Palavras, apenas palavras

Capítulo 49 - Poncho's POV

Alfonso: Uma semana o que? Christopher, como assim você deu uma semana de folga pra ela?

Christopher: O que há de errado nisso? – Deu de ombros. 

Alfonso: Estamos cheios de serviço aqui e você deixa ela tirar uma semana! – Obviamente não era por causa da quantidade de serviço que eu estava extremamente puto. Ficar uma semana sem vê-la nem de longe passara pela minha cabeça, ainda mais agora que eu finalmente resolveria toda essa situação.

Christopher: Faça-me rir, Alfonso. Anahí adiantou todo o trabalho que tinha, não há porque não liberá-la uma semana.

Alfonso: Christopher... – Fui interrompido.

Christopher: Escuta, não venha dar pití pra cima de mim. Aproveite essa semana longe dela para tomar alguma atitude. Aí, quem sabe, quando ela voltar vocês dois se acertam. 

Alfonso: Vou falar com a Zuria hoje. – Soltei um pouco ultrajado. Mas ali eu percebia que estava falando com o meu amigo e não o meu sócio Christopher. Confesso que desde aquele dia em que me negara ajuda, eu andava falando menos que o de costume com ele. Mas vejo que ele tinha razão, fugir dos problemas nunca fora o melhor remédio. – Não dá mais pra adiar – Sentei-me na cadeira em frente à sua mesa, recebendo um olhar que eu julgava ser de total incredulidade – É sério. – Disse firme – Teria falado com ela no final de semana se não tivesse ido para a casa da mãe.

Christopher: Então quer dizer que finalmente você tomou jeito... – Parecia analisar-me – Você está apaixonado por ela.

Alfonso: Mais que isso, eu a amo. – E toda a vergonha de dizer aquilo havia desaparecido. Eu a amava e não me importava de gritar isso aos quatro ventos.

Christopher: E ela ama você.

Alfonso: Como pode saber? – Anahí parecia tão segura ao repelir-me que às vezes, por míseros segundos, eu chegava a questionar se a raiva que ela nutria por mim tinha substituído todo o amor que sentia.

Christopher: Como eu posso saber? – Com um sorriso de canto, ele negou com a cabeça – Basta ver como ela olha pra você. – Eu fiquei em silêncio lembrando-me de como era bom quando ela punha aqueles olhos em cima de mim, sorrindo em silêncio. Acontece que depois que ela descobrira tudo, a única coisa que eu conseguia enxergar quando olhava no fundo daquele oceano azul era mágoa. – E se você fizer o que está se propondo, ela vai te perdoar. – Continuou interpretando, talvez, o meu silêncio – Pode até ser que demore, sabe, ela está muito magoada... – E nesse momento eu me perguntava como Christopher sabia tanto sobre os sentimentos de Anahí. Será que era tudo assim tão óbvio? 

Dulce: Com licença. – Pediu, abrindo a porta depois de três leves batidas – Alfonso, Zuria ligou, pediu que a busque no aeroporto. – Christopher lançou-me um sorriso.

Christopher: Sua hora chegou. – Suspendeu as sobrancelhas, motivador.

Pois é, a minha hora tinha chegado.