O certinho da família

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    Deixei meu cabelo solto, ondulado, o ruivo destacando-se no vestido verde simples de ombro caído. Apesar de poder convidar alguém para a festa de natal do professor, eu ia com Zabini mesmo. Coloquei meu bracelete, dado por Zabini, ficando perfeito. O feriado de natal estava chegando e mal podia esperar para rever meu padrinho. Tínhamos conversado muito em cartas, mas ele evitava alguns assuntos, por causa de Snape. Desci as escadas, indo em direção ao local.
    -Oi, Harry. - Disse chegando ao seu lado. - Cadê sua acompanhante?
    - Está chegando.
    - Quem é?
    - A Luna e você?
    - Adivinha? - Sorri, vendo Blásio se aproximar. - Fico feliz que não tenha escolhido as loucas que tentavam te dar poções.
    - Foi mais de uma?
    - Umas nove, se não me engano, mas algumas eu dei o troco antes.
    - O que você fez?
    - Nada demais… - Pisquei para ele.
    - Vamos, Potter? - Blásio ofereceu os braços.
    - Claro, Zabini. - Entrelacei o meu braço no dele e dei um selinho.
    - Só vão logo, por favor. - Harry fez um gesto com a mão para irmos.
    O lugar ainda não estava cheio, o que era impressionante. Slughorn nos chamou para tirar foto, a sorte foi Harry e Luna terem chegado e não prolongar a conversa. Começamos a pegar tudo quanto é comida e bebida que parecia, rindo. Era muito bom passar o natal com ele, mesmo que não seja ainda.
    -Como eu posso te convencer a passar as próximas inteiras comigo?
    - Sabe que eu não posso, Blásio.
    - Um mês então?
    - Daí eu acho que posso convencer meu pai… - Entrelacei meus dedos ao redor do seu pescoço.
    - Agora melhorou. - Piscou para mim. - Onde você quer viajar?
    - Nem precisa, estando com você já seria ótimo.
    - Eu ia sugerir Paris ou Suíça, mas… você é muito fofa, sabia? - Disse dando um selinho rápido. - Eu amo como você é fofa, poderosa, perigosa, amorosa, fria… tudo ao mesmo tempo. Além de como você fica da cor do seu cabelo quando eu falo coisas como essa.
    - Seu bobo. - Escondi meu rosto em seu pescoço, pois eu estava sentindo meu rosto queimando.
    Um barulho interrompeu nosso momento, era Flitch. Draco estava sendo segurado por ele, com uma cara de quem acabou de ser pego. Logo, veio Severo para o ajudar e tentar arrumar uma desculpa.
    -Isso é surpresa…
    - Será que devo falar com meu pai?
    - É melhor… porque seu irmão está indo atrás.
    Caminhei, tentando alcançar Harry. Segurei seus ombros antes que ele perseguisse meu pai. Ele se virou e fez silêncio para escutar a conversa. Basicamente meu pai falando que queria ajudar Draco. Vi meu pai saindo e puxei meu irmão para que não fôssemos pegos, porém ele é muito lento.
    -Senhor Potter? - Disse puxando ele, fazendo eu sair junto. - Marie Lily, o que está fazendo junto?
    - Eu vim tentar falar com o senhor, mas encontrei o Harry no caminho.
    - Sua sorte ela estar aqui, ou te daria outra detenção.
    - Obrigada, pai… vou levar Harry para bem longe, então.
    - Mas…
    - Cala a boca e vamos! - Empurrei-o, mas Severo me segurou. - Vai na frente, Harry.
    - Ele escutou alguma coisa?
    - Apenas que você queria ajudá-lo, talvez sobre o voto, mas ele nem deve saber o que é.
    - Fique de olho nele, antes que estrague tudo…. E Marie, Remo pediu para você passar o natal com eles, como você já sabe… porém se você pudesse ficar na cabine comigo.
    - Eu ia amar, pai! Sinto saudades de passar o natal com o senhor.
    - Infelizmente, eu tenho que resolver coisas… é melhor você ir, antes que o enxerido do seu irmão venha.
  




    Sentei-me no vagão, quase me jogando, junto a minha mala. Severo vinha xingando os alunos, era engraçado como ele aparentava ter zero paciência com os estudantes. Eu reconhecia a minha mania defensiva dele, criar uma máscara para não criar vínculos facilmente para não se machucar. Ele fechou a porta com raiva, suspirou e sentou na minha frente fazendo uma careta. Levantei e me joguei ao seus, apoiando a cabeça em seus ombros, o que resultou em um sorriso de lado dele.
    -Marie, como você pode ter dezesseis anos já?
    - Fazendo aniversário?
    - Não desse jeito que eu estou falando. - Revirou os olhos, rindo. - Parece que foi ontem, você bebezinha, com poucos fiozinhos de cabelos ruivos.
    - O tempo passa…
    - Rápido demais, queria tanto ter aproveitado mais sua infância, levado você a mais lugares, nos divertir juntos.
    - Pai, você me deu a melhor infância que eu poderia querer.
    - Para depois, ter que te entregar para lutar na guerra… tenho medo de acontecer algo com você.
    - Não vai, pai. Eu que tenho razão para ficar preocupada, se o Valtinho resolver desconfiar.
    - Valtinho não vai. - Disse rindo. - Estamos correndo risco de vida e você chamando o lorde das trevas de Valtinho e sem nariz?
    - Eu não tenho medo dele, pai. Se quiser, ele que venha, vou nocautear ele.
    - Não se anime, ele tem esse título por algum motivo.
    - Por ter ficado feio de tanto usar artes das trevas da forma errada? Sinceramente, eu choraria se eu tivesse aquela aparência.
    - Eu morri de medo de você falar algo assim na frente dele.
    - Eu não sou burra, pai! Tenho instinto de sobrevivência, não vou falar algo assim na frente dele.
    - Ainda bem. - Ele pegou um pacote embrulhado. - Seu presente de natal.
    - Pai… - Abri-o, rasgando o pacote e vendo uma caixinha de madeira. Abri-o e várias flores voaram ao meu redor, com uma música. - É lindo… são lírios?
    - Como o seu nome, querida.
    - Obrigada! - Abracei-o forte e quando afastei, percebi seus olhos marejados.
    - Melhor eu me recompor, estamos chegando…
    Foi como ele falou, logo chegamos e tivemos que nos despedir. Ao me afastar, vi Tonks acenando para mim, junto a ela, Lupin. Segui em sua direção, abraçando-os. Logo, todos estavam ali para podermos aparatar.
    Aparatamos na Toca mesmo, aparentemente tinha um risco de Lestrange aparecer na casa dos Black. Ao chegarmos, encontrei os gêmeos Weasley na entrada com um dos seus brinquedos vendidos na loja.
    -E aí, Marie? - Chegou George animado. - Cuidado que todos os Weasley estão aqui, até o Percy.
    - Quem?
    - Ele é o certinho da família, trabalha no ministério e tal. Sirius até se afastou um pouco, antes que ele quisesse chamar o chefinho.
    - Marie, querida! - Senhora Weasley vejo me abraçando. - Fico feliz que tenha vindo.
    - Talvez eu não tenha dado muita opção a ela. - Disse Lupin piscando para mim.
    - Até parece, eu gosto de ficar com vocês!
    - Estou me sentindo importante. - Sirius entrou com Harry ao seu lado. - Harry falou que tem muita notícia sobre Hogwarts, não?
    - Opa, o que aconteceu agora? - Fred disse se apoiando no encosto do sofá.
    - Muitas coisas, está muito estranho esse ano.
    - Hogwarts é estranha! - George retrucou, me fazendo rir.
    - Tenho que concordar. - Ri, sentando no sofá ao lado de Gina, todos se reuniram na sala.
    - Comecem. - Ninfadora disse animada.
    - Os principais: colar amaldiçoado e o Rony envenenado. - Comentou a irmã dele.
    - Descobriram quem foi? - Sirius perguntou animado e curioso.
    - Olha, eu suspeito, mas uma pessoa não colabora, não é Marie?
    - Harry, eu vou te dar um tapa de presente de natal se continuar me enchendo.
    - O Harry acha que é o Malfoy. - Completou Rony.
    - Principalmente com o que eu e Marie ouvimos…
    - Não me mete no meio disso.
    - Vai falar que você não ouviu sobre um voto perpétuo?
    - Eu não sei de nada.
    - A Marie está assim desde o começo, tudo ela não sabe. Draco virou comensal? Não sei. Snape fez um voto perpétuo para ajudar o Malfoy? Não sei. É um saco assim.
    - Draco virou comensal? - Perguntou Sirius a mim.
    - Não interessa…
    - Claro que interessa, Marie.
    - Principalmente quando ele quase matou o Rony!
    - Rony está aqui, certo? Pronto, caso resolvido. Não acuse Draco sem saber de nada, Harry.
    - E você sabe, Marie? - Perguntou Tonks me olhando confusa.
    - Sei de coisas, mas eu prometi a Dumbledore e a Severo que não contaria a ninguém.
    - Por que Dumbledore pediria algo assim?
    - Ele esconde e planeja as coisas, normal.
    - Vamos pensar, para que Severo faria um voto perpétuo para ajudar Draco? Talvez tenha sido pedido do Lúcio. - Eu subi as sobrancelhas, ele não conhecia a própria prima? - Foi quem então Marie?
    - Eu não falei nada.
    - Mas eu reconheço seu olhar.
    - Digamos que eu estava presente quando esse voto foi feito… - Eu lembrei que, na verdade, poderia ajudar a tirar a desconfiança sobre Draco, além disso não tinha prometido sobre isso. - Eu posso contar quem é, mas o resto vocês se virem.
    - Quem?
    - Narcisa e quem realizou o processo foi Bellatrix, para garantir que não acontecesse nada de ruim a Draco.
    - Bella se importa com o Draco?
    - Ele está aprendendo oclumência com ela também, para se proteger do lorde das trevas…
    - Bellatrix querendo proteger de Voldemort? Ela realmente se importa…
    - O Malfoy não deve ter virado comensal, Harry… ainda não. - Comentou Remo. - Pelo que Marie falou, parece alguém está tentando prejudicar Draco.
    - Finalmente! - Suspirei, era difícil de convencê-los.
    - Mas se ele estivesse em tanto perigo, ia procurar ajuda e não ameaçar um auror.
    - Quê?
    - Tem um auror que evita qualquer assunto em relação aos alunos, principalmente o Malfoy.
    - Harry, nem tudo é o Draco. Quem ameaçou o aurorzinho fui eu.
    - Marie, por que você fez isso? - Remo perguntou calmamente.
    - Ele é um idiota que ficava nos seguindo, sinceramente não tenho paciência para boa parte daqueles aurores.
    - Toda essa raiva por causa do rumor que tinham machucado Nott?
    - Errou de novo, Harry. Digamos que também fui eu a responsável pelo desmaio do Nott.
    - Marie Lily!
    - Aluado, ele me ofendeu e eu apenas retribuí do meu jeitinho.
    - Deixa ela, Remo, fez bem.
    - Sirius, qual da parte sem violência você não entende?
    - Ela é filha do Pontas, o que você imaginava?
    - Eu desisto de vocês. - Lupin ergueu os braços e saiu.
    - Remo só está com medo de vocês se machucarem, não se preocupem… - Tonks piscou e foi atrás dele.
    - Não fizeram nada mais de interessante?
    - Difícil quando eu sempre fico em detenção ou estou atrás do Slughorn.
    - E a Hermione brigou comigo.
    - Isso foi bem feito, Rony.
    - Obrigado, Harry, está sendo um ótimo amigo.
    - Lembram da azaração coletiva entre os grifinórios?
    - Aquela que um monte ficou com umas verrugas gigantes no rosto? - Gina perguntou com nojo. - Foi horrível, eca.
    - Fui eu.
    - Por quê?
    - Foi só uma pegadinha para os curiosos. - Eu ri, lembrando das cenas dos alunos. - Nem vem, foi engraçado.
    - Como ninguém te descobriu? E por que na grifinória?
    - Inteligência. Você acha mesmo que eu ia fazer na sonserina? Além disso, os corvinos e lufanos são legais demais, tirando umas exceções, sobraram vocês.
   

Diário de uma PP: Potter PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora