Um tapa bem fofo

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    -É difícil montar uma festa surpresa quando ele está aqui, não é? - Sussurrou Remo.
    - Eu sei poção para ele dormir, podem ficar tranquilo.
    - Marie!
    - O quê? Mais fácil, não? Cadê o Harry com o bolo?
    - Está lá nos Weasleys ainda. - Andrômeda disse arrumando as últimas coisas com magia.
    - Cheguei! - Harry disse chegando com o bolo de aniversário. - Eles estão chegando e a Fleur está grávida!
    - Sério? Outra criança Weasley para aprontar. - Disse Remo sorrindo.
    - Chegamos! - Disse George chegando com Angelina, sim, a ex de Fred estava com George e o outro gêmeo estava namorando Dália Rosier. Conheceram-se enquanto Fred se aventurava, testando novos produtos.
    Logo todos os ruivos, vulgo a família quase inteira, foram aparecendo pela chaminé. A casa estava quase sem espaço de tanta pessoa, sendo a maioria Weasley o que era engraçado. Arrumei alguns últimos detalhes da festa, peguei o presente que eu tinha comprado para ele. Eu tinha ido até os trouxas e comprado uma novidade deles, chamado MP3. Podia ouvir música com ele, eu pedi para colocarem várias do estilo de Sirius, principalmente The Beatles e Queen, bandas trouxas favoritas dele.
    -Marie, chama o Almofadinhas, por favor. - Remo pediu e eu subi as escadas correndo, encontrando Sirius jogado na cama.
    - Cachorrão! - Eu tinha tentado acordá-lo chacoalhando, então dei um tapa um pouco forte que o fez acordar. - Vem!
    - O que você quer? - Resmungou esfregando os olhos. - Que horas são?
    - Bem tarde, seu aniversariante preguiçoso.
    - Hoje é meu aniversário? - Perguntou levantando sonolento, então percebeu. - É meu aniversário!
    - Isso mesmo, está ficando mais velho. Eu tenho uma coisa para você, vem cá. - Puxei-o e fechei seus olhos com as minhas mãos, ficando atrás dele. - Não dê nenhuma olhada.
    - Como quiser, madame. - Caminhamos até embaixo e eu tirei as mãos da frente de seus olhos.
    - Surpresa! - Disse junto a todos e seu rosto se iluminou como uma criança.
    - Não acredito! Vocês fizeram mesmo? Obrigado!
    Todos começaram a dar os parabéns para Sirius. Cantamos parabéns, dividimos em pedaços o bolo e foi entregue a todos. Cada um em um canto, conversando sem parar enquanto comiam. Eu peguei o presente escondido na lareira e chamei Sirius.
    -Você me surpreendeu, raposinha.
    - Não fui só eu.
    - Mas foi por sua casa que teve a festa.
    - Foi você que pediu, ué. - Ele sorriu e eu mostrei a caixa de presente. - Esse é o seu presente, espero que goste.
    - Mais um? - Abriu rapidamente. - O que é isso?
    - Um MP3, aparelho trouxa para escutar músicas, acabou de ser lançado. Eu pedi para colocarem as músicas de seus grupos e bandas favoritos.
    - Sério? - Seu sorriso era sincero, colocou o aparelho no bolso. - Eu não vou me soltar dele. Você me conhece bem, raposinha.
    - Só quero dizer que se não me mostrar as músicas depois, vou ficar brava.
    - Estou te fazendo gostar de música trouxa? - Ele subiu uma das sobrancelhas sorrindo de lado.
    - Cala a boca, antes que eu me arrependa. - Revirei os olhos e o encarei.
    - Fofa, parece uma raposinha brava mesmo.
    - Fofo vai ser meu tapa na sua cara se me encher o saco. - Falei sorrindo.
  







    Estava com insônia novamente, então eu troquei meu pijama para uma roupa de dia a dia para dar uma volta. Desci as escadas e dei-me de cara com Sirius na cozinha.
    -Você está aí, então. - Sirius disse sem me olhar. - Sabia que não ia dormir tão cedo.
    - E?
    - Quer dar uma volta de moto? - Perguntou se levantando. - Claro que não vai recusar o pedido de um aniversariante.
    - Passou da meia noite já.
    - Maldade… - Fez um biquinho.
    - Sorte sua que eu gosto da moto. - Pisquei para ele.
    - Essa doeu.
    - Vamos ou não?
    - Sim, senhorita.
    Saímos da casa e encontramos a moto. Subi na garupa, segurando ao redor dele forte para não cair. As ruas estavam movimentadas e por momento nenhum ele pensou em voar, continuou a circular pelas ruas movimentadas por trouxas querendo se divertir. Até que começou a diminuir, indo ao local mais afastado da cidade e mais para o campo. Paramos em um campo e ele me desceu da moto. Correu para debaixo de uma árvore, me chamando. Deitei-me e podia ver o céu noturno, era lindo.
    -Eu vinha aqui quando sentia falta da minha família. - Sirius suspirou, sorrindo. - Os Blacks tem uma tradição de colocar nomes astronômicos, aquela estrela ali é Sirius, a mais brilhante.
    - Na verdade, são duas estrelas. - Olhei para ele que parecia confuso. - É uma estrela binária, formada por duas estrelas brancas que orbitam entre si.
    - Então você sabe bastante, estragou eu querer fingir ser inteligente. - Riu e virou-se para mim. - Mais alguma coisa que saiba?
    - É conhecida como a estrela do cão ou, em latim, canicula. Isso é muito engraçado, já que você, sendo Sirius, é um animago que se transforma em um cachorro.
    - Talvez meus pais fossem videntes ou é só coincidência.
    - Ou era para ser assim… eu acredito que nosso futuro esteja pré escrito, algumas escolhas podem definir várias coisas, mas outras serão por si mesmas.
    - Eu vou fingir que entendi para não parecer burro. - Disse rindo. - Brincadeira, eu entendi sim.
    - Que bom, se não eu seria obrigada a te dar aulas de astronomia.
    - Olha que eu não recuso. - Se virou e piscou para mim.
    - Pelo menos vai ter menos tempo para me encher o saco.
    - Ah, é? - Ele se apoiou em seu cotovelo, me encarando. - Hum…
    - Sirius, nem pensa! - Não deu muito tempo e ele começou a me dar cosquinha, me fazendo rir.
    - O ataque de almofadinhas, muahahaha.
    Rimos até que cansamos, paramos para respirar. Ele estava sobre mim, colocou as mãos dele estavam cada uma de um lado do meu rosto. Senti sua respiração se aproximando aos poucos, a minha se acelerava junto ao meu pulso pela proximidade. Seus olhos desceram dos meus aos meus lábios até que o seu se encostou nele. Um simples encostar logo se transformou em um beijo profundo e aumentando o ritmo para algo mais desesperado. Continuamos até não podermos mais, estávamos precisando de ar. Ao me olhar, ele se afastou e se levantou, assustado.
    -Desculpa… - Ele estava nervoso. - Eu não deveria ter feito isso.
    - Sirius…
    - Isso é errado, Marie. Melhor irmos e esquecermos do que aconteceu. - Ele virou e foi em direção a moto.
    - Eu não quero me esquecer. - Segurei em seu braço, impedindo-o de subir na moto. - Não há nada errado, Sirius.
    - Tudo errado, Marie. - Ele engolia em seco e sua respiração estava acelerada. - Você é muito nova, é filha do Tiago e…
    - E se eu não fosse filha do Tiago? Por isso que você está assim?
    - Vamos…
    Subi na garupa e ele permaneceu em silêncio até a casa. Subiu rapidamente as escadas, não pude falar nem um boa noite. Troquei minha roupa para um pijama novamente, enquanto lembrava de tudo o que tinha acontecido.

   

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora