - Ministério é idiota, querem proteger esses trouxas e sacrificam os seus… será assim, até a magia renascê-la.
- Irá demorar muito?
- Alguns anos ainda.
- Agradeço pela ajuda.
- Não precisa, tenho dúvidas com a senhora.
Desaparatei em casa novamente, assustando a todos. Harry e Rony logo se levantaram, peguei Régulo no colo, estava quase na hora de alimentá-lo. Eu me afastei para ninguém nos interromper enquanto eu dava de mamar para meu filho.
-Raposinha…
- Espera, nosso filho primeiro.
- Eu ia perguntar onde está a torta de abóbora, o Rony está com fome. - Riu e eu mostrei o lugar.
- Você tem que fazer mais, só tem um pedaço.
- Então quer dizer que você assaltou de madrugada? Está tão boa assim?
- Eu pensei que era da senhora Weasley… então você sabe cozinhar tão bem? - Deu um selinho rápido nele.
- Eu tenho várias habilidades. - Piscou para mim.
- Uma caixinha de surpresas, cachorrão.
Assim que Régulo adormeceu, voltei para a sala. Rony e Harry estavam comendo como dois loucos, pareciam que não comiam há séculos, esses esfomeados pareciam até eu. Sirius pegou Régulo todo animado, antes que eu o colocasse no carrinho.
-O objeto continuará matando pessoas por alguns anos.
- Não tem nada para impedir?
- Não, infelizmente, até a criança estar pronta…
- Como você sabe disso?
- Tenho um bom informante. A tentativa de fuga foi culpa dos Lestranges, estão em busca da criança.
- Você pode nos passar o nome do informante?
- Não!
- É um bruxo das trevas?
- Pode-se dizer que sim, mas ele está morto. - Teoricamente, na prática está bem vivinho.
- Explicado, mas o que podemos fazer com o objeto?
- Não bloquear, deixa ele matar ou vai ser pior.
- Que tipo de solução é essa?
- A melhor, por enquanto.
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Diário de uma PP: Potter Perdida
FanfictionMarie Lily Potter, irmã gêmea desconhecida e aparentemente oposta a seu irmão, o famoso Harry Potter. Essa sou eu, uma Potter que cresceu como uma Snape, escondida de todos, pois teoricamente eu estava morta. Até Dumbledore decidir que seria minha h...